sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Os males do fanatismo



                                                                                                          Cunha e Silva Filho.

                 Se há alguma  coisa que me  causa um mal-estar   interior  de mistura com indignação, este é o fanatismo manifestado  seja de que  forma for. O indivíduo,  tomado  por   esse sentimento  de excessos francamente   negativos e deletérios,  perde aquilo que,  numa definição   de Aristóteles (384-322 a.C) encontraria correspondência na frase, ou dito,  latina disseminada, e que   tão bem   expressa  um comportamento prudente e  saudável:  "In medio stat virtus"  ( A virtude está no meio).  Manter a equidistância dessa linha de extrapolação   equivaleria a livrar o mundo  de muitas desavenças, incompreensões,    conflitos e até guerras.
O fanatismo, um forma distorcida e hipertrofiada  da visão  que uma pessoa  tem  do mundo  e  de tudo  que  nele  existe,  se mostra mais  evidente e mais devastador  em três dimensões principais : na religião; na política e no esporte.  De resto,  toda falta de  equilíbrio demonstrado na  solução   de problemas redunda  em  fracasso.
Vejamos como atua   cada um  desses desvios  de conduta   do homem  vítima do fanatismo religioso. Tome-se  o exemplo do catolicismo e do  protestantismo, tendo como  palco de cenário  a Irlanda do Norte, cujo  povo   está fadado  há longos anos  aos constantes conflitos de ordem  religiosa  e   recrudescidos  pelos de ordem  política. Sabemos  que  cada  religião tem  o seu  conjunto de princípios, dogmas e especificidades  inerentes aos seus credos,    os quais devem, ou deveriam,  ser  seguidos  à risca  pelos seus   membros, pelo menos  teoricamente  considerados.
 No entanto,  na práxis religiosa  tal conduta  não  existe no contexto dos  dois  tipos de  religião. O que, então,  se observa  é que no cotidiano  daquele  país, basta que  haja uma  insatisfação  ou  um pequeno deslize numa e noutra   das religiões para que  a irrupção da violência venha à tona  e, neste caso,   todo o corpo espiritual  doutrinário entra  em  colapso. Na emoção  dos conflito armado,   os  princípios  religiosos  são esquecidos  e  o que passa  a valer são  as ações   violentas  e terroristas,  provocadoras  de  mortes  de inocentes Isso  porque  nenhum dos lados   cede um palmo daquilo que pensa  ser  a sua verdade tomada  unilateralmente,  desconsiderando   as diferenças  do outro, os direitos  do que passa a ser  inimigo e por isso não pode ser levado em conta.
 O sentimento  fanático  é cego, não enxerga  de forma  lúcida  no confronto   travado entre duas   partes. Por isso, as discussões  religiosas, que deveriam  ser pautadas pelo  diálogo entre diferentes, mas nem tão diferentes assim entre as duas  doutrinas   fundamentadas  no cristianismo, tornam-se  reféns do  fanatismo, abdicam    da lógica  discursiva  e  partem para o campo da batalha  e da irracionalidade..
O segundo  desvio, móvel  irracional   que toma  conta   do indivíduo  presa   do desequilíbrio no campo da  política e manifestado  pelo fanatismo, tem  muito  mais  força   e negatividade  quando    praticado   por  sectários   de  determinados  partidos  ou  de líderes que   adquiriram    relevância, em geral  figuras   que  se aproximam  do nível  do  messianismo ou  de salvadores da  pátria tão  comuns  no  Terceiro  Mundo.
São os fanáticos  que, em geral,  não passam  de eleitores convictos de que  o líder  populista, junto com seu partido,   são  pessoas  infalíveis,  de   caráter  ilibado, merecedores  do respeito  de seus correligionários  e de seu eleitorado. Esse indivíduos,  em geral  sofrem  de uma  patologia através  da qual  não podem  ouvir  nenhuma    afirmativa  de outrem  que  contrarie os  valores  e ideias  de seus   líderes e partido. Encontram-se, no  Brasil,   exemplos   típicos    dessa situação   nas figuras  de um  Getúlio Vargas,  de um  Leonel  Brizola e de uma Lula. O exemplo do Collor  passou  por perto  durante a sua campanha para  presidente do país,  mas, no governo,   a sorte lhe foi  ingrata e acabou  no que  todo mundo viu, ou seja,  de caçador de marajá passou a ser  desprezado  por aqueles   que  ficaram  fascinados  com a  suas  ideias   de salvação  da pátria. 
O terceiro desvio do sentimento   de fanatismo,  no  caso que   escolhi  para este artigo,  é o futebol, esporte  maior do povo brasileiro, com   força   gigantesca  de  movimentar   multidões de fãs, de apreciadores  normais  que sabem   ver  nesse  esporte  o encanto   de uma jogada genial  e de uma craque de verdade.
Um pensador  católico  brasileiro,  Alceu Amoroso Lima (1893-1983)  - ao iniciar, em 1919,  sua coluna de crítico literário  em O Jornal,  substituindo, se não me engano,  o  mordaz crítico Agripino Grieco (1888-1973),   usou,  durante  grande parte  de sua vida de escritor, o pseudônimo de Tristão de Athayde.
Tristão de Athayde chamou  o futebol de  “O grande catalisador.”  Ele sabia  o que dizia, porquanto   esse esporte, de origem  inglesa,   no país  foi,  de início,   praticado  pelas camadas   altas   da sociedade e,  com  o tempo,   ganhou   o amor   do  povão, da classes média, da burguesia, de alguns intelectuais, segmentos sociais  que não mais o  abandonaram.     
Em todos os rincões do  Brasil, principalmente entre  os mais  pobres,  o futebol  é sempre uma festa e uma esperança  de   deixar  um menino de talento futebolístico  com a esperança  de se tornar  um campeão, um grande jogador,  a ser  disputado  pelos  ricos  clubes   da Europa e de outras partes do mundo. Os jogadores   de talento  tornam-se  ricos e por isso  são disputados  pelas mulheres bonitas com amor  e sem amor.
Pois é esse esporte onde grassa também  o fanatismo e desse para a violência é um pulo.Hoje em dia,   o fanático, em torcidas   organizadas,  é um barril de pólvora,  um perigo  iminente,  causador  de  mortes, de pancadaria, de extrema selvageria dentro  dos estádios e fora deles. Esses torcedores  são  igualmente  doentes,  sofrem de psicopatias e são indivíduos  que devem ser  vigiados  pelos  órgãos de segurança, sob   pena de transformar  o  futebol  em esporte  sinônimo de extrema  violência.
 Como mobiliza  grandes   multidões de fãs, o futebol  é facilmente  instrumentalizado   por  estratégias de setores  do governo  e da mídia que  bem sabem  dele  tirar partido,    inclusive subliminarmente,  tendo  por objetivo  usá-lo    como amortecedor  social e dominação   política no pior sentido da palavra, da mesma maneira sendo uma  forma   segura  e  milionária de  ganhar  rios de  dinheiro facilmente  e de  fazer a festa dos detentores  do poder  econômico que administram,  promovem e  estimulam ideologicamente   um esporte   que não  nasceu    com  a vocação  de  ser instrumento   desse poder. No entanto, essa modalidade esportiva deixou, a partir de certa fase de sua história, um rastro de  oportunistas, prestidigitadores, cartolas, empresários  inescrupulosos  e o  poder público cooptado.  Tudo  maravilhosamente  entrosado para o bem das nações  e da mídia  nacional e  internacional.


