quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Bilhete a Dílson Lages



 Prezado amigo:

          Meus cumprimentos pelo dia de hoje, 22 de outubro, em que, pelo valor intelectual de escritor (ficcionista, poeta, cronista, crítico literário, autor didático, editor  e atuante professor de língua portuguesa e de literatura), ingressa por merecimento à Casa de Lucídio Freitas.
        Se olhássemos  apenas pelo que vem fazendo pela literatura piauiense, através do prestigioso site Entretextos, isso, por si só, constituiria uma razão forte para seu ingresso na Academia Piauiense de Letras.    A primeira  página dequele site é o cartão de visita.  
        Como é ainda bem moço, longos anos de efetiva  atuação no panorama da literatura piauiense e brasileira terá pela frente, na produção de livros, nas excelentes entrevistas que faz com os escritores (aqui me incluindo), na divulgação que vem fazendo do que de mais atual está ocorrendo na literatura brasileira
     Fico torcendo para que sua posse na APL , seu discurso acadêmico e o de recepção feito por um também grande poeta piauiense, o Elmar Carvalho, sejam coroados de êxito, de alegrias, de luminosidade em noite solene.
       Sei que estará ocupando uma cadeira de grande significação para a poesia piauiense e brasileira, sendo seus predecessores, nomes inigualáveis como, por exemplo,  Da Costa e Silva e meu querido poeta Hardi Filho.
     A APL, com a cadeira 21, será , pois, bem ocupada, e ocupada por um jovem escritor com instrumental moderno de um representante da literatura piauiense que vem cheio de  vigor intelectual. 
     Com a sua bagagem, com o seu prestígio junto aos escritores piauienses sobretudo, ganhará a Academia Piauiense de Letras um membro que só valorizará o quadro de seus ocupantes. 
      Enfim, desejo-lhe e à sua digníssima família os melhores votos de felicidades e de um futuro de luzes.
Fraternal abraço do

