“Seek knowledge wherever you are”
Cunha e Silva Filho
A par de A. Tito Filho, no curso científico, tive o prazer de ter
sido aluno, não tão brilhante, de professores como o Lapa (de matemática), figura extraordinária de mestre,
Edgar Tito de Oliveira (também de matemática, irmão do Lysandro Tito de Oliveira). Este último era
competentíssimo, mas exigente ao extremo. Uma vez, confessar à minha turma que seria
militar do Exército, provavelmente um
general, pois cursara a Escola de
Oficiais mas, por problemas de saúde, não poderia
seguir a carreira militar. Grande inteligência não lhe faltava.
Mais tarde, descobri que era uma alma boa e simples oculta naquela fisionomia
séria, muito irônica durante as
aulas. Fui aluno do professor
Cordão, que era oficial do Exército. Lecionava química. Bom professor, dava boas aulas. Foi pena que não pudesse
corresponder à altura das suas aulas, pois não era forte nas
disciplinas exatas.. A madame Helena, conhecida mais por Madame, era casada com um médico
veterinário francês e por
certo o convívio dela com um falante
nativo muito a auxiliou a dominar a língua
de Racine. Lecionou-me francês. Tempos
depois, já falecido o
marido, ela deixara Teresina e , com sua filha, que foi
colega de turma de minha irmã Sonia, mudou-se para Belo Horizonte.
Assim me contou alguém. Não tive mais notícias da ilustre professora. Outro professor no Liceu Piauiense de alta capacidade que tive foi Camilo Filho, que me lecionou história geral. Suas aulas eram prazerosas e instigantes.
Tive outros professore mais novos de física, de literatura brasileira. Era uma jovem senhora recém-admitida ao Liceu. Possuía boa didática e gostava de que preparássemos uma exposição oral sobre um tema pré-selecionado. Uma vez, fiz uma exposição. Cria que me saíra bem, mas um colega metido a engraçado me fizera um reparo: "Você repete muito a expressão "né em sua apresentação. Não gostei da sua crítica. A professora de literatura brasileira apenas observava sem fazer comentário algum.
Naquele tempo do 3º ano científico, já vinha escrevendo desde os quinze ou dezesseis anos pra jornais locais. Assuntos dos meus artigos: esboços de contos e outros temas, sobretudo falando de períodos da literatura brasileira, alguma tradução de poemas do inglês e francês. Foram unas dois ou três poemas traduzidos do inglês, além de um texto em prosa de autor francês. Foi nessa época do último ano do científico que coloquei no jornal Estado do Piauí um anúncio em inglês me oferecendo pra dar aulas particulares de inglês e francês em minha casa. Apareceram alguns alunos que me renderam alguns trocados.
Por falar de literatura brasileira, um fato memorável me vem à mente. Foi precisamente na biblioteca do velho Liceu Piauiense - naquela minha época chamava-se Colégio Estadual "Zacarias de Góis" - que, pela primeira vez, li uma obra de Machado de Assis. Foi o romance Helena, ainda da primeira fase romântica do maior ficcionista brasileiro. A narrativa me agradou bastante.Não tinha sido indicado por nenhum professor de literatura. Li por mera curiosidade de entrar em contato com o autor. Contudo, não li,então, as outras produções de Machado e vou dizer por quê. Veja o leitor como um jovem estudante concluindo o científico é suscetível de seguir o conselho dos mais velhos.
Num dos livros didáticos, não me lembro se para o ginásio ou o curso científico e clássico, José Cretella Jr. advertia ao leitor que Machado de Assis não deveria ser lido por jovens em virtude de sua narrativa ser muito pessimista e, segundo ele, não muito aconselhável aos jovens, que precisam de narrativa mais edificante, que mostrasse a vida na ficção por uma ótica mais otimista e saudável. Não é que segui o conselho de Cretella Jr.? Hoje me arrependo, porque tal postura me atrasou,em tenra idade, a possibilidade de entrar em contato com a grande obra machadiana. Mal sabia eu que, muitos anos mais tarde, na maturidade e no período do Doutorado, iria aprofundar minhas pesquisas sobre Machado de Assis em ensaio acadêmico. É bem verdade que antes já tinha lido parte da obra machadiana e importantes ensaios sobre ele.
Segundo assinalei linhas, ainda no período do curso científico, publiquei, em jornais de Teresina, alguns artigos nos quais discutia sobre autores brasileiros e sobre movimentos literários brasileiros, por exemplo, o Simbolismo, o Modernismo.