terça-feira, 27 de agosto de 2013

Escolas públicas municipais e estaduais: o exemplo do Rio de Janeiro





                           



                                                        Cunha e Silva Filho


                 Você sabia, leitor,  que há professores do ensino superior  que têm  vergonha – esta  é a palavra  mesmo – de confessarem que, algum tempo atrás,  já foram  professores da rede estadual ou municipal? Pois é. Se vexam de serem  mal  interpretados, como se a condição de  professor  universitário  os fizesse melhores. Vergonha tenho eu  de constatar que professores assim   se comportam. Não são, na verdade, professores no sentido mais rigoroso  do termo. São vaidades em  forma de professor. Lembro=-me  de que  o crítico literário  Afrânio Coutinho (1911-2000), segundo  me informaram,  tinha o maior gosto de ser chamado de professor, simplesmente  professor,  sem  o penduricalho de “universitário ou de “doutor.”  
           Ora,  leitor,  professor, seja de que nível for,  se  tiver talento e vocação para o ensino, será  estimado  pelos seus pares Ao contrário, se for um professor universitário medíocre,   sem vocação e investido apenas  de  empáfia  e de soberba,  nunca terá   a consideração  de seus colegas acadêmicos. “Mas, você está enganado, colega,”  me apartaria  o  tipo de professor descrito  no parágrafo  acima.” Se você é professor   do ensino superior,  isso lhe dá  status, respeito da sociedade”  Talvez neste ponto  o vaidoso  professor  esteja certo ao se referir  ao pensamento comum  e médio da sociedade.Ainda assim,  vejo   que  esse comportamento   de um professor   que  se  constrange em declarar  ter  lecionado  no ensino  fundamental ou médio, é um sinal  de  estreiteza  espiritual e de empobrecimento   mental..
Pense-se no  passado,  fixemo-nos nas décadas de trinta,  quarenta, cinquenta e até inícios  de sessenta, e vemos como  o  professor   ginasiano ou  do  ensino médio ( nível  clássico, científico, técnico, o que for)  era muito  respeitado, e respeitado  também  pelo aluno e pela sociedade. E veja que grande parte  deles, nos tempos mais  recuados,  não  detinha  nem mesmo  diplomas  do ensino superior, do que hoje se  chama  graduação específica  através do bacharelado e da licenciatura. Naqueles tempos, era uma honra ser  professor  do ensino médio ou  do ginásio. Até na indumentária,  o professor se distinguia. Ia dar suas aulas  bem vestido,  de terno, bem cuidado. 
Absurdamente,  foi  com  a Escola  Nova  que  a figura do professor, com exceção  dos do ensino superior,   se abastardou   para infortúnio da sociedade  que não  soube  valorizá-lo.Digo  isso  por experiência  própria, pois  com  orgulho  fui professor do  ensino  fundamental  e médio  durante  toda a minha  atividade  docente somente abrindo exceção para o período de  dez anos  em que  lecionei  em universidade e mesmo assim  concomitantemente com  o ensino médio. Não me pejo  de todo  esse  currículo  vasto e longo da minha  vida  no magistério. Vou-lhe contar  um segredo:  conheci muitos professores do ensino  médio  de altíssimo  nível, professores natos,   estudiosos  e que produziram  muito nas suas áreas de atuação.
Conheci  um professor  do mais alto  nível e do qual  tive a honra  de ser aluno que nunca negou  ter sido  professor do ginásio,  do ensino médio e, só depois,  dedicou-se   inteiramente  à universidade. E não me  refiro aqui apenas  aos professores  do ensino  fundamental e  médio dos grandes colégios que ministram  estes níveis de ensino, como   o Colégio  Pedro II,  o Colégio Militar   mantido  pelo  Exército  brasileiro, Escolas Técnicas e outras  semelhantes. No meu estado natal, o Piauí, da mesma  forma,  fui aluno de grandes  mestres no ginásio e no científico  dos quais   sinto o máximo   orgulho, contando  entre eles, com  o exemplo  do meu  pai,  o professor Cunha e Silva (1905-1990), que me lecionou   francês no Ginásio  “ Des. Antônio Costa”, em Teresina.São muitas  as figuras  eminentes  de professores   desses níveis.
Não foram,contudo,  os professores que  degradaram  o ensino  brasileiro  público. Foram  os governos de uns anos para cá,  com  políticas educacionais  enganosas,  onde o ensino  valia mais pela burocracia e pelas estatísticas  enganosas.
De nada vale uma   modernização de fachada na escola brasileira   pública se,  na prática,   pouco  se fez  notar  de mudanças   progressistas.  Só demagogias,  contando com  o conluio e o silêncio   nefasto de grande parte   do professorado.
Com  o crescimento  estrondoso da  população brasileira,  e,  por  conseguinte,  com o aumento   ciclópico  do número  de alunos em todo o país, sobretudo de extratos  baixos e médios  da sociedade,   a   educação    se tornou de massa,  e não  se deu, em troca, uma   sustentação  pedagógica efetiva,  real,  correspondente  aos avanços    do campo da Educação no mundo   civilizado.. Ou melhor dizendo,  com  o desenvolvimento   das teorias  ligadas ao  ensino e à aprendizagem, só uma  parcela  pequena   da escola brasileira  tem  acesso  a esse avanço  de técnicas   e de didática no ensino-aprendizagem, a do aluno  pertencente  aos  aquinhoados economicamente que podiam estudar nas grandes  e prestigiosas   escolas  brasileiras, ficando  a outra parte  da  população em  idade escolar  relegada  às escolas  das prefeituras   e da rede  estadual.Quer dizer, existem dois tipos de ensino no país: o dos  afortunados e o dos pobres.
O crescimento  do país  em  algumas  áreas pôde ter nível  de excelência, mas a educação  pública  dos estados e municípios não de beneficiou   desses avanços  econômicos,  tecnológicos e de alto  padrão  de ensino  só  acessível  às famílias  de elevado  poder  econômico.
Aqui se explica o descompasso  gritante  entre  o ensino  público e o  privado de alta  qualidade, não se  olvidando    o fato de que, no ensino  privado  há, conforme  o nível e estrutura de cada  escola,  o mesmo  nível de descalabro  didático-pedagógico    que se iguala, assim,  ao  ensino  público em geral. Esta é uma das indecências de  ensino  fundamental,  médio e  - não podemos   calar - superior  privado  no país.
Com  o abandono  do ensino público  municipal e estadual pelas autoridades   responsáveis pela  educação de forma generalizada e por  longos anos,  prejudicada ainda  pela deterioração crescente  dos  baixos salários, o professor teve  sua  profissão aviltada, desrespeitada   colocada em  plano  subalterno  em relação  a outras carreiras   liberais. E nisso os professores não contaram com  o apoio  dos pais dos alunos  que  só sabem cobrar  dos docentes e não lhes perguntam  por que  razão  os professores não oferecem    um ensino  de real qualidade.  Em passeatas de professores  reivindicando, sem sucesso,   há longos anos  por melhoria de condições  de trabalho  e de salários, os mestres nunca  tiveram  o apoio e a solidariedade nem  das famílias nem  da mídia que, muitas vezes,  em reportagens,    colocam  os pais  de alunos contra o .professorado. 
 Em país capitalista   como  o nosso,  só se respeita  um profissional quando  este  é bem remunerado, o que é uma  insensatez  e  falta de sensibilidade da sociedade  brasileira, talvez não só  brasileira, pois em alguns  outros países o professor  não é  tampouco bem  remunerado.   O nível de consciência da sociedade  brasileira  está longe  de  atingir  aquele ponto  desejável  em que  a família  bem esclarecida   compreenda  os  valores   e a dimensão fundamental   da atividade  do ensino. Só com uma sociedade    esclarecida  e  politicamente   consciente  é que   se conseguirá   valorizar   a figura do  professor, o seu  trabalho,  a grandeza  do que significa  para  o desenvolvimento   cultural, econômico,  tecnológico  e científico de uma nação  que  se preza e aspira a um desenvolvimento integral..
Enquanto   tivermos   governos   que desprezam  os valores   do ensino, da educação, da aprendizagem   efetiva  e da  pessoa  do  professor do ensino fundamental e médio, as nossas escolas públicas municipais e estaduais  não passarão  de ser   reservatórios   onde  grassam  a criminalidade,  o  uso da droga, a violência  nas escolas  e  contra a os professores que há muito  perderam  o respeito  dos alunos,  alguns até delinquentes – isso mesmo! -   que vão às escolas    somente   para   atrapalharem  a atividade  do professor, constrangendo-os e até mesmo – e são  muitíssimos os casos  em todo  o país -   praticando,  repito,   atos de  selvageria  contra os docentes, utilizando  palavras  de baixo calão contra os mestres,  desrespeitando  o interior  da sala de aula, provocando neste ambiente, que deveria ser sagrado  para o exercício  da aprendizagem e  a convivência harmoniosa entre alunos e mestres, .brigas entre si,  tumultos,  gritarias, impossibilitando   qualquer  aprendizagem  em sala. É o pior momento  vivido  pela escola pública  brasileira..
A atual fase em que se encontra o ensino  público  do Rio de Janeiro  talvez seja  a mais  grave se confrontada  com um período que tão  bem  vivenciei  como  professor  da rede pública. Aludo  ao período  que medeia entre os anos  1976 e  1998. Este  desmando  na escola  pública  é fruto apodrecido  de um país que não encontrou, até hoje,  o caminho certo e definitivo  de uma  escola  pública    respeitada pela sociedade  brasileira, não a contrafação  de uma escola  pública que temos  hoje, um caso  de polícia contra os poderes  políticos.