Cunha e Silva Filho

domingo, 18 de outubro de 2015

Dialogando com a "Carta Aberta" de Ferreira Gullar





Cunha  e Silva Filho


        Acredito que li , até hoje,  praticamente  todas as crônicas de Ferreira  Gullar no Caderno  Ilustrada da Folha de São Paulo,  publicado aos domingos. São crônicas nas quais  o grande  poeta brasileiro discute  assuntos  variados, destacando-se,  porém,  alguns  temas  recorrentes,  ou seja,  a política brasileira   dos  dois governos  do   Lula, do primeiro mandato da   presidente Dilma e, agora,  desse segundo  mandato dela  ainda em  andamento. Os demais  temas recorrentes abordam  outras  áreas   de  interesse do  autor:  poesia,  artes  plásticas, dramaturgia. Seu  estilo  é enxuto,  objetivo,  comedido. Fala com  experiência,  com  conhecimento da realidade brasileira, tanto social quanto  cultural. É um mestre no que faz.
     Hoje, dia 18 de outubro, sua crônica se dirige diretamente aos brasileiros: “Carta Aberta.”  É partir dela que  desejo  dialogar com o cronista maranhense.
    Gullar,  que foi  exilado no período  da ditadura  militar,  foi  esquerdista, morou na Rússia,  na Argentina,  hoje tem  uma  postura  democrática,  aberta  ao diálogo  sem extremismos e, como tal,   repudia  o PT e, na mencionada,    crônica,  conversa com todos nós, leitores, num tom sempre  de orientação firme,  franca  e com  coerência  de ideias,  principalmente,   com  uma   rara   capacidade  argumentativa  de um observador  perspicaz  dos fatos  políticos  e dos desacertos   que vê há tempos   na governança  petista.
       Gullar  não  omite  o fato de que o PT foi  fundado  por  figuras  eminentes  da vida  intelectual  brasileira que,  com   o passar do tempo,  foram se  desiludindo  dos   reais  objetivos  do  petismo, antes  se apresentando   com  uma plataforma  política  de renovação e de moralização das causas públicas,  quer dizer,  com  uma   proposta    em favor  da melhoria  do trabalhador,  das  classes excluídas, dos merdunchos  como  definia o contista  João Antônio(1937-1996).
      O poeta do  Poema sujo concorda com  o que  todos  esperavam do  Lula e nele confiavam   cegamente. Contudo,  a administração   lulista  foi  mostrando  aos poucos a que veio:   tornar-se um   partido forte  para que   pudesse mudar  a sua antiga  fisionomia de fachada e oportunista,  afastando-se  dos seus   princípios norteadores  e descambando  para uma governança  feita  de  conchavos   espúrios  com o que de pior  caracterizava a  velha   política clientelista,  combinando  populismo e cooptações  com   o empresariado e capitalismo  na sua forma mais   degradante, que é  a introdução  do esquema   de corrupção, o qual  iria  ser  traço   distintivo  do  petismo.  
     Ora, não tardou que surgissem escândalos de corrupção, envolvendo  altas figuras do governo  Lula,  como   José Dirceu,  José Genoíno e outros de maior  ou menor   projeção  no governo. Daí para  diante,  a imagem do PT e do seu líder Lula não cessou de  sofrer   uma  descontrução  do ponto de vista  de moralidade  administrativa.Os escândalos  enredavam  petistas e aliados no recebimento de propinas  e no uso da máquina  do Estado  para beneficiar   financeiramente altas autoridades  do governo  federal.
   Quer dizer,  alguns membros do PT subiram  ao  poder para se  locupletar   financeiramente   com o dinheiro  público  em conluio  com  empreiteiras  mediante  os expedientes  de favorecimento nas licitações em troca de polpudas  propinas  que iam cair nos bolsos  de  políticos  e  principalmente  do  primeiro escalão do governo Lula.
   Esse mesmo  comportamento continuou no governo  Dilma com  outros  escândalos  que  pipocaram em série, o do petrolão,  o LavaJato, com novos  atores  do mundo  do empresariado de ponta com  membros do PT no exercício de cargos  públicos.Tanto  nos mandatos do Lula quanto nos de Dilma, o segundo mandato ainda  em curso, os chefes de Estado  foram apontados  como    implicados  nessa onda de escândalos  financeiros, circunstâncias, de resto,   negadas  por Lula e por  Dilma.
      Entretanto, o que Ferreira Gullar pretendeu   enfatizar foi   o fato de que,  não obstante  tantos  escândalos,  tantas denúncias,  tantas  críticas duríssimas   contra a   honra  de Lula e de Dilma,  tudo isso  não foi suficiente para  desalienar  a cegueira  de presunção  de   parte  - creio que  pequena -  da elite  intelectual  de São Paulo -  a qual  ainda  teima  em  manter  seu apoio  incondicional  aos governos  petistas e contra  o  impeachment  de Dilma Rousseff.
        Alegam aqueles   intelectuais  de renome que  não há nenhuma   evidência  cabal  e indiscutível de que  Dilma  tenha  alguma  culpa  pela  corrupção  em seu governo. Por essa razão é  que Gullar  cobra desse   intelectuais   e de  possíveis  leitores  petistas  que   ainda mantêm  uma  solidariedade  cega ao partido populista:   “Não sei o que você diz a si mesmo  quando deita a cabeça no travesseiro. Como justificar o petrolão?
      Essa é a  questão central  da carta aberta de Gullar: não é possível que, diante dos fatos,   das denúncias, das prisões,   das investigações da Polícia  Federal, de todas  as mazelas  e falcatruas   cometidas  sob  o domínio do petismo,  as pessoas sensatas e esclarecidas ainda  estão  cegas  a esses desatinos  do PT.
     Como podem ficar   esses  fanáticos – o nome só pode ser  esse – indiferentes  à realidades  social e política do país,  às falsas  promessas de campanhas,   de Dilma, que,  mal  raivava  o dia seguinte  da sua posse,   mostrou  logo   s sua  facies   de demagogia  e de  falácias   da real  situação  caótica  com que  começava o segundo mandato:  economia  em  estado de desagregação,  inflação  alta,  juros  altos,  endividamento  público, arrocho salarial,   gastança  das contas  públicas e alta corrupção  de membros  de seu governo.
   Um estadista verdadeiro  não pode   camuflar  a situação    desastrosa  do país  provocada  pelo desgoverno e pela imoralidade administrativa. Esconder  o que no dia seguinte da posse  iria fazer  contra a sociedade  é, por si próprio,   um desserviço à Nação. Os empedernidos  petistas  não querem  enxergar  tudo isso e por isso mesmo   desconhecem  as alteridades e a voz  da  grande  maioria dos  descrentes e indignados com  o seu  governo.
   A indignação de um  povo  nada tem a ver com  golpismo. Somente  vê golpismo  os que estão  com  os olhos abertos  ao  petismo   mas vedados  à realidade de um  povo sofrido sem saúde, sem segurança,  sem  transporte,  sem  educação de qualidade e sem  esperança  alguma. Esse é o golpismo  dos cegos e alienados. A cegueira  provocada  pelo fanatismo  político-ideológico é a cegueira de todos  os  príncipes felizes.  Cumpre fazê-los   ver “o muro”  de que fala um conto  de Oscar Wilde (1856-1900). Ao transpor o “muro” do “gigante  egoísta,”  ao derrubá-lo, ele, ser alienado, presunçoso e  egoísta,  ingressa na realidade possível de ser  melhorada  e de nela  permitir  a convivência   em paz e felicidade

