Cunha e Silva Filho
 Não sou cientista, mas tenho os olhos voltados para o que me cerca. Não só no meu país, mas, no mundo, o que estou presenciando, ou melhor, vendo claramente visto  - obrigado, Camões! -,  é preocupante para o destino  da Terra. 
     Há poucos dias li uma reportagem sobre o Himalaia, que não é  mais o mesmo, tem reduzidas drasticamente,  em pelo menos,  em duas  décadas, as camadas de  neve sobre ele. O que se vê  são partes descobertas de gelo, mostrando  a nudez  da montanha. Isso é mais do que um sinal e, a bom entendedor,  meia palavra basta. Só não enxerga quem não quer, ou se quer, se omite por irresponsabilidade ou por interesses esconsos de natureza vária e em escala mundial.
Repetidas vezes tenho declarado, por pura observação, por puro amadorismo – o que não significa  -  desídia ou  desinteresse  pela defesa de nosso planeta,  que o aumento  do calor  da Terra não foi devido  a razões comumente justificadas por certa visão científica, alegando que, na história  do nosso planeta,  já houve variações drástica e  destruição de fauna e flora. 
Contudo, o que não me parece exato é a forma como estão tratando  o nosso mundo físico, o nosso solo, as nossas florestas,  os nosso rios, a Amazônia. Continuam depredando  o planeta com o aumento   descomunal do CO2.  Aumentando o efeito estufa, sufocando os nosso céus e terras,  exaurindo nosso solo e subsolo até as suas  camadas mais profundas, modificando a paisagem, fabricando os mais variados   produtos  em excesso    para atender  as mais diversas demandas da economia e da indústria, poluindo nossos mares e oceanos, o espaço físico da Terra começa a reagir  aos açoites do  homem global, do homem consumista, desses terráqueos de todas as raças, línguas, costumes e religiões que parecem  desconhecer que os recurso naturais tem suas medidas  ditadas p elas leis  rígidas da Natureza..
 Como resultado, temos as mudanças bruscas de  condições  meteorológicas que, no passado,  não  existiam com  tanta  violência  por parte da  Mãe-Natureza. 
Vejam-se, por exemplo,  o que tais mudanças  trouxeram para a divisão  das quatro estações, muito nítidas e precisas  nos séculos passados e, hoje, infelizmente,  escapam  a esse antigo ciclo  harmonioso, como se  notava  sobretudo no Hemisfério Norte.
Reparemos em nosso país como as condições climáticas  se misturaram, parecendo mais um pandemônio da Natureza. As chuvas torrenciais que têm  castigado impiedosamente  o Brasil inteiro  são mais que evidentes para   concluirmos que  o tempo mudou  para pior e, o que é mais  grave, tem causado milhares  de mortes  e prejuízos financeiros  incalculáveis, desestruturando  os lares, o comércio,  as habitações, a normalidade   da vida urbana ou rural  Estamos diante de um quadro climático inimaginável se comparado com  tempos passados.
Países  frios, como a Rússia, hoje  sofrem   altas temperaturas, provocando  mudanças de condições de vida de seus habitantes, obrigando-os a procurar as praias,  os lagos,  as fontes, e até levando-as  a mortes por excesso de calor e por afogamento em razão da  corrida  para as águas por  causa das altas   temperaturas que não conheciam  antes.
A região Sul do nosso país tem  sofrido com a chegada de  temporais devastadores, com ventos  de velocidades semelhantes  àquelas que  sofrem os Estados Unidos com seus vendavais,  tufões e furacões. 
O clima mundial sofre de inversões jamais pensadas em tempos  passados. As inundações  que têm apresentado os rios em escala mundial têm uma natureza aproximada. Não são pontuais esses desgovernos  do comportamento   climático  do planeta. Antes, há  até uma  relativa  uniformidade de comportamento  da Natureza. Essa  aproximação, essa similaridade  nos leva  a algumas   conclusões: 1)É  preciso que  os organismos  internacionais  responsáveis pelas condições  do meio-ambiente se reúnam não para discussões estéreis que não têm levado a uma caminho  seguro para a melhoria do nosso planeta; 2) os países mais ricos e mais  devastadores  dos recursos  da  Terra  devem repensar suas políticas  ambientais e encontrar uma  forma  de  efetivar  os pontos   comuns  encontrados para  reduzirem  o aquecimento  global; 3) O tempo de  soluções  que possam  conduzir a uma melhoria  e salvação  do planeta  está se esgotando;  4) Os países,  com suas ambições e  seus  individualismos sem limites, hão de pagar caro  pela postergação do enfrentamento das reais  alternativas  que  livrariam a Terra  de um golpe final e  sem volta.
A Terra não é reduto  de decisões  de países que  se arvoram em donos do mundo e não respeitam os  limites  dos recursos  da Natureza, sejas de que espécie for. Segundo bem  diz um provérbio inglês: “o tempo e a maré não esperam por ninguém.”
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