quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Um poema de Walt Whitman (1819-1892)

)



O CAPTAIN! MY CAPTAIN!

O Captain! My Captain! Our fearful trip is done,
The ship has weather’d every rack, the prize we sought is won,
The port is near, the bells I hear, the people are exulting,
While follow eyes the steady keel, the vessel grim and daring;
But O heart! Heart! Heart!
O the bleeding drops of red,
Where on the deck my Captain lies,
Fallen cold and dead.


O Captain! My Captain! Rise up and hear the bells;
Rise up – for you the flag is flung – for you the bugle trills,
For you bouquets and ribbon’d wreaths – for you the shores a-crowding,

For you they call, the swaying mass, their eager faces turning;
Here Captain! dear father!
This arm beneath your head
It is some dream that on the deck,
You’ve fallen cold and dead.


My Captain does not answer, his lips are pale and still,
My father does not feel my arm, he has no pulse nor will,
The ship is anchor’d safe and sound, its voyage close and done,
From fearful trip p the victor ship comes in with object Won:
Exult! O shore, and ring O bells!
But I with mournful tread,
Walk the deck my Captain lies,
Fallen cold and dead.


Oh, Capitão! Meu Capitão! Temerosa nossa viagem já findou
A nau todos os percalços suportou, o prêmio final nosso foi,
Perto está o porto, os sinos, exultantes, todos dobram


Enquanto olhos espreitam a rígida quilha, a nau feroz e audaz;
Oh, coração! coração! coração!
Oh, gota de sangue derramado,
Ali, no convés, jaz meu Capitão,
Imóvel, frio, morto.

Oh, Capitão! Meu Capitão! levanta-te e os sinos ouve;
Ergue-te, que a bandeira, arriada, está – o clarim para ti vibra,
Para ti, ramalhetes e grinaldas de fitas ornadas – para ti, as praias de gente apinhadas,

Para ti, a massa oscilante, volvem, ansiosas, as faces!
Olha, Capitão! pai querido
Sob a tua cabeça este braço!
Mais um pesadelo parece isso tudo;
Tu, imóvel, frio, morto.

A nada respondes meu Capitão, pálidos e fixos os lábios estão,
Meu pai o braço não me sente, o pulso pesado, exaurida a vontade,
Ancorada nau, incólume, completa e acabada viagem:
Vitoriosa a nau, de temerosa viagem, o esperado objeto conquistado traz:
Alegrai-vos, Oh, praias, Oh, bronzes, tocai!
Eu, contudo, com passo enlutado,
Pelo convés caminho onde, estendido, se encontra meu Capitão,
Ali, caído, frio, inânime.

(Tradução de Cunha e Silva Filho)

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