sábado, 24 de agosto de 2013

BRAZIL'S OVERVIEW CORNER. SYRIA, A COUNTRY FORGOTTEN BY THE UN


[There is a Portuguese translation of this  article after the English text]





                                                                                         By Cunha e Silva Filho


                   Bashar al Assad’s  government evil  actions  against  the  Syrians has  gone too far, as it is not  possible  to foresee what  else is underway  regarding  successive  massacres brought about by air  bombardments reported  almost daily on  TV channels  and other media all the world over.   
                  These   kinds   of  misdeeds  have,  as far as I can  understand, tended to become second-nature  to the  daily life of  Syria’s people. Furthermore,  what is  astounding  is  the fact that one has not seen any  concrete  attitude  taken  on  the part  of  the UN. What on earth  is happening  to  the  minds of this  international organism    entitled to  take strict  measures against  all the  slaughter  committed by  a dictator  who  does not  care a bit  for what  the world  community may think of his   crimes?               
                 Lately  it has been reported in the media that  at least  hundred of people have been  killed or seriously  injured  (ghastly scenes with  children and adults with their bodies burned  or lacerated) by  chemical weapons – a kind  of  weapons   the use of which is not  approved even during  war  time. It is up to the UN to quickly  check  whether    these  coward and insane attacks have actually been  carried out. This  absurd of  savagery    cannot be  endured  by the world community  any longer. Something must be done   before  these   actions  turn into   genocides  crimes that ought to be  strongly  repelled  by our civilization. Indeed,  it is a crime against  mankind  inasmuch as we all  share the  same  feelings of outrage before  these terryfying  deeds.
               For some time now    I have been   writing   repeated   articles  strongly  criticizing Syrian  government for its real  terrorist   attitudes  towards its  people besides  having played  continuous havoc on  its cities, here  including  buildings,  residences, parks,  imposing  architectural constructions and all that  a city is made of, i.e., its  whole  infrastructure. All the  main  cities  of Syria  have suffered continuous   devastation. But what about their   people,   their children, their elders? Will they go on   migrating   to Turkey and other   neighboring  countries?  What will happen to the   fate of the already massive  emmigration? Who will be held responsible for all the massacres practiced so far in Syria
It is up to the UN to try to solve this unbearable   situation. Consequently,  its  Security Council  should  do  the utmost   to take  firm  and pressing   steps against this  carnage  as otherwise it will bring discredit on that  international organism. No use  sending  commissions to watch over  what is  happening  there,  since  the massacres are well known  by  international  press and other  media. To  confirm   all  that  is too obvious and a waste  of  time. Everything  the world community needs  is concrete and effective measures against the dictator that might lead to his final fall of power in Syria --  event that goodwill men expect to come true as early as possible.
However,  there is one  unfavorable factor  that one should  point out in the  conflict: the country  is  split into  two major  sides,  one is  on behalf of  the dictator. Of course   this  group is formed by  the  military  forces and  the political  entourage of the  dictator. In  other words,  the partisans  that belong  to  the privileged  people who are   still  leading a  life style  modeled on  the  privileges and  lavishing   life  conditions. The other group is made up of the  so-called opposition or rebellious  of the  regime a long time  installed in power.
So many  people have been killed in  Syria  over  two years of  a civilian  war that it is high time the dictator  should be  summoned  by the competent  international organisms to  account for all the  crimes  he is being blamed for so far, especially now  owing to the  supposed   Bashar al Assad’s  responsibility  for allowing  his army to make use of chemical   weapons  against the  opposition.
At least  two major  countries,  The United States and France have  declared  their  disapproval  of  the misdeeds  committed by the  dictator. Russia, which is   regarded  as an ally to Syria,  ought to  change  its  position, mainly because if  it  does not  react to    the atrocities  ordered by   the ruler of  Syria, it might be  understood  as  a country  that is giving  support, at least  politically,  to the   actions  of  the  dictator.  This  position of  a country  of the importance   of Russia is no good  for its  international  political and economical  relations  with  the rest of  the world.  Of course,  one knows that  the United States, for  example,  albeit being an example of  democracy, has also been  involved, in some  cases and in different  times,   with   a bad use of  its foreign  policy.
However,  one  cannot  deny the fact that both  The United States and Russia have played important  roles towards world  peace, being  a good example   their contribution to the Second World War. Rigorously,  no country is  thus totally  innocent and  blameless along the  History  of  mankind. Nevertheless,   when  facing   present   violence  in some  parts of the world, as is the example of  Syria,  one  cannot  accept  human  killings of  innocents and helpless  ones.    It is   a healthy attitude to express solidarity with those who   are thwarted in exerting  their dignity, citizenship and freedom.
I trust that the  mentioned world  powers  should  in-depth rethink their  home   interests, economically or ideologically considered, and  help  those who are dying  in Syria now before  our distraught  eyes  watching the awesome  view of the Syrian  tragedy.







A Síria, um país esquecido pela ONU

                                                        Cunha e Silva Filho


                     As ações maléficas do governo de Bashr al Assad contra os sírios foram longe demais, já que não  é possível  prever o que ainda se tem pela frente no que diz  respeito aos sucessivos  massacres causados por bombardeios aéreos quase diariamente  mostrados  pelos canais  de TV e outros  meios de  comunicação no mundo  inteiro.
Estas formas  de  atos  perversos tendem , até onde posso  entender,   a se transformar numa  espécie de segunda natureza no  cotidiano  do povo sírio. Além disso, o que é espantoso é o fato de que não se tem tomado  nenhuma  atitude  concreta por parte da ONU. O que diabo  está  acontecendo com  os ânimos  deste organismo  internacional com poderes para  tomar  providências rigorosas contra  toda a carnificina  praticada por um ditador que nem está aí para o que a comunidade  mundial  possa  pensar sobre seus  crimes?
Recentemente a mídia  tem informado  que, pelo menos,  centenas  de  pessoas  foram  mortas ou seriamente  feridas (cenas assustadoras com  crianças e adultos com  seus corpos queimados ou lacerados) por  supostas  armas   químicas – um  tipo de arma cujo  emprego não é permitida mesmo  durante épocas de guerra.. Por conseguinte,  compete à ONU de imediato  examinar se  estes ataques  covardes  e  insanos  realmente  ocorreram. Este absurdo de  selvageria  não pode  mais ser  tolerada  pela comunidade  mundial. Alguma coisa  tem que ser feita antes  que  tais  ações virem  crimes  de genocídio, os quais  devem ser  duramente  rechaçados   pela  nossa civilização. Na realidade,  isso vem a ser uma  crime contra a humanidade visto que todos nós  compartilhamos dos mesmos sentimentos de    ultraje diante  de atos  amedrontadores.
Há algum tempo  venho  escrevendo  artigos  criticando  asperamente  o governo sírio em virtude  de  suas   atitudes  de  natureza  terrorista para com  seu  povo, além de  constantemente  provocar  devastações  nas suas cidades, aqui  incluindo  edifícios, residências, parques, imponentes  construções arquitetônicas e tudo que constitui  a estrutura de uma cidade, i.e.,  toda a sua infra-estrutura.. Todas as principais  cidades da Síria têm  sofrido  contínua   destruição. Contudo,  o que dizer de seu  povo,  de suas crianças, dos velhos? Continuarão  migrando para a Turquia e outros países  vizinhos? Quem se responsabilizará  por todos os massacres  perpetrados até agora na Síria?   
Compete à ONU procurar  solucionar  esta situação   insustentável. Em consequência,  seu Conselho de Segurança  deveria envidar todo  o seus esforço  a fim de  tomar  providências  firmes  e  urgentes contra a carnificina, pois do contrário  este  cairá no descrédito. Não adianta que comissões de observadores    vejam  o que  está acontecendo lá, de vez que  os massacres são do conhecimento  da imprensa internacional e de outros  meios  de comunicação. Para  constatar  isso tudo não passa de uma obviedade e perda de tempo. Tudo que a comunidade mundial   exige da ONU  são medidas  concretas e efetivas contra o ditador  que possam  levá-lo à derrocada de seu  poder  na Síria  -  acontecimento  esse que os homens de boa vontade esperam logo ver  materializado 
Entretanto,   existe uma fator  desfavorável que se devia  assinalar no conflito: o país está rachado em duas  grandes   partes, uma  que está ao lado do ditador. Naturalmente  este grupo  constitui sua  força militar e a entourage política do autocrata. Em outras palavras,  os partidários que pertencem  aos privilegiados que ainda  levam  uma  vida  moldada por  prerrogativas e condições de vida  luxuosa. O outro  grupo  constitui a chamada  oposição ou rebeldes  contrários a um regime há longo  tempo implantado no poder.
Tantas  pessoas  foram  assassinadas na Síria  durante  dois anos de guerra civil que já é hora  de  os organismos competentes  internacionais  convocarem  o ditador a fim de  dar explicações   para os crimes  que lhe são atribuídos até hoje,  sobretudo  agora  diante  da suposta  responsabilidade  de Bashar al Assad   de  ter permitido   que seu exército empregasse   armas químicas contra  a oposição.
Pelo menos dois grandes  países, os Estados Unidos e a França declararam  seu repúdio aos desmandos  feitos  pelo ditador. A Rússia, que é tida como um  aliado da Síria,  deveria  modificar  sua posição,  mormente  porque se   não reagir  às atrocidades  comandadas  pelo  governante da Síria, poderá  ser interpretada  como   uma país  que esteja dando  apoio político às ações do ditador. Tal  posição de um país  da importância da Rússia não é conveniente  para a suas relações políticas e econômicas no âmbito  internacional. Decerto sabe-se que os Estados Unidos, por exemplo, embora sendo uma nação democrática, também já se envolveram,  em alguns  casos e em  épocas  diferentes,  com   práticas  reprováveis em sua  política  externa.
Todavia,  não se pode  negar a circunstância de que tanto os Estados Unidos quanto a Rússia já desempenharam  papéis  relevantes  relativos  à paz mundial, sendo um  bom exemplo a contribuição  de ambos   na Segunda Guerra Mundial. A rigor,  nenhum país  é assim  inteiramente  ingênuo e livre de culpas ao longo da História  da humanidade. Contudo,   ao depararmos com a violência em algumas partes do mundo, como é o  exemplo da Síria,   não se  poderá aceitar matanças  de inocentes e  desamparados. Seria uma atitude  saudável  expressar  solidariedade  a quem é impedido  de  exercitar sua  dignidade,  cidadania e liberdade.

Confio em que as potências  citadas  hão de  repensar  em profundidade  seus interesses internos e   externos,  econômica e ideologicamente considerados, e ajudar aqueles que  estão morrendo na Síria atualmente diante dos nossos  olhos conturbados pela visão  do pavor  da tragédia síria.

terça-feira, 20 de agosto de 2013

Tradução do poema "La lune", de Paul Verlaine (1844-1896)




                La Lune

La lune blanche
Luit dans les bois;
De chaque branche
Part une voix
Sous la ramée…

O bien-aimée

L’étang reflète,
Profond miroir,
La silhouette
Du saule noir
Ou le vent pleure...

Rêvons: c’est l’heure,

Um vaste et tendre
Apaisement
Semble descendre
Du firmament
Que l’astre irise...

C’est l’heure exquise!


           A lua

Branco luar
Os bosques inunda
De cada ramo
Sob a ramada
Parte uma voz.

Oh!  bem-amada!

Reflete  o lago
Profundo espelho
A silhueta
Do salgueiro negro
Onde chora o vento...

Sonhemos: esta é a hora,

Ampla e terna
Plena  paz
Baixar  parece
Do firmamento
Que o astro irisa...

É a hora excelsa!

