quinta-feira, 27 de outubro de 2016

A PEC 241: FICÇÃO OU MISTIFICAÇÃO?









                                                     
                                                 Cunha e Silva Filho


            É preciso urgentemente ler ou reler Os bruzundungas (1923) de Lima  Barreto (1881-1922). Não tenho a menor dúvida  de que o leitor vai ter  um banho de tragicomédia. Não vou  dizer ao leitor por quê. Que ele descubra por sua conta, risco  e sobretudo  leitura  proveitosa  para entender  o que é característico, imutável e  intrínseco no  país tupiniquim.
          De repente, o Brasil se deu conta de que  tudo  estava errado,  tanto  o passado  remoto quanto  o passado mais próximo de nós,  digamos,  antes dos governos Lula, durante o período de mandatos  desse  presidente  até o limite presidencial do governo  Dilma, quer dizer,  até ao seu  impeachment.
          A motivação dessa urgência é a PEC 241, transformada em  verdadeira tábua de salvação de um país que se viu  no fundo do poço após o lulopetismo e memso  com sérios  problemas  antes do Lula.  Nunca fui petista nem  pertenço a partido  algum e nem  mesmo  me esforço  por pertencer  a esse saco de gatos, pois estou  escaldado  para entrar numa outra fria.
        O abre-te, Sésamo, a varinha de condão formados  por  gente  que  gosta de muito  dinheiro  para si  mas não para a sociedade  em geral são os novos  Nobéis  brasílicos.  alguns  doutorados   no exterior,  de preferência em universidade americana,  já que lá é o centro  nervoso do capitalismo  selvagem  e da iniciativas  privada, imitada  aqui  pelo  conjunto de privatizações dos governos Collor e  FHC  nos   vagalhões tsunâmicos  provocados pelo  neoliberalismo que se implantou  no país  e, ao que tudo  indica,  sem retorno  nem retrocesso..
         O Meireles é um deles, mas não me consta que seja  Ph.D em economia.  É apenas um engenheiro   formado pela UFRJ que virou,  por vocação para o dinheiro e habilidades  de cálculos  monetários,   um economista e um conhecedor  das contas  públicas e privadas,  inclusive   aposentado  há algum tempo da presidência de um  banco  americano,  onde trabalhou  por muito tempo., naturalmente com  um  polpudo  salário.segundo li  há tempos em algum  jornal. O mesmo  Meireles    fez parte também  do governo  Lula, cumpre recordar..
        Destarte,   a economia brasileira se encontra  sob o seu comando na Pasta da Fazenda. Ele é o homem forte do governo-tampão do presidente  Temer. Seu  objetivo  maior  é  fazer o ajuste fiscal  à custa  da pindaíba  em que  está afundada parte considerável  do povo  brasileiro com todas as mazelas  de hoje: desemprego,  violência colossal,  congelamento de salário  e absurdamente -  liberdade para  subir os preços do que  de essencial   se tem que comprar: alimento,  remédio,   roupa,  lazer, livros,  sem falar de outros  itens  relevantes: saúde privada (sempre aumentando seus planos   por determinação do governo  federal)),  transporte,   educação.
       A tudo isso acrescentaria  mais:  a falência  de alguns  Estados da Federação,   a segurança   sucateada,   a saúde pública falida.    Quer por força  estagnar  o salário  do funcionalismo  público  durante  muito tempo, falam em  vinte anos  como se, em vinte anos,  parte da população, agora idosa ainda,  pudesse usufruir de um país  melhor.
     Por que só agora  é que deram uma guinada  de desejo de   consertar  a quebradeira em que  estava   o país com  a roubalheira  infernal,  os maiores escândalos  de que já se teve  notícia na história da administração  pública  e da política  no  Brasil? Como o povo vai  resistir a tudo isso? Não se pejam do fato de que grande parte dos políticos que se bandearam  para o  governo  Temer, como o próprio Temer,  não foram  base aliada  do luloptismo? Por ventura,  pensam  que os brasileiro são  idiotas e analfabetos   como  grande parte   do povão?
     Já aprovaram  na Câmara legislativa  a famigerada PEC 241 que vai mexer com a vida do brasileiro, em todas as instâncias da administração  baixa e média, mas não necessariamente alta ou altíssima. Já vão  querer  votar, sob o  instituto dessa  PEC,  a aprovação de regulamentos que vão modificar   estruturalmente  com a Previdência Social,  aposentadoria dos setores  privados e públicos   cogita-se que até em mudanças de pensões dos militares das  Forças Armadas. Fala-se também  em  igualar    aposentadorias   da Previdência  Social com a dos funcionários  públicos   federais. Qeur mais  arrocho do esses?
       Esqueceram  os autoritários  “comandantes” da finanças  federais  atuais de  que estão  brincando  com  o eleitorado  que, mais adiante,em 2018,  elegerão  um novo  presidente da República e o vencedor  seguramente  não virá do PSDB, do PMDB e de outros  partidos aliados agora ao governo   Temer. A indignação dos descontentes  que virem seus direitos   autoritariamente  diminuídos ou subtraídos, sobretudo os direitos adquiridos, dará a resposta cabal  ao governo  Temer. Disso não há sombra de dúvida. Quem viver, verá.
      Ora, se o atual  governo  quer reinventar  só agora a roda,  por que não o fez antes  com  calma  e  consulta  popular  o que  estão  aprovando  hoje ou o  que vão aprovar  depois? Por que, ao contrário,  não vão  recuperar   os bilhões e bilhões de dinheiro surrupiado dos  Tesouro Nacional de governos anteriores até ao período do lulopetismo? O país, se tivesse sido  poupado dessas  falcatruas recalcitrantes  entre governo  e empresariado não estaria  com a sua dívida pública  tão  gigantesca  e no vermelho?

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