Uma amável leitora de artigos meus me confessara que se preparava pra cursar a universidade e, segundo ela, aproveitara alguns artigos meus como complemento de suas leituras para atingir seus objetivos. Ficara desvanecido com tal notícia.
Nenhum autor escreve gratuitamente, ou seja, só pra si mesmo. A função do escritor é chegar aos leitores e, se possível, ganhar sua estima. Escrevo pros leitores, não por narcisismo. Meu único desejo é me comunicar com o outro, não só numa crônica, num artigo, mas também no ensaio, na crítica, na tradução. Nesta última, posto que esteja lidando com a obra alheia, estarei dando a minha contribuição através do trabalho criativo que é próprio da tradução, por menos brilhante que seja a minha forma individual de transpor para uma outra língua.
Naquela época, o ensino de idioma moderno se pautava nos moldes tradicionais, i.e., na leitura e tradução ou versão e as aulas eram dadasem
português. No caso da Madame,
era diferente; de certo modo,
ela se aproximava do que chamamos hoje no ensino
de idiomas de “Comunicative method”,
ou seja, ao aluno importa aprender a língua com ênfase na conversação, sendo não recomendável, exceto no início dos
estudos, explicar a gramática no idioma nativo do aluno. O método da Madame Helena era o "Direct method", que adiante comentamos Não era só
a Madame quem o utilizava, naquela
época, décadas de cinquenta e
sessenta do último século. O
professor Alcobaça também
a empregou nas suas aulas de espanhol. Da mesma maneira,
a usou a professora Cristina
Leite, uma espécie de rival da Madame.
Assim me contou alguém. Não tive mais notícias da ilustre professora. Outro professor no Liceu Piauiense de alta capacidade que tive foi Camilo Filho, que me lecionou história geral. Suas aulas eram prazerosas e instigantes.
Tive outros professore mais novos de física, de literatura brasileira. Era uma jovem senhora recém-admitida ao Liceu. Possuía boa didática e gostava de que preparássemos uma exposição oral sobre um tema pré-selecionado. Uma vez, fiz uma exposição. Cria que me saíra bem, mas um colega metido a engraçado me fizera um reparo: "Você repete muito a expressão "né em sua apresentação. Não gostei da sua crítica. A professora de literatura brasileira apenas observava sem fazer comentário algum.
Naquele tempo do 3º ano científico, já vinha escrevendo desde os quinze ou dezesseis anos pra jornais locais. Assuntos dos meus artigos: esboços de contos e outros temas, sobretudo falando de períodos da literatura brasileira, alguma tradução de poemas do inglês e francês. Foram unas dois ou três poemas traduzidos do inglês, além de um texto em prosa de autor francês. Foi nessa época do último ano do científico que coloquei no jornal Estado do Piauí um anúncio em inglês me oferecendo pra dar aulas particulares de inglês e francês em minha casa. Apareceram alguns alunos que me renderam alguns trocados.
Por falar de literatura brasileira, um fato memorável me vem à mente. Foi precisamente na biblioteca do velho Liceu Piauiense - naquela minha época chamava-se Colégio Estadual "Zacarias de Góis" - que, pela primeira vez, li uma obra de Machado de Assis. Foi o romance Helena, ainda da primeira fase romântica do maior ficcionista brasileiro. A narrativa me agradou bastante.Não tinha sido indicado por nenhum professor de literatura. Li por mera curiosidade de entrar em contato com o autor. Contudo, não li,então, as outras produções de Machado e vou dizer por quê. Veja o leitor como um jovem estudante concluindo o científico é suscetível de seguir o conselho dos mais velhos.
Num dos livros didáticos, não me lembro se para o ginásio ou o curso científico e clássico, José Cretella Jr. advertia ao leitor que Machado de Assis não deveria ser lido por jovens em virtude de sua narrativa ser muito pessimista e, segundo ele, não muito aconselhável aos jovens, que precisam de narrativa mais edificante, que mostrasse a vida na ficção por uma ótica mais otimista e saudável. Não é que segui o conselho de Cretella Jr.? Hoje me arrependo, porque tal postura me atrasou,em tenra idade, a possibilidade de entrar em contato com a grande obra machadiana. Mal sabia eu que, muitos anos mais tarde, na maturidade e no período do Doutorado, iria aprofundar minhas pesquisas sobre Machado de Assis em ensaio acadêmico. É bem verdade que antes já tinha lido parte da obra machadiana e importantes ensaios sobre ele.
Segundo assinalei linhas, ainda no período do curso científico, publiquei, em jornais de Teresina, alguns artigos nos quais discutia sobre autores brasileiros e sobre movimentos literários brasileiros, por exemplo, o Simbolismo, o Modernismo.
