segunda-feira, 24 de outubro de 2016

NOTAS À MARGEM DE POLÍTICOS DO RIO DE JANEIRO







                                         
                                                      Cunha e Silva  Filho


      O eleitorado carioca  bem informado e consciente   do que seja  um bom candidato há de convir  que os dois  candidatos à prefeitura,  Marcelo Crivella e  Marcelo Freixo,  não são  absolutamente  os políticos   ideais  para se tornarem   o novo alcaide  que ficará à frente  da administração  da bela cidade  do Rio de Janeiro, principalmente se levarmos em conta a  alta relevância histórica, cultural,  paisagística e turística   dessa metrópole no cenário  internacional
       Os defeitos de um e de outro candidato  são  diferentes  mas nenhum dos dois  reúne  o que sonhamos  para a nossa  cidade. O Rio de janeiro, cidade que se diz ser a mais politizada do país,  pelo  nível político,  ideológico e e de baixa expectativa que, em geral,  os eleitores têm pelos candidatos, mais uma vez,   se mostra como um incógnita  que não acena  para  nenhum bom governo   à frente da prefeitura. É de se lamentar  a que nível  baixo moral chegou a política  carioca e , por extensão, a política nacional..    
       Na verdade,  o Rio de Janeiro tem sido  vítima  de administradores  que mal  chegam  à mediocridade tanto na prefeitura quanto no  governo  estadual. Temos tido o que há de pior nos últimos  anos, com raras exceções,  como a de Marcelo  Alencar (1925-2014) como  prefeito  que tirou o Rio da bancarrota   em que o deixou  o  Saturnino  Braga, não obstante ser este um  competente senador, homem  de bem,  culto,  mas um  péssimo   administrador.
       Tivemos o Brizola  no governo  estadual  que, no geral,  fez alguma coisa boa, como,  por exemplo,  o cuidado com que teve  pela educação mas falhando em outros  setores,por exemplo na segurança. O Moreira Franco, como governador  do  Rio de Janeiro,   fez um governo  burocrático,  medíocre e não deu  importância à  educação,. Pagava pessimamente o professorado  e outras categorias  funcionais. O prefeito César mais, a meu a ver,  fez uma boa  administração. Tratou  o funcionário  público  de forma  com respeito e se revelou  um bom administrador.Tratou a  educação com  sensibilidade  e respeito.
      O governador  Garotinho  decepcionou   o eleitorado,  como governador.  Prometeu muito e não fez quase nada,  inclusive   nas suas  promessas de  livrar o  Estado  da violência já alta no seu governo igualmente   desapontou  os fluminense . Tornou-se mais um  político fisiologista e não legou   praticamente nada   de importante de sua  administração. 
      Tivemos  Sérgio  Cabral como  governador  do Rio de Janeiro.  Não há muito a falar desse governador. O que no mínimo  se poderia  afirmar é que  foi um dos mais  impopulares governadores  que o Rio de Janeiro já conheceu. Autoritário,  tratou  mal  o servidor público do Rio de Janeiro Pouco realizou  e  ainda se caracterizou  como  um  governante  nepotista,   mais politiqueiro do que  administrador.  Seu mandato  foi  muito  tumultuado, com greve de servidores  e  repressão  policial   truculenta. Sua administração  foi pontuada com    denúncias que  lhe foram  dirigidas  pela imprensa  acerca de controvertidas  realizações de obras  públicas. É um  político sem mais futuro e logo cairá no  olvido da sociedade.
       O  governador Pezão encontrou o Estado do Rio de Janeiro praticamente  liquidado  quanto às finanças.  Logo  encontrou  pela frente uma grave crise financeira no país. O governador logo  adoeceu e  assumiu  o vice-governador,  Francisco  Dornelles, que vai tocando  a máquina  administrativa  com pernas bambas. As finanças abaladas foram  o maldito  legado que lhe deixou  o  impopular  Cabral.  Com os cofres vazios, quem está sofrendo  são os servidores  públicos  com os seus salários  pagos cm dificuldades  e com atraso. É um governo incerto quanto  ao que pode  fazer  pelo  Rio de Janeiro. Não sei até aonde vai  essa incerteza de um  Estado  sem perspectivas.Causa vexam constatar que o Estado do Rio de Janeiro  tenha chegado a esta situação financeira   lamentável.
      Os governos  biônicos estaduais do tempo da ditadura da mesma forma agiram apenas  burocraticamente,  tocando  a máquina   sem  nenhuma eficiência digna de nota.
     O único  governador  que, a despeito de suas  posições  políticas  muito polêmicas  e em virtude de seu temperamento  combativo e de suas  com tradições,  fez  uma boa administração  no  então  recém-criado  Estado da Guanabara ( a cidade do Rio de Janeiro que, na época,  virou  o Estado da Guanabara, hoje,  Estado do Rio de Janeiro) com a transferência da capital do país, em 1961, para  Brasília, foi  Carlos Lacerda (1914-1977). Jornalista de amplos recursos,  grande orador,   culto, refinado    intelectual, