Cunha
e Silva Filho
Correlacionar as ações do governo Dilma com
autores como Derrida,
Walter Benjamin ou qualquer outro
pensador, crítico literário
ou filósofo para
poder-se convalidar as ações
e práticas políticas da
presidente até se pode tentar fazê-lo, pois mesmo Heidegger
foi já censurado por suas ideias de simpatia pelo nazismo
hitlerista.
Tampouco
se pode negar certo desenvolvimento verificado
no país que data dos
princípios de governança do petismo.
O que, todavia, é impossível
esconder é justamente o comportamento ético no sentido mais amplo
do termo do que veio a ser a face
desconhecida da imoralidade
petista, ou seja, do que o partido,
supostamente considerado de esquerda, passou a ser tendo
em vista dois grandes
escândalos: o do Mensalão e do Petrolão.
Ou, por outra,
as administrações tanto do Lula
quanto da Dilma, agora, em início de segundo mandato, não se têm revelado o mínimo dignas
de aprovação do ponto de
vista moral, visto que governar
não é só melhorar parcelas
desfavorecidas da sociedade brasileira,
mas dar exemplo de
integridade política dos atos
governamentais, do relacionamento sem subserviência com outros partidos, da escolha
de seus ministros e da posição do governante máximo
do pais. Tudo isso se tem
revelado o oposto do que seria um governo
de esquerda, cuja atuação se conduza
ao bem coletivo geral e não o que
tem feito reiteradamente o petismo
atual como instrumento de práticas
públicas que levem o país a um patamar
de respeito, reais
realizações e modelos
de atitudes.
Os recorrentes ‘malfeitos”
do governo ao lidar
com a corrupção, com o
tráfico de influência política,
com o gigantismo desnecessário
de ministérios que só
servem para a gastança do Erário
Público, com a cooptação com membros
do partido julgados corruptos,
com decisões tomadas
na contramão do que a
presidente prometeu antes
de ser eleita, i.e., agindo nos
palanques da forma mais
populista possível, escondendo
da sociedade os reais e
cruciais problemas que o
governo concorreu para
que resultassem em malefícios de vária natureza, econômica, social,
trabalhista, de benefícios adquiridos
com a luta dos trabalhadores
brasileiros, entre outras práticas
demagógicas que vieram logo
após o juramento do novo mandato, ou seja , no
mês seguinte da certeza de
sua vitória apertada na eleição
presidencial, são evidências cabais de que
houve má-fé da parte dela e de seus
correligionários.
Mudando
o approach na condução da economia,
a presidente não o faz simplesmente para a
pôr nos eixos a economia nacional, mas para captar
recursos via impostos,
inflação e aumentos de juros e alterações
no pagamento de pensões e do fundo de
garantia. Quer dizer, a
presidente cortou despesas em
setores que não devia
mexer.
Mal
se estava formando o novo mandato, os três poderes se deram aumentos altos
para as condições de endividamento
do país: deputados, senadores,
ministros, a presidente, o poder
judiciário foram céleres
em se defender de possíveis perdas
salariais. Por outro lado, o
funcionalismo federal há pelo menos três
anos não tem tido
nenhum aumento do governo, o que,
por si só, indica
o quanto o governo procede
irresponsável e injustamente
contra os direitos dos servidores.
Ora,
além do mais, quando
membros no poder legislativo ou judiciário,
que já percebem altos
salários, ainda são mimoseados
com benefícios indecorosos do tipo auxílio-residência
, i.e., para políticos
ou membros do
poder judiciário, os quais são
pessoas que, em geral, têm a
sua bela
casa ou o seu confortável
apartamento, ou já são indivíduos ricos
independentemente de serem políticos, assim agem
na estrutura do poder
do Estado, não há cidadão
que não fique
indignado contra essa
ações que só desservem
à democracia e tornam a
imagem desses grupos privilegiados uma afronta
inominável ante os olhos dos
brasileiros que trabalham
duramente e ganham salários muito aquém de seus méritos e de sua
real e efetiva contribuição
ao desenvolvimento da nação.
Por esses e outros muitos motivos que poderia arrolar,
é que o mal da presidente
é de natureza ética, assim como são os males dos outros poderes que
formam o Estado Brasileiro.
Fazer elucubrações que mais
satisfazem ao paladar de intelectuais burgueses,
sofisticados e deliciados que
ficam com a complexidade das ponderações que
têm seu eixo principal
no mero intelectualismo
estéril a fim de apontar solucionar concretas e
exequíveis aos problemas brasileiros com
citações de figuras
de nomeada do cenário
cultural mundial, cujas ideias,
na práxis da vida
social, política e cultural
desse país ainda periférico e cheio de
vidas severinas, pouco efeito,
no meu juízo, exercem ao bem-estar
da sociedade brasileira. Precisamos,
aí sim, de presidentes, de políticos, de juízes, de
membros do Supremo que
pensem em fazer valer a justiça
dos injustiçados, que é a grande maioria do povo brasileiro. O resto são mistificações e
conveniências de orgulho próprio de altas funções. Nada mais. Quereis um exemplo do que
somos nós que pensamos em
nossa superioridade sobre os outros? Vou-lhes dar uma sugestão que, pelo menos, para mim, é brilhante:
leiam o ato V, cena 1 da tragédia de Hamlet.
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