Uma amável leitora de artigos meus me confessara que se preparava pra cursar a universidade e, segundo ela, aproveitara alguns artigos meus como complemento de suas leituras para atingir seus objetivos. Ficara desvanecido com tal notícia.
Nenhum autor escreve gratuitamente, ou seja, só pra si mesmo. A função do escritor é chegar aos leitores e, se possível, ganhar sua estima. Escrevo pros leitores, não por narcisismo. Meu único desejo é me comunicar com o outro, não só numa crônica, num artigo, mas também no ensaio, na crítica, na tradução. Nesta última, posto que esteja lidando com a obra alheia, estarei dando a minha contribuição através do trabalho criativo que é próprio da tradução, por menos brilhante que seja a minha forma individual de transpor para uma outra língua.
Naquela época, o ensino de idioma moderno se pautava nos moldes tradicionais, i.e., na leitura e tradução ou versão e as aulas eram dadas
A abordagem, q no ensino de línguas modernas, nos anos
30 e 40 e 50do século passado, no país fora
iniciado pelo Externato Pedro II. Era a grande novidade que, como já acentuei antes, se fundamentava no ensino do idioma estrangeiro
pelo idioma estrangeiro.
Chamava-se “Direct method.” No Colégio Pedro II fora introduzido graças ao seu diretor de
então, Henrique Dodsworth, por influência do filólogo professor Delgado de Carvalho e, segundo nos informa
o eminente professor de línguas, Júlio Matos Ibiapina,
“...com o apoio do ministro
Francisco Campos, sugestionado provavelmente pelo
seu chefe de Gabinete, professor
Lourenço Filho.”(1)
O “Direct method” já havia tido sucesso
pela Europa e, no Brasil, o professor Júlio Matos Ibiapina, que fizera
estudos profundos de línguas naquele continente,
respectivamente, França,
Inglaterra e Alemanha, foi um dos seus
seguidores, inclusive publicando admiráveis livros didáticos, sobretudo de inglês e francês, obras que vim a
conhecer no “quarto-biblioteca” de meu pai e que li na sua quase totalidade. Todavia, em alemão não parece que tenha escrito nenhum livro didático, mas apenas uma tese para professor catedrático de alemão, aprovada pela Congregação do Colégio Militar
do Rio de Janeiro e intitulada Construção
alemã (1921). Matos Ibiapina foi quem, pela primeira vez, no Brasil, traduziu a obra Mein Kampf, de Adolf Hitler, tradução elogiada pelo sociólogo cearense Djacir Menezes.
Por outro lado, o “Direct method” exigia muito do
professor, principalmente fluência e
contato com a língua no país de origem. A dificuldade de se implantar tal
método residia em que a maior parte dos docentes
não tinha tanta fluência naquelas línguas e, além disso,
com turmas numerosas, que é o caso da maioria do professorado, brasileiro, era bem
mais difícil aplicar tal
abordagem de ensino. Houve até autores que
empregaram essa abordagem
chamando-a de “Semi-direct method”, como
fez a autora didática de origem francesa, mas radicada em Porto Alegre, muito conhecida nos anos 1930, 1940 e 1950, Suzanne Burtin Vinholes. Pelo “Direct method”, o livro todo seria escrito
no idioma estrangeiro, ao passo
que, no “Semi-direct method,” a obra era, nos níveis mais elementares, escrita em português.
Já no “Communicative approach, ” a
exigência de a obra ser escrita na
língua estrangeira é obrigatória e a diferença em relação ao “”Direct method”, era
que naquela a ênfase se punha na
comunicação, na conversação, no diálogo,
sendo a gramática limitada ao essencial..Por isso, instrumentos adicionais são
necessários ao docente, tais como
gravações dos diálogos falados por nativos da língua estudada, filmes, encenação, em suma, todas as quatro habilidades - conversação, leitura, escrita e
compreensão. A tradução é evitada ao máximo e proibida nos níveis avançados. Por outro lado, no "Direct method" o livro didático era escrito na língua estrangeira, e bem assim os exercícios aplicados. Havia conversação, mas não com tanta ênfase quanto no "Communicative approach", segundo já ressaltamos. Entretanto, professores há que, em algumas situações, dá sua "mãozinha" em português.
Quando
me aposentei pelo Colégio Militar
do Rio de Janeiro, em 2010, como
professor concursado titular de língua inglesa, empregávamos a “Communicative approach,” a par de existir boa realia de que podíamos lançar mão em nossas aulas. Os professores eram muito exigidos pela coordenação da sessão de inglês
e ali passei um bom período onde desenvolvi
muito a minha experiência no
ensino da língua inglesa, especialmente devido ao corpo
docente ser de alta competência.
No
meu tempo do ginásio e mesmo do científico, em Teresina não havia ainda cursos de idiomas
nos moldes que hoje temos em abundância
pelo país afora: IBEU, Cultura
inglesa, CCAA, Wizard, Fisk etc. Quem desejasse,
por inclinação do espírito, aprender línguas tinha que se contentar
com as aulas nas escolas e com os filmes falados em inglês, francês, espanhol,
italiano com legendas em português, exibidos nas sessões matinais ou vespertinas do Rex e
Theatro na Praça Pedro II.
Um fato curioso, na Teresina do final dos anos de 1950 e inícios de 1960 poucas pessoas falavam alemão. Me lembro de que, de acordo com o que me falara meu pai, o Des. Vidal de Freitas, que conhecias línguas, também falava alemão. Soube ainda que um moço de Teresina, conhecido por sua inteligência, igualmente falava alemão. No passado, um professor do Liceu, Francisco César de Araújo ( popularmente conhecido como professor Chico César (1892) conhecia várias línguas, inclusive o alemão.(2) Ele tinha feito estudos na Universidade Gregoriana, em Roma, licenciando-se em filosofia no Liceu, ministrou aulas de inglês, francês e latim; nesta última língua, era tão proficiente que compunha poesia em latim clássico. Era cearense, mas se transferira primeiro, para Campo Maior (PI) e, depois, para Teresina.
Outro professor que ficou também conhecido no meio estudantil teresinense foi Agripino Oliveira (3)) que, por informações de meu pai, passara boa temporada na Inglaterra e, ao voltar a Teresina, tornou-se professor de inglês do Liceu Piauiense, tendo mesmo publicado uma obra Duas palavras sobre verbos ingleses (1924). Dizia-se que ele frequentemente sintonizava seu rádio em estações radiofônicas de Londres e, ao que parece, traduzia com facilidade em rodas de amigos. Mencionaria dois outros professores de inglês, bastante respeitados, Nelson Sobreira (4) que, me arguiu um vez, junto com o meu querido professor Viveiros, em exame oral no Liceu e o professor José Eduardo Pereira ( 1929-1993) do qual folheei uma tese de inglês para professor do Liceu versando sobre literatura inglesa, se não me engano. Não era piauiense, nascera em Realengo, no Rio de Janeiro. Além disso, exercera funções públicas relevantes em Teresina. Num passado ainda mais remoto, havia língua alemã no currículo do Liceu
Um fato curioso, na Teresina do final dos anos de 1950 e inícios de 1960 poucas pessoas falavam alemão. Me lembro de que, de acordo com o que me falara meu pai, o Des. Vidal de Freitas, que conhecias línguas, também falava alemão. Soube ainda que um moço de Teresina, conhecido por sua inteligência, igualmente falava alemão. No passado, um professor do Liceu, Francisco César de Araújo ( popularmente conhecido como professor Chico César (1892) conhecia várias línguas, inclusive o alemão.(2) Ele tinha feito estudos na Universidade Gregoriana, em Roma, licenciando-se em filosofia no Liceu, ministrou aulas de inglês, francês e latim; nesta última língua, era tão proficiente que compunha poesia em latim clássico. Era cearense, mas se transferira primeiro, para Campo Maior (PI) e, depois, para Teresina.
Outro professor que ficou também conhecido no meio estudantil teresinense foi Agripino Oliveira (3)) que, por informações de meu pai, passara boa temporada na Inglaterra e, ao voltar a Teresina, tornou-se professor de inglês do Liceu Piauiense, tendo mesmo publicado uma obra Duas palavras sobre verbos ingleses (1924). Dizia-se que ele frequentemente sintonizava seu rádio em estações radiofônicas de Londres e, ao que parece, traduzia com facilidade em rodas de amigos. Mencionaria dois outros professores de inglês, bastante respeitados, Nelson Sobreira (4) que, me arguiu um vez, junto com o meu querido professor Viveiros, em exame oral no Liceu e o professor José Eduardo Pereira ( 1929-1993) do qual folheei uma tese de inglês para professor do Liceu versando sobre literatura inglesa, se não me engano. Não era piauiense, nascera em Realengo, no Rio de Janeiro. Além disso, exercera funções públicas relevantes em Teresina. Num passado ainda mais remoto, havia língua alemã no currículo do Liceu
Qualquer americano ou falante de inglês
seriam bem-vindos à juventude ávida
de dominar línguas. Fui um desses jovens. Houve um
tempo, nos anos 1960, em que havia
freiras americanas prestando serviços
religiosos em Teresina e algumas
delas aproveitavam também
para ensinar inglês a piauienses. Na Teresina nos naos 1950 militares americanos ficaram um tempo instalados, em missão do governo americano, talvez a serviço da Comissão Mista Brasil-Estados Unidos, início dos anos de 1950 (governo Dutra e, depois, Governo Vargas).