                                  (Trad. de Cunha e Silva Filho)




domingo, 18 de agosto de 2013

Genocídio à vista: o caso do Egito




                                               Cunha e Silva Filho


        Não foram os  parentes e amigos das vítimas de soldados assassinos do regime  golpista instalado no Egito as únicas testemunhas  do massacre sem dó nem piedade contra seguidores  da Irmandade Muçulmana  à qual pertence o ex-presidente Mohammed Mursi, que, agora, se encontra  preso e incomunicável.   Testemunhas foram  todos os que, pelas diferentes mídias,  puderam, consternados,   ter notícias da  truculência e ferocidade das armas contra   civis, em geral,   desarmados. É fácil, é muito fácil   metralhar  quem não pode se defender  do fogo das armas genocidas.
Os partidários   da Irmandade, revoltados com  a queda  do  Presidente eleito  pelo  povo, reagiram  em  maciças  manifestações   de protestos contra  o  Exército e o novo governo  golpista   tendo como  presidente interino, Adly Mansur. O premiê interino, Hazem al-Blebawi,  já está  pedindo  a dissolução daquela irmandade que,  se for efetivada, passaria à clandestinidade. Tal  ação  só  tornará mais   acirrada  a hostilidade dos  partidários  da organização  islamita, que a obrigaria,  por força das circunstância,  até à prática do terrorismo e, quem, sabe,  a uma  nova  guerra civil  entre  os compatriotas   egípcios.
Não  se  pode  negar que  o  presidente Mursi andou  tomando  decisões  duras que não agradaram   o lado  laico   da população, inclusive  com  mudanças    que não constavam  nos seus  pronunciamentos de candidato  ao governo do país.
Bastou isso para que  se lhe fizessem   também  manifestações  de desagrado contra as medidas  por ele tomadas. Entretanto,  não se  pode igualmente  que um massacre das proporções  do que aconteceu agora em Cairo, com, no mínimo,  638 pessoas mortas, na quarta-feira passada, chamada de “Dia da Fúria")   pelo Exército, num ataque  covarde  de verdadeiro atentado  genocida,  seja   aceito sem   o repúdio   veemente  de todos os países e dos  organismos   responsáveis  por crimes  hediondos praticados   por ordem  de governos   de qualquer   regime.
Mursi ainda deu sinais de que  recuaria  implantar  algumas  medidas  impopulares, mas  o  caldo  já  estava entornado e os militares,  diante  do clima tenso  reinante no país,    resolveram  tomar posse pelo golpe.  Ora,  os dois  lados  andaram   errando e o resultado   foi que os muçulmanos decidiram   realizar   grandes  manifestações  contra os militares   exigindo   que devolvessem o poder  ao presidente eleito democraticamente.
Tenho  informações, através  da Folha de São Paulo,  de que os  líderes  mais influentes  da Irmandade  Muçulmana já se  refugiaram em algum  lugar ou mesmo  em  outro  país. Enquanto isso, mais  143   islamitas  foram assassinados   na sexta-feira passada,  O que  causa  espécie  é que  da parte do governo   golpista    a irmandade já está sendo chamada de  terrorista, o que  é um  contrassenso de inversão  de valores e de perspectivas. É esta sempre a versão   dos usurpadores do poder: classificar  os que se lhes opõem  como  terroristas  inimigos do povo.
Assim como  o   inferno em que se transformou a  Síria de Bashar Al-Assad, em nível menor, o Iraque,  o Paquistão,  o Egito    poderá ser mais um pais  árabe  a viver  o pavor da selvageria. Será que  esses países  não terão nunca  um   período  de  paz e seus habitantes estarão fadados  à insânia  das rivalidades  ideológicas e religiosas?  
Atualmente,  na   mesquita de  Fatah,  encontram-se acuados  alguns islamitas  “cercados  pela  Polícia e  pelas Forças Armadas” (Folha de São Paulo Mundo, 18/-08/2013).
Segundo  o articulista  internacional, Clóvis Rossi, da Folha de São Paulo, “.. não haverá  democracia nem no Egito nem nos demais países   de maioria muçulmana” caso os “setores laicos e os liberais,” responsáveis pela revolta que  derrubou a ditadura  de Hosni Mubarak não incluirem o islamismo como  componente da  política  no Egito. Neste argumento   é acompanhado  pela professora    Luz Gomez García,  que leciona   Estudos  Árabes na Universidade Autônoma de Madrid e  pela visão sobre  o assunto da revista  The Economist, na opinião de  Clóvis Rossi,  insuspeita, por sua linha  liberal e sua  ausência de  simpatia por movimentos como  a Irmandade  Muçulmana.
Se países, no passado e no presente,  ainda  praticam  ações  genocidas, ao arrepio das leis  internacional de proteção  e segurança  da vida humana,  já é hora de repensar  a funcionalidade   de organismos como a ONU com o seu  Conselho de Segurança. Se vivemos  num  mundo cada  vez mais  globalizado por vários canais   de comunicação  e de   relações culturais e  econômicas, seria a vez  de se  pensar  na formação  de organismos   isentos, autônomos, de nível internacional para cuidarem  de conflitos  que  atingem  as proporções  de crimes de guerra,  de massacres em massa cometidos  por  países  que não têm o mínimo  de respeito  aos direitos humanos,  ao direito, em fim, de viver em liberdade num contexto democrático sadio  e amante  da paz entre todos os povos.
Organismos  tutelados não servem mais nem  nunca serviram  inteiramente aos interesses pacíficos  da normalidade  da vida   em sociedade, agora,  uma sociedade   planetária nas suas  múltiplas  relações   internacionais. É factível isso? Creio que sim. Só depende  de negociações  sérias  e desinteressadas  entre  países, da vontade concreta  dos governos que estejam   prontos  à cooperação, sobretudo   a que visa á paz duradoura, se é  que   está acima de nós humanos  chamarmos de paz definitiva. “Nada é definitivo, nada é para sempre,” certa vez  me corrigiu  uma dentista  quando lhe  perguntei   pela  duração  ou certeza  de alguma coisa  relacionada à sua profissão.

Já   se está falando  por algum tempo  em  “princípio  da jurisdição  universal,”  não sei se só aplicado  a crimes  de militares. Mas, é um bom começo  e deveria ser aperfeiçoado e posto  logo em prática. Responsabilizar  líderes militares ou ditadores  civis ou militares, enfim,  qualquer  governante   de  índole autocrática   que possa ser  punido  em tribunais  internacionais sem apelos a brechas  da Justiça seria uma advertência  a futuros  violadores  dos diretos humanos  e a  genocidas  em  potencial. Governos discricionários, em qualquer parte do  globo,  pensariam duas vezes por seus atos  de carnificina  se  soubessem que   uma espécie de advocacia  efetiva, independente  e  respaldada por  Penalidades   Internacionais lhes custariam     a perda da liberdade, servindo  tal  procedimento  legal como  força  dissuasória  de ações  de crimes hediondos contra a Humanidade.

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Governos e políticos, atendam ao povo!

                   



                                                                  Cunha e Silva Filho


         Enquanto  as nossas autoridades  constituídas, nos vários poderes, nas várias instâncias de decisões efetivas e legais não  transformarem  os gritos das ruas, principalmente,  no Rio de Janeiro e em São Paulo,  em ações concretas, em mudanças   visíveis de políticas públicas e sem tergiversações,  o  país se vai tornando  insuportável para quem  vive nas nossas grandes cidades. Pipocam,  aqui e ali,  passeatas de diversas categorias  profissionais, exigindo  o mínimo de decência  dos governantes.
A sociedade civil,  sobretudo  através das vozes  da juventude,   está  determinada   a dar  um  ultimato  aos políticos  sobretudo ante  o  estado   de  desconcerto  geral e de desmoralização  no trato   da coisa pública. O povo não mais acredita  nos  políticos e a porcentagem  de  desaprovação   praticamente atinge  100% se fosse feita  uma  enquete  correta  e  digna de crédito.
Não se  confia  mais  na governança das autoridades após tantos anos  de crescente deterioração  de nossas instituições.Se tivéssemos a possibilidade de ouvirmos as conversas  nos lares  brasileiros, na intimidade das famílias, dos amigos,  do colegas  de trabalho  ver-se-ia facilmente  o quanto  há de indignação no coração  dos nosso compatriotas diante  de tudo  que anda  errado  no país. Chegou-se a uma exaustão,  ao   limite   além  do qual  só  divisamos  mais   protestos  e  senti mento de revolta contra  as instituições   políticas, completamente    desacreditadas no seio  da população brasileira.
O quadro político-institucional nada tem   de alvissareiro. Muito ao contrário. Durante algum tempo,  acreditava-se que,  se mudássemos   os políticos  velhos  por políticos  jovens,   a política   brasileira  melhoraria já que  se presume que  os moços  trazem novas  ideias, limpas  da lama  suja   de  políticos  meramente    profissionais. Qual nada,  o   país tem conhecido   novos quadros  de políticos e estes  não se  mostraram em geral   diferentes dos   mais velhos. Uma outra agravante:  os jovens  bem  intencionados nada podem fazer  sozinhos e,  de  certa  forma,    entram no jogo   dos interesses  pessoais, das mordomias,  dos altos salários,   da vaidade  e  são cooptados   pelo desmando  e  pela  falta de ética  dos  desonestos. E essa ciranda  de  práticas de malandragem  política   contamina  a todos. O jovem político, vendo que nada pode  realizar  sozinho,   acomoda-se e passa a  atuar  como  figurante, sem peso nas decisões dos líderes de plantão,    indo de roldão   no vendaval   da falta   de  espírito  público  dos que  sabem maquinar   o jogo  político  com seus  instrumentos  maquiavélicos.
Dessa maneira,   a falta   de ética  toma  conta   de todos os espaços   da prática  política, ou seja,   instaura-se  o reinado   da carnavalização   das  atitudes,  dos comportamentos,   das ações  e das decisões  tomadas   contra  os reais interesses do povo no que respeita a   vitais  setores   da vida  social: a educação,  a saúde,  o transporte,  a segurança. Bastaria  tudo  isso  ser  moralizado  para o bem público  que  os gritos  pouco a pouco  iriam  se abaixando até o silêncio que conduziria à normalidade   da sociedade.
A gritaria  do povo  imperiosamente  tem  que ser  levada  em conta antes que seja tarde demais  para  a manutenção   dos  princípios democráticos.  Se os governantes teimarem  em  suas posições  arbitrárias, autoritárias  e sem    ouvir as multidões,   o país     sofrerá   consequências   imprevisíveis. Ora,  se  os eleitores   colocaram  no poder  governantes  ou  seus representantes   municipais,  estaduais e federais, cabe  a estes se submeterem  à decisão   popular, i.e.,  renunciarem  aos seus  cargos  ou mandatos. Somente assim  se livrarão   da ira   dos indignados  e dos oprimidos.
Simplificadamente, esta  é a realidade   de um país  no qual  a máquina do Estado  vai mal praticamente  em  quase todos  os setores  da sua estrutura. Se existe  uma  massa  ignorante   de pessoas  que  não acordaram  para   estes desafios,   o país, na maior parte de seu todo,  está  descontente,   lesado em seus direitos  inalienáveis de cidadania, de prestação  de serviços, de viverem  uma vida   mais humana, mais verdadeira,  a salvo   das carências   naqueles setores vitais  já citados.   
A normalidade  do país  está  nas mãos   dos políticos  e  da liderança  máxima, que  é a figura da Presidente  da República. A única arma  do povo   está nos seus  protestos   sem  vandalismos, mas na sua firmeza  de  posições  contra os desmandos   políticos, a corrupção, a impunidade,  a violência nas ruas  ceifando   inocentes  de todas as classes sociais. A normalidade está  nas mãos  daqueles  que  devem  entregar seus cargos  por incompetência,  por desídia e malversações  do erário  público.
O que o brasileiro  está exigindo   dos que detêm  os atuais mandatos políticos  não é nada fora da realidade: é apenas o direito  de o cidadão  dispor  do destino   de seu voto. Reconhecer   esta circunstância  por parte  dos governantes  é mais  digno  do que  continuar  no  poder  sendo  execrados pela coletividade. A maior derrota   de um  político  é ser   odiado  por seu  povo.
A  situação   de  flagrante   quebra de autoridade, a vivida atualmente pelo governo   do Rio de Janeiro, cujo governante exibe o mais baixo  índice de aceitação  dentre os governadores  do país e, na minha opinião,  o governante  que mais   causou   rejeição da população em toda a história  política  do   Estado do Rio de Janeiro,  exige   que  Sérgio Cabral   tome    uma decisão  séria: a de  renunciar ao cargo para o bem  e a  manutenção  da ordem e  paz  do povo  fluminense. Para ele, não há mais espaço  político  e creio que ele mesmo   também  tenha a  consciência  de que  esse lhe é o melhor caminho a seguir.
É óbvio que,  ao renunciar  ao cargo, ele  não  está  imune  às  acusações  que  pesam  sobre a sua administração.Os malfeitos de um   político  não podem   ficar  incólumes.E o mesmo se diria  de um prefeito,  de um  vereador,  de um deputado  e de um  Presidente da República. Atendam ao  povo,  se quiserem  uma nação  unida, feliz  e pacífica.
O nível de amadurecimento  de nosso  povo  parece estar  mudando e, se  esta melhoria  de consciência política  se mantiver,   seguramente   em pouco tempo,  teremos  um país na realidade  democrático para valer, não  tipos  de  democracias “relativas” ou democracias  “mascaradas “ praticando   ações  atrabiliárias     usando  a força  policial  para   espancar  professores,   estudantes,  trabalhadores, cidadãos brasileiros, alimentando a    rebeldia do  povo contra  policiais  truculentos e despreparados. Não é lançando   gás lacrimogêneo,  tiros de borracha ou outros instrumentos  de selvageria em país  que se diz  democrático que os governantes  resolverão  os protestos   do povo.


segunda-feira, 12 de agosto de 2013

BRAZIL'S OVERVIEW CORNER: Where are the UN, NATO and the like?

BR
                     [  The translation of  this article follows the English  text]

                                                                                                                  By  Cunha e Silva Filho

                               I’m a constant reader of  newspapers section dealing with news and  international  reports. To accompany what is going on  around the world is a way of better understanding my country. Thus,  I have been doing it  for quite  a good time and I do expect to  go on doing so. Obviously,  I have also  followed on TV, in the internet and,  some time backwards,   I used to listen to a lot of  news on the radio, mainly what I could pick up in the old program  broadcast  by Voice of America, through a section called Special  English.
                            These    kinds of news are still  maintained  via internet with all advanced  technological  resources  in  news broadcast and in  the  teaching of English  language, somewhat similar to the   BBC in London. At the time  I  used to tune on to he Voice of America, from  time to time I received a short  magazine   I subscribed, free of charge,  to  the Voice of America  program, announcing  the  programming ,schedules and  containing   articles related to some    good texts  around  different   subjects.
                   To  listen to those news broadcast on the radio by the Voice of America  I combined the usefulness with  the pleasantness, as  I could improve my English ability and my  pronunciation, with the option  of  choosing  the American  English  which  I think is clearer, in as much  the same way  as  this aspect  was viewed by Paulo Rónai (1907-1992),  a  Hungarian born and a  prized and distinguished translator, a polyglot, a teacher, a textbook writer, an  essayist and literary   critic  who, fleeing from the Second World War,  came to Brazil.   Afterwards, he was  naturalized. Brazilian. He once  stated that   having  learned some  Portuguese   in his home  country, when arriving in Portugal,  he could understand  nothing  when he heard  a Portuguese  native speaker, but, as soon as   he disembarked at  Praça Mauá (Mauá Square)´ seaport, in Rio de Janeiro,   he  was surprised, as  no sooner had he  heard a   porter than  he could  understand  Brazilian   Portuguese    very well. In Rio de Janeiro he settled down and later became one of   the most  influential  foreign  intellectuals in my country quite well  integrated  in  Brazil’s  cultural  life.
                    However,  let us change  the subject, since the theme of this article is geared to  what evils facts are  being seen in the world. The Planet faces  serious  problems, being the first of them -  the most disastrous one -  the civil war in Syria, the  turmoil in Egypt, whose  people are divided  between  the dethroned president and the partisans of the  military  temporary  government; the conflicts in Iraq, the  international  terrorisms; the case of American  espionage conducted  on a scale almost paranoid as far as  terrorism is concerned,  fact which  brought about  sort of  cooling  diplomatic relations between  USA and Russia; the new religious  conflict in Ireland  between catholics and  protestants; the   ever threatening presence of Al-Qaeda terrorist  group; the continuous  maintenance of Guantanamo  prison and, in Brazil, the  persistent escalating level  of corruption in Brazilian political  life involved with  home private companies and foreign ones.
                  As can be seen, these crucial  issues which  the   contemporary  world is  going  through are not too few, not to mention the deteriorating  world  economy  in some countries  of  European  Union, such as in  Greece,  Spain, Portugal. I am not going to comment on   all these  issues.
                   Nevertheless,  I am  going  to lightly  tackle the violence issue in the form of  civil  war in Syria. In past  articles of this  column I have too often dealt with  the issue and what  I have seen, read or heard is the  repeated   gloomy and tragical  scenario of bloodshed  of innocents killed and the  continuous destruction  of the country that  follows unbridled, i.e.,  we do not  have any  news of a  decisive  step taken on the  part of  the UN or its Security Council  towards  finding  a way  out  for the  solution  of this  outrageous situation. All that is heard  in terms of  news is that  meetings  will be  held to  decide  over what  will be done as to the  matter. However,  nothing of concrete measures  have so far been  taken from  that international  organisms and, what is more, thousands of lives have been sacrificed over the past two years of fighting.
                   Such   bloodshed has caused a massive flight   of its   population   which, leaving behind everything,   seeks shelter in the first neighboring country. It is not possible that countries   like Russia or China  or other allies of Syria may not  see such  misdeeds that  are being  done by Bashar al-Assad’s military  forces.
                   It is not   possible that the USA together with other powerful  nations do not do any major effort in order to find a way out to stop the bloody actions fulfilled by  Bashar al-Assad’s bloody dictatorship. Needless to remind these countries of their   responsibility and leadership as world  powers  to   ease the  afflictions of Syrians,  at least  for humanitarian  reasons or  out of human  understanding at this  height of the twenty-first century.
                  May they forget their private, economical and ideological interests, and rather,  find a way towards peace that might put an end to so much  slaughter among  brothers of the same  country. Mankind is tired of so many   deaths. It is high  time we    had peace! Peace is not a Utopia,  inasmuch  as it  reinforces the  gift of life, the best   one we have in  the short span of   our existence  on Earth..


Onde estão a ONU, a OTAN e  organismos  similares?


                                                        Cunha e Silva Filho


              Sou um leitor constante  da seção  de jornais que  versa  sobre  notícia  e reportagens  internacionais. Acompanhar  o que  ocorre no mundo é uma forma de eu  entender melhor o meu  país. E assim  venho fazendo  há tempos e continuarei  fazendo. É óbvio que também    vejo  notícias  dessa espécie na tevê, na  internet, e, em tempos  recuados,  ouvia muito  notícias pelo  rádio, sobretudo  o que  podia captar no velho  programa  Voice of America, através de uma seção   chamada  de Special  English, que ainda é mantida via internet  com todos os recursos  tecnológicos  de difusão  de notícias e de  ensino  da língua  inglesa, à semelhança da BBB de Londres.No tempo em que ouvia  a Voice  of America  pelo rádio,  de vez em quando,  recebia, por assinatura gratuita,  uma pequena  revista anunciando  a programação e incluindo  bons  textos  sobre  temas  diferentes.
            Eu  aliava o útil ao agradável, neste último caso  porque melhorava meu inglês e a minha  pronúncia com  opção pela  inglês americano, que acho muito  mais  claro, da mesma  forma  que, em relação  ao  português,  falava  o  exímio tradutor  poliglota,   autor didático,  crítico literário e ensaísta   Paulo Rónai, um húngaro, premiado e  exímio tradutor, professor, poliglota, autor didático,  ensaísta e crítico  literário que, fugindo da Segunda  Guerra Mundial,  veio para o  Brasil e depois naturalizou-se  brasileiro.. Ele afirmava que, tendo aprendido   um pouco de português  na sua terra natal,  quando chegou a Portugal,  não entendeu “patavina” do que  lhe  falavam,  porém, logo que desembarcou na Praça Mauá, no porto do  Rio de Janeiro,  surpreendeu-se  com o  fato de que  entendia tudo, até a fala do carregador .  Estabeleceu-se no Rio de Janeiro e, depois,  tornou-se  um dos  intelectuais  estrangeiros mais  influentes em meu país completamente    incorporado à vida cultural  do Brasil.
Mas,  vamos mudar de assunto, que  o  teor desta crônica  é sobre  o que   está  acontecendo de mal  no mundo.  O Planeta   enfrenta  sérios problemas, sendo, o primeiro deles -   o mais   terrível  -  a guerra civil  na Síria; o tumulto no Egito, cuja  população se  dividida entre o  presidente  deposto  e os partidários  do governo militar  provisório;   os conflitos no Iraque;  o terrorismo internacional,  o  caso de espionagem  americana em proporção quase paranóica, que provocou  um  esfriamento  nas relações  diplomáticas  dos EUA e da Rússia; o novo  conflito  religioso entre  católicos e protestantes na Irlanda do Norte;  a presença ainda sempre ameaçadora,   do grupo  Al-Qaeda;  a manutenção ainda da  prisão de Guantánamo e, no Brasil,  a violência  crônica e  a escalada da alta   corrupção  na política. Com envolvimento de empresas privadas do país e estrangeiras.
Como se vê, não são  poucas as questões  cruciais  que  o mundo contemporâneo  está  enfrentando, sem falarmos  da economia    mundial  deteriorada  em alguns países  da União Europeia.
Não  vou  comentar todas estas questões, mas me vou deter resumidamente   na questão   da violência  em forma de guerra civil na Síria. Por diversas  vezes,  em artigos  desta coluna  tenho  enfrentado  o  tema   do conflito na Síria e o que tenho  visto, lido  e ouvido   é o repetido cenário trágico e sombrio da carnificina de inocentes e da destruição   do país, que   segue  livre e solta, sem que  tenhamos   tido  notícia  de nenhuma   medida  concreta  através  da ONU e  do seu Conselho de Segurança. Só se  ouve e se tem notícias  de que reuniões  se farão   para decidir o que fazer, contudo, nada de  medidas tomadas  se constatam  daquele  organismo  internacional.
Tal  carnificina tem  causado    uma fuga maciça  de  sua população  que, deixando tudo  para trás,  se refugia no  primeiro país  vizinho  que  lhe possa  dar  proteção.Não é possível que países   como a Rússia ou a China o outros aliados  da Síria não  vejam   o quanto   de monstruosidade  se está fazendo  na Síria. Não  é possível  que os EUA e outras nações   não  façam algum esforço maior  a fim  de  se encontrar uma saída para  a sangrenta ditadura de Bashar al-Assad. Nem é preciso  lembrar a esses países que  têm responsabilidade e liderança como potências  mundiais   de  amenizar  as aflições da população síria, até por um  razão de humanidade, de compreensão humana, em pleno  século 21, que possam   esquecer  seus interesses  particulares, econômicos  e ideológicos, e, em vez disso,   encontrar um caminho de paz  que  possa  acabar  com  tanta   matança  entre  irmãos da mesma  pátria. A Humanidade está  cansada  de tantas  mortes. É tempo  de fazer a paz! A paz não é uma   utopia, já que ela  reforça  o valor  inestimável da vida, o melhor bem que temos no curto   espaço de tempo  que  é a nossa  vida  na Terra.

