terça-feira, 18 de julho de 2017

AVISO ÀS AUTORIDADES BRASILEIRAS




                                                          Cunha e Silva Filho

             Cansado estou  de ver e ouvir entrevistas em todos os meios  de comunicação, nas quais   especialistas em segurança  dão algumas sugestões para que  a gravíssima   questão de violência no Rio de Janeiro seja amenizada. Entretanto,  não são postas em prática nem as sugestões   de especialistas, nem as autoridades  do governo  estadual  cuidam de dar um basta à selvageria  a que se tem assistido principalmente nos últimos meses na antiga  “Cidade Maravilhosa,” o ponto  obrigatório do turismo  internacional e nacional. Se medidas drásticas não forem  tomadas,  as consequências  dessa desordem urbana  preencherá   todas   as característica de uma cidade em guerra.
             Usando uma  metáfora já empregada  por muita  gente, diríamos que os morros estão descendo ao asfalto em todas  os bairros,  quer os nobres, quer os de classe média. O perigo  está à vista de todos os cariocas. O governador   do Estado e o prefeito do  município nada de importância  estão fazendo  para estancar  essa onda  tsunâmica  que se abateu sobre a cidade  do Rio de Janeiro. Estão matando os nossos policiais, estão matando  as pessoas de bem, estão matando  crianças e adultos  com balas perdidas. O banditismo,  que vem de  dos quatro  cantos da cidade,  está fechando  túneis, para realizar  arrastões vitimando  inocentes e desprotegidos, provocando  terror como capetas vindos  das profundezas do inferno.
             Cidade sitiada,  partida,  dividida em facções da alta bandidagem trucidando-se entre si para se apoderarem  de  pontos de vendas de drogas, usando armas  pesadas, mais potentes do que as  dos agentes policiais. Isso é uma infâmia de  que as autoridades   parecem  não se dar conta. Não é mais  possível  viver-se em paz, e andar  livremente pelas ruas do Rio de Janeiro. A população é unânime (e aqui a unanimidade   não é burra como no tempo de Nelson  Rodrigues (1912-1980). Só alguém insano  poderia afirmar que estamos  exagerando   na dose de reconhecer que  o  Estado  do Rio de Janeiro  não está em perigo. O maior  problema  do país não é a economia,  o desemprego,  a  corrupção. O maior de todos é a violência  tentacular  que está   desmoralizando  os brios de uma cidade antes encantadora  por sua beleza estonteante  e pelo sua hospitalidade.
             O presidente  Temer  é o rei nu, e assim também o é o governador Pezão que,  por sinal,  me disseram estar fora do  país. Que lástima! Nem o alcaide   evangélico  mostra a sua graça  diante da mais  desastrosa  e delicadíssima   situação   de perigo  em que vive  o Rio de Janeiro.
        Vejam mais esta: o atual Ministro  da Justiça, ao ser perguntado pelo  apresentador  do programa policial  Brasil Urgente (programa que deveria ser  visto  diariamente pelo  presidente Temer, pelo governador do Rio e pelo  prefeito Crivella)  dirigido  pelo  experimentadíssimo  Datena,  da Rede Bandeirante, sobre a questão  da desproporcional  violência no país e, sobretudo no Rio e São Paulo, o ministro de plantão simplesmente  declarou  que seriam  precisos dez anos a fim de que  se resolvesse a violência  no país.   Que é isso,  ministro? Dez anos ? Até lá o número de mortos  provocados pela  marginalidade  infernal  será avassalador e equivalerá a uma guerra civil. Então,  ministro teremos que  aguardar a boa vontade  dos políticos, da situação  das nossas finanças, da nossa economia, da nossa impunidade a fim que que  possamos  iniciar  uma  guerra contra a violência? Isso não tem cabimento. 
         A realidade  crucial  é que  a violência tem que ser atacada  de imediato,  com  todos os recursos  de que o governo   federal  dispõe, seja    pela convocação das Forças Armadas coadjuvada pela Polícia Federal, pelos  polícias  estaduais, militares e civis,  pelas guardas  municipais, até mesmo  pelo  cidadão  de bem  armado, por que não?
        O problema da violência exige tratamento  do governo  federal igual àquele que seria necessário  pelo instrumento legal e constitucional que se chama Lei de Segurança  Nacional tal  é  complexidade  da violência  que  nos  assusta, nos apavora  e nos  está provocando  tantas vítimas inocentes   e o  justíssimo clamor  generalizado dos que  se sentem  desprotegidos  pelos segurança  pública, que é obrigação do Estado Brasileiro.
        Ora, se o Ministro da Justiça não tem  nenhum   plano emergencial  de combate ao banditismo sem termo  que assola a vida da sociedade brasileira, quem  o fará? Então,  estamos  condenados  ao sofrimento  e a possibilidades  constantes e iminentes de  perdermos  as nossa vidas e as vidas de que amamos? Que é isso,  senhor ministro? Não é favor  pedirmos o apoio  legal  do governo pela nossas vidas. A sua  Pasta  tem a obrigação  de equacionar   soluções  rigorosas  para dar   combate à carnificina   nacional, aos abusos dos  facínoras que se veem  fortalecidos  diante da fraqueza, incompetência  e  descaso    dos governos  federal e estaduais.
       Se não fizeram  as autoridades de  segurança   do país  alguma coisa  urgentíssima, a indiferença  governamental  seria  crime contra  a sociedade. Os políticos,  os ministros,  os  governadores,  os prefeitos sabem que eles não ficarão ilesos   dessa  violência  descomunal. Sabem que têm filhos,  parentes e amigos que  poderão  também ser vítimas fatais  dessa  violência  indiscriminada que nos   deixa atemorizados  e acuados.
       Não podemos continuar perdendo  nossos  filhos,  nossos pais,  nosso  parentes e amigos diante  das metralhadoras nas mãos de  assassinos cada vez mais ousados, cada vez mais  senhores de que  estão  livres para  fazer vítimas   em qualquer  hora, em qualquer lugar. 
       Que se apressem  os nossos  legisladores para  modificarem e atualizarem  o Código Penal e façam cumprir à risca  as punições contra  os criminosos,  adultos e menores.  Não se pode  passar a mão na cabeça de  delinquentes juvenis. Que as leis  da justiça sejam  postas em ação urgentemente. Que os sentenciados, pobres ou ricos,   cumpram   seu período nas prisões  de forma  integral,  que se   eliminem  os abusos  da justiça  soltando  bandidos,  malfeitores,   estupradores,    feminicidas, criminosos  hediondos  e deixem de proteger  presidiários  empregando  brechas  da justiça, e expedientes  espúrios como   comutação de penas,   bom comportamento e assemelhados.
      É tempo  de que os sentenciados sintam o peso da lei. Só assim  terão que pensar  duas vezes antes de cometerem   crimes. As leis  para criminosos  devem   ser bem claras  para eles de tal maneira  que se  sintam   dissuadidos  a não cometerem   ações delituosas. Que haja um cultura  da lei  contra  os criminosos nestes termos:  se cometerem  um delito, serão  punidos  sem dó nem piedade. É o que devia ser  chamado de  “o fim da impunidade brasileira.”  É neste sentido que  esperamos  a resposta  sem delongas   das autoridades.
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