Mais tarde, já adulto, ouvia-se falar que ali estavam para exploração de areias monazítica que serviriam à fabricação de bomba atômica e de hidrogênio... Eles, no entanto, homens altos alguns, me pareceram muito sisudos e, para a minha visão de menino curioso, apenas ficava olhando-os de longe sem deles me aproximar. Moravam na mesma rua que eu, a 24 de Janeiro, no centro de Teresina, num casa enorme de esquina, que dava para o lado direito do largo da Igreja de São Benedito. Eu era menino e não havia ainda entrado pro Ginásio.
Mais tarde, já adulto, ouvia-se falar que ali estavam para exploração de areias monazítica que serviriam à fabricação de bomba atômica e de hidrogênio... Eles, no entanto, homens altos alguns, me pareceram muito sisudos e, para a minha visão de menino curioso, apenas ficava olhando-os de longe sem deles me aproximar. Moravam na mesma rua que eu, a 24 de Janeiro, no centro de Teresina, num casa enorme de esquina, que dava para o lado direito do largo da Igreja de São Benedito. Eu era menino e não havia ainda entrado pro Ginásio.
Lamento até hoje não me ter me
preparado, de forma ainda mais intensa, com aulas particulares em francês, inglês e espanhol
com os professores de que então dispúnhamos, dos poucos que eram fluentes em inglês, como o meu querido professor Viveiros. Para isso, teria que falar com meu pai e isso dependia também do tempo e disposição dos mestres.
Em casa, com meu pai não dialogávamos em francês; apenas líamos muito e até discutíamos a melhor forma de traduzir alguns parágrafos na preparação de suas aulas de francês no “Domício.” Tinha apenas catorze anos.Papai tinha mais proficiência na leitura em francês, assim como no italiano, línguas que aprendera quando aluno salesiano (Colégio Salesiano de Niterói, Rio de Janeiro) e São Paulo (Seminário Lavrinhas). Seus colegas internos eram nativos da língua italiana. Sempre fora aluno excelente na juventude e perdera a fluência ao regressar pra Amarante, onde não tinha com quem encetar conversações nas duas línguas. "Practice makes perfect" - me dissera um cliente americano do City Bank a quem um dia atendi atendi "at the counter" com um sorriso nos lábios. Sobre o tempo em que trabalhei como "escriturário principiante," relatarei posteriormente nestas lembranças. (Continua)
Notas:
(1). MATOS IBIAPINA, J. de. English easily mastered. 3. ed. aumentada e ilustrada. Porto Alegre: Edição da Livraria do Globo, 1940, p. 8. Veja, na obra, o elucidativo prefácio do autor.
(2)Não consegui localizar a data de seu falecimento.
(3) Não consegui localizar sua data de nascimento e falecimento.
(4) Da mesma forma, não consegui informação sobre a data de seu nascimento e falecimento.
Em casa, com meu pai não dialogávamos em francês; apenas líamos muito e até discutíamos a melhor forma de traduzir alguns parágrafos na preparação de suas aulas de francês no “Domício.” Tinha apenas catorze anos.Papai tinha mais proficiência na leitura em francês, assim como no italiano, línguas que aprendera quando aluno salesiano (Colégio Salesiano de Niterói, Rio de Janeiro) e São Paulo (Seminário Lavrinhas). Seus colegas internos eram nativos da língua italiana. Sempre fora aluno excelente na juventude e perdera a fluência ao regressar pra Amarante, onde não tinha com quem encetar conversações nas duas línguas. "Practice makes perfect" - me dissera um cliente americano do City Bank a quem um dia atendi atendi "at the counter" com um sorriso nos lábios. Sobre o tempo em que trabalhei como "escriturário principiante," relatarei posteriormente nestas lembranças. (Continua)
Notas:
(1). MATOS IBIAPINA, J. de. English easily mastered. 3. ed. aumentada e ilustrada. Porto Alegre: Edição da Livraria do Globo, 1940, p. 8. Veja, na obra, o elucidativo prefácio do autor.
(2)Não consegui localizar a data de seu falecimento.
(3) Não consegui localizar sua data de nascimento e falecimento.
(4) Da mesma forma, não consegui informação sobre a data de seu nascimento e falecimento.
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