      
       


sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Amarildo: do Rio de Janeiro para o mundo

                   



                                                        Cunha e Silva Filho


                 De um país de tantas notícias  indesejáveis, de um  país   que vive o cotidiano de  crimes, violência e corrupção política, licitações  fraudulentas entre  governos  e  empresas, vem, agora,  mais um  acontecimento   deplorável e trágico.Um pedreiro brasileiro, de nome Amarildo, morador  da favela  Rocinha,  uma das maiores favelas da América Latina,  encravada no entorno de bairros  elegantes  e  da elite  econômica e intelectual, é abordado  por policiais  e encaminhado  para  a UPP, espécie de delegacia  implantada para dar segurança  aos moradores   da comunidade. e combater  o  tráfico de drogas. Para as autoridades de segurança,   a sua função é mais abrangente : a de  procurar  pacificar  os conflitos freqüentes entre  moradores  e os agentes  policiais, ou  procurar  minimizar  a violência  nos domínios  dessa comunidade.
Amarildo, que ficou  conhecido  desde as manifestações  nas ruas nas quais, ao lado dos protestos  por uma  Brasil  mais justo, exibiam-se   cartazes   com a pergunta que  se espalhou  pelo mundo afora: “Onde está o Amarildo?”  Nos principais jornais  do mundo,  em outros idiomas, a  mesma  pergunta em cartazes  carregados por  imigrantes   ou  naturais dos países era exibida  O desaparecimento de Amarildo comoveu   o Planeta como  um símbolo  da indignação  humana  contra  atos  de barbárie ocorridos no Brasil  e em tantas  outras  regiões  da Terra.
Amarildo,  paupérrimo,  morador  de uma casinha  humilde, sem  janelas fechadas,  dispondo apenas   do  mais rudimentar  possível para   alguém  repousar depois de um  jornada de trabalho duro como  é a de um  assistente de pedreiro, passa a ser um paradigma da situação geral  de determinada faixa  da população  brasileira que vive na pobreza e no abandono   de quase  todos os direitos  de uma vida  decente. Por extensão do sentido,  ele pertence àquele grupo de brasileiros de “vidas severinas’  tão bem  poeticamente flagradas no texto   do poeta  João Cabral de Melo Neto (1920-1999).
Amarildo tinha  sua  esposa, seus filhos, sua simplicidade. No dia em que  sumiu, tinha vindo de um  pesca, seguramente    contente  com   a possibilidade de  levar  alimento  para sua família. Amarildo desapareceu sem dar sinal. E todo o seu sumiço  se explica  pela sua  chegada  forçada  à UPP. De lá  não foi mais  visto. Dizem que as câmeras  que poderiam  tê-lo filmado  estavam  com defeito  ou  foram desligadas (?!).
A Secretaria de Segurança  afirma que  as investigações  estão sendo feitas e serão  apuradas até se “exaurirem,” conforme  afirmou  o Secretário  de Segurança  do Estado do Rio de Janeiro.
À boca pequena,   fala-se que Amarildo  tinha uma rixa com  um dos policiais   do destacamento  da UPP no local. Amigos de Amarildo  confirmam  isso e vão mais longe,   acrescentando que  os moradores  da comunidade  da Rocinha  estão constantemente sendo  vítimas de maus  tratos  de policiais e até falam  em torturas, o que  é muito grave. Tais ações crueis  de abuso de autoridade ensejam  imediatas  e drásticas providências  da esfera do Ministério da Justiça, dada a exorbitância de desmandos  de alguns  policiais no Estado do Rio de Janeiro.
 O projeto da implantação das UPPs  não tem  cumprido,  ao  que consta,  o seu papel  primordial,  quer dizer,  o de proteger os moradores e lutar contra a violência  provocada pelo trafico de  drogas e armas.Ora,  se a UPP  tem  uma  finalidade  de  dar  tranquilidade  às pessoas, e não de  criar  animosidade  entre  a autoridade  policial e  os moradores,  por que  as relações entre as duas partes não têm  tido   sucesso? Esta é uma das muitas  perguntas  que   me faço e que me causam perplexidade.
O caso  Amarildo  é uma das  dezenas    de ocorrências semelhantes de alta violência    que o Estado  brasileiro e a sociedade  constatam. Nada em profundidade  tem sido  feito   por  parte das autoridades  a fim de  moralizar  a imagem do país   ante  as nações que respeitam  os direitos  humanos  e a cidadania de seus filhos.

O desaparecimento   de Amarildo, com repercussão   planetária, sobretudo  com  a divulgação  via internet através das redes sociais, é uma pontinha  do iceberg  gigantesco  chamado  impunidade  e é ao mesmo tempo um  desrespeito à dignidade humana num país  que, até agora,  não parece   ter-se dado conta de que  ou mudará  profundamente  a sua  estrutura  em todos os  poderes   do estado democrático, ou  irá  para  um  estado  de  convivência  com  o caos  urbano  e a anarquia "institucionalizada". Acautelem-se  os políticos de todas  as cores  e bandeiras que as eleições  não estão  longe e não serão  como  foram  até  o presente. Aguardem  as urnas!