segunda-feira, 12 de outubro de 2015

A Síria, seu povo, a guerra civil








            Cunha  e Silva Filho



      Faz quatro anos  que a Síria  se envolveu  numa guerra civil. Sofre seu  povo até hoje com a destruição de vidas de inocentes e com  o país arrasado  em sua  estrutura  geográfica, seus monumentos  históricos,  seu legado cultural. Sofre ainda mais o país  com o êxodo de sua  população fugindo  do terror,  das bombas, das explosões. O país virou  ruínas.
     Quanto  custa uma ditadura,  a continuidade de uma dinastia  autocrática  sob o tacão  genocida  de Bashar Al-Assad que, até o presente,  não  renunciou  ao poder? Custa  a crueldade de milhares de mortos.
    A situação   tumultuada   do  país  já estava  grave com   a guerra fratricida entre o governo  e a oposição  oriunda  dos ideias   proclamados  pela  Primavera Árabe,   disposta  a  arrancar  do poder   o ditador  truculento com  ar de inocente, como se fora vítima  daqueles  que ele   subjugara com  uma vida   sem  esperanças  de melhorias  e de paz. Para  piorar  ainda mais  o estado de beligerância,  entrou em cena  o  criminoso  Estado Islâmico,  pronto a ganhar poder  no território sírio e,  por cima  de tudo,   ainda confundindo muito mais o  tabuleiro de xadrez  da guerra civil  que persiste desde  2011.
   Muito  pior do que  os rebeldes, ou melhor, a oposição, foi  a entrada  do  terrorismo  islâmico  tanto  ou mais   sanguinário  do que  o próprio  Assad.  Vieram para decapitar  quem se lhe embarace a fúria  destruidora  de conquistadores   bárbaros representando,  talvez hoje,  a maior ameaça  do fanatismo  religioso  de conquista  de  poder em terra síria, espécie de   expansionismo  a ferro e fogo contra  até  as próprias  ditaduras   já instaladas  há longo tempo  na Síria.  
        O fanatismo   religioso é ainda mais  destrutivo do que  aquele    com  nuanças  político-ideológicas. Seu   objetivo  é mudar,  pela  degola  e pelo  terrorismo, costumes   mais civilizados retroagindo  a hábitos de   poder  governado  pela deformidade  de  uma leitura   do  islamismo, interpretação  distorcida do Alcorão e do  pensamento   de Maomé, ademais,   inimiga  do progresso  ocidental, i.e.,  fazer  um governo  ditado  por  princípios  religiosos  que não respeitam  as diferenças entre   as civilizações.
         Ou seja, querem  o terror  implantado, querem o extermínio de outras   religiões e de seus  seguidores –  contraditória forma de expansionismo   religioso-terrorista, cuja finalidade  é a matança  de quem  não lê pela sua cartilha sedenta  de sangue de inimigos,  incluindo não só  outros  muçulmanos como também  governos  e  religiões  do Ocidente. A morte do próximo é seu sinete e esses terroristas são implacáveis. Com eles não há  misericórdia nem perdão. O mais grave  é que nas suas  alas  existem  estrangeiros   ocidentais  que são recrutados  para o  lado do Estado  Islâmico.
       No exemplo da Síria,  duas  potências, Estados Unidos e Rússia,   se encontram  em  flancos  diferentes  nessa guerra civil, lembrando, de alguma forma,  os  tempos sombrios da Guerra Fria  entre  aqueles países.
        Para combater  a onda de destruição  e de mortalidade na Síria,  os EUA  tomam  uma posição contra a ditadura  síria e querem  a renúncia  de Assad, ao passo que a Rússia se coloca  ao lado  do ditador  sírio.  Neste imbróglio, fica   delicada  a solução  desse conflito.
      O que, no meu juízo,  vejo  como  uma das saídas para  acabar com  a confrontação  sangrenta na Síria seria, primeiro pactuar  uma negociação  de paz,  na qual  as duas potências  pudessem  combater  o Estado Islâmico; em segundo lugar,  procurar-se equacionar  um cessar-fogo entre a oposição  rebelada  contra   os desmandos  do ditador  Assad, exigindo-se  a renúncia dele e   o consequente fim  da tirania.
        Para   isso,  organismos   internacionais, tendo  à frente o Conselho de Segurança da  ONU, se encarregariam  de promover um governo  provisório  que, em  tempo  determinado,  pudesse  realizar  eleições democráticas para as quais concorreriam  partidos  ou representantes   da oposição e partidos  do governo. Seria  utópico  refletir  assim? Creio que não.
         Os EUA e a Rússia, apesar de suas   profundas divergências,  deveriam  pensar na solução  da guerra civil  síria, quer dizer,  interromper a carnificina,  o terror,   a destruição  do país,  a intolerância e, ao contrário,  pensar  no resgate da paz, bem-estar  e  felicidade  da sociedade civil, evitando-se a  continuidade da fuga  do povo sírio, engrossando hoje  a leva  de milhares de refugiados  espalhando-se  por vários países do mundo, inclusive  o Brasil, à procura  de  trabalho  e de  uma nova  vida  livre  da submissão,  do  medo e da desesperança   que se tornaram o trágico  cotidiano  dos sírios em seu próprio  país

