quarta-feira, 1 de setembro de 2010

A quem dar meu voto?

A quem dar meu voto?

Cunha e Silva Filho


Na conjuntura atual da política brasileira é possível votar com consciência plena do que estamos fazendo diante das urnas eletrônicas? Eis uma questão delicada, quase incontornável e, no meu entendimento insolúvel. Nada me sinaliza para um voto útil. Nada me dá certeza do que me estão apresentando como projetos de campanha. Se olho para trás, vejo uma triste história de corrupção,ladroagem e silêncio diante de fatos amplamente divulgados de desvios de conduta de grande parte de nossos homens que estão na política.
Se ligo o aparelho da TV, dou com a cara no horário obrigatório regulamentado pelo TRE. São cinquenta minutos de verborreia, de mentirada, de cinismo, de incompetência, em suma, de discursos vazios de verdade e de sentido.Tudo soa cômico, histriônico, patusco.
Um cenário de politicalha formado de um saco de gatos em que se metamorfosearam os partidos nacionais. O curioso é que a chamada esquerda (ainda existe isso?), com seus supostos membros, convive bem com as benesses do consumismo capitalista. No Brasil existe um partido: o do comunista burguês.
A vida partidária brasileira não passa de um faz-de-conta que se realimenta ad nauseam mantendo-se as aparentes diferenças que, no fundo, só visam ao poder de mandatos e das regalias que terão após serem investidos nos cargos.
Por que esquerdistas não abrem mão das mordomias auferidas no Senado e na Câmara dos Deputados? Duvido que para o Planalto iriam se a vida de políticos se modelasse, na prática, ao tipo de vida dos políticos da Suécia. É bem provável que o Congresso viraria um Saara e mesmo sumiria do mapa.
A chamada direita não merece nem comentários, de vez que todos sabemos a quem serve: aqueles que têm como meta de vida o enriquecimento, de preferência pelo consuetudinário método da exploração do trabalho através da mais-valia, ou seja, manter-se sempre no poder, a todo custo, preservando-se as diferenças na pirâmide social, concedendo por vezes alguma ascensão de uns poucos, mas tendo o maior cuidado para que essa subida não atinja a fronteira do poder absoluto do capital.
E o que dizer das chamadas centro-esquerda, centro-direita, ou extrema direita? As duas primeiras são gradações que escondem preferências sutilmente não assumidas, ou assumidas para não desagradarem os círculos sociais. Aparentar alguma simpatia pela esquerda é bem mais confortável. Já a extrema direita torna-se, por si própria, real objeto de desprezo dos opositores e até mesmo seus adeptos jamais se identificariam com essa ala política. Sua atuação pode ser visível na vida da sociedade, mas seus princípios teóricos são estrategicamente camuflados.
Diante desse quadro da realidade partidária a caminho das próximas eleições para Presidente da República, senadores governadores e deputados estaduais e federais, fica extremamente difícil a quem dar meu voto. Que Deus me inspire!

2 comentários:

  1. Amigo Cunha e Silva Filho,

    Seu artigo tá uma beleza de bom. Concordo com você:
    Em quem votar? Ainda bem que o povo brasileiro, nós, não somos nenhum "santinho" (entre aspas, você entende
    Chico Miguel de Moura

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  2. Chico Miguel:
    Obrigado pelo apoio, mas a verdade é para ser dita, a nossa verdade pessoal e de muita gente.
    Forte abraço do
    Cunha e Silva Filho

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