A quem dar meu voto?
     Cunha e Silva Filho
Na conjuntura atual da  política brasileira é possível votar com consciência plena do que estamos  fazendo diante das urnas eletrônicas? Eis uma questão delicada, quase incontornável e, no meu entendimento  insolúvel. Nada me sinaliza para um voto útil. Nada me dá certeza do que me estão apresentando como projetos de campanha. Se olho para  trás, vejo  uma triste história de corrupção,ladroagem e   silêncio diante de fatos  amplamente  divulgados  de desvios de conduta  de  grande parte de nossos homens  que estão na política. 
Se ligo o aparelho da TV,  dou com a cara no horário obrigatório  regulamentado pelo TRE. São cinquenta minutos de verborreia, de  mentirada,  de cinismo, de incompetência, em suma, de discursos vazios  de verdade e de sentido.Tudo soa cômico, histriônico, patusco.
Um  cenário de politicalha formado de  um saco de gatos em que se  metamorfosearam  os partidos nacionais. O curioso é que a chamada esquerda (ainda existe isso?), com seus  supostos membros,  convive  bem  com as benesses do consumismo  capitalista. No  Brasil existe um partido: o do comunista burguês.
A vida partidária  brasileira não passa de um faz-de-conta que se  realimenta ad nauseam  mantendo-se as  aparentes  diferenças que, no fundo,  só visam ao  poder de mandatos e das regalias que  terão  após serem investidos nos cargos. 
Por que  esquerdistas não  abrem mão das mordomias  auferidas no Senado e na Câmara  dos Deputados? Duvido que para  o Planalto iriam se a vida de políticos  se modelasse, na prática,  ao tipo de vida  dos políticos da Suécia. É bem provável que o Congresso  viraria um Saara e mesmo  sumiria do mapa.
A chamada direita não merece nem comentários, de vez que todos sabemos a quem  serve: aqueles que têm como meta  de vida  o enriquecimento, de preferência pelo consuetudinário  método  da exploração do trabalho através da mais-valia, ou seja,  manter-se sempre no poder,  a todo custo, preservando-se as diferenças  na pirâmide social, concedendo  por vezes alguma ascensão de uns poucos, mas tendo o maior  cuidado  para que essa subida  não atinja  a fronteira  do  poder absoluto do capital.
E  o que dizer das chamadas  centro-esquerda, centro-direita, ou  extrema direita? As duas primeiras são gradações que escondem preferências  sutilmente  não assumidas, ou assumidas para não desagradarem os círculos sociais. Aparentar  alguma simpatia pela esquerda é bem mais  confortável. Já a extrema direita torna-se, por si própria,  real  objeto de desprezo  dos opositores e até mesmo  seus adeptos jamais se identificariam  com essa ala política. Sua atuação pode ser visível na vida da sociedade, mas  seus princípios teóricos são estrategicamente camuflados.
Diante  desse quadro  da realidade partidária a caminho  das próximas  eleições  para Presidente da República, senadores  governadores  e deputados estaduais e federais, fica extremamente difícil a quem dar meu voto. Que Deus me inspire!
Amigo Cunha e Silva Filho,
ResponderExcluirSeu artigo tá uma beleza de bom. Concordo com você:
Em quem votar? Ainda bem que o povo brasileiro, nós, não somos nenhum "santinho" (entre aspas, você entende
Chico Miguel de Moura
Chico Miguel:
ResponderExcluirObrigado pelo apoio, mas a verdade é para ser dita, a nossa verdade pessoal e de muita gente.
Forte abraço do
Cunha e Silva Filho