terça-feira, 6 de outubro de 2015

O Brasil numa encruzilhada







                                            Cunha e Silva Filho



       Continuam firmes   as pressões da sociedade brasileira  no seu descontentamento com  o governo Dilma. Para quem acompanha como eu  venho fazendo  no Facebook,  a sensação  é a de que  a presidente  perdeu  toda  a nobreza do cargo de mandatária  do país. Quer dizer,  o povo a rejeita  maciçamente e, o que é pior,  não  mais  a figura de  Presidente é respeitada. Perdeu,  junto à sociedade,  a legitimidade  do mais alto  cargo  da República. Ora,  quando  isso  ocorre, nem  o troca-troca de  ministros, nem  a propalada  redução de gastos do governo, de  redução  de salário da Presidente, irrisórios  10%,  nem  a redução do número de ministérios, apenas   oito  ou sete a menos, conseguem  mitigar    a indignação do povo  ante   os desmandos   palacianos.
      Ao contrário,  permanece  ainda perdulário  o governo federal visto que  não foram  recuperados   todos os rombos   provenientes da  propinas  recebidas  por  políticos  aliados  do Planalto. Todos  parecem estar no mesmo barco  da perdição e do descrédito do eleitorado  que vem sendo massacrado  com  inflação  crescente, aumento  de produtos de primeira necessidade    e promessas de mais arrocho (retomada  da CPMF defendida com   unhas e dentes pelo  ministro   da   fazenda)  deixando, por exemplo, o funcionalismo federal  com  salários congelados sine die, quando  o grupo  no Poder  teve aumento  considerável  decretado   pelos   três poderes. Esses atos  impopulares só fazem crescer  a rebeldia  popular  contra  o governo atual.
     Tudo tem sido feito  pelos áulicos  do governo  a  fim de  impedir que  Dilma  saia  do governo e, para  tanto,  tudo vale,    diminuir    a liderança e o protagonismo  do  juiz federal  Sergio Moro  nas  denúncias  e   investigações da LavaJato   através de artifícios  legais que resultem  no  fatiamento de casos de corrupção     entre  governo federal  e  grandes empresas,  fazendo com que alguns deles  sejam  entregues  a outros juízes, naturalmente   para    pulverizar o trabalho   bem   conduzido  pelo  juiz  Moro  junto com  a Polícia Federal.  Ou seja, de agora em diante,   Moro  terá  reduzida    sua  influência  e sua competência  para   aprofundar    os casos  de corrupção   que não  param de  surgir  em outras   empresas com as quais   o governo federal    possa estar  envolvido até as entranhas. Foi um duro golpe  para Moro que até está  aparecendo  menos  nas manchetes dos jornais.
      Vê-se  quão  poderosa   é a máquina do  governo federal  que,  por seus inúmeros mecanismos de defesa, logra   enfraquecer   quem se atreva  a  pôr em  perigo   a manutenção do status quo, da nomenklatura tupiniquim,   tão  fortemente   alicerçada  em fazer valer   as forças  explícitas e  implícitas do Executivo.Romper estas amarras é um trabalho  que requer  bastante o apoio de uma Nação  unida e corajosa,  disposta a não se deixar  vencer  por todas as artimanhas  engendradas  pelos  políticos  submissos ao governo e  pelos tecnocratas  dos três Poderes.
    Urge,  por conseguinte, o surgimento de   uma   forte pressão popular  no sentido  de  tentar   quebrar os grilhões  dos três poderes que estão impedindo  uma    mudança  nos rumos da  política brasileira para  um estado  verdadeiramente democrático livre de corrupção  e de autoritarismo  de governança.  Sem  o povo vigilante  e  revestido  de  brasilidade  será   quase impossível   conseguir livrar o país  do elevado  peso  de sacrifícios impostos  pelo governo Dilma  à sociedade  civil goela abaixo. Alguns sinais concretos  de descontentamento  crescente já se fazem sentir: greve na Caixa Econômica Federal, em bancos privados e em outros setores  que  provavelmente  entrarão  no mesmo esquema   de protestos por paralisações. Manifestações contra o governo federal  já  estão programadas.
    Um governo  não se sustenta por muito tempo  sem o apoio popular, a menos que se transforme numa  ditadura “democrática,” na qual  o poder  passe a emanar  de um  presidente  repudiado  pela grande maioria  do eleitorado brasileiro. E isso é o que  não queremos   para o nosso Brasil ainda que  esperneie esses grupo conivente  com  o Executivo  instaladono Planalto e no Congresso já completamente  desvinculado  das aspirações  do povo  brasileiro.Dilma  não existe mais como  uma persona  grata  na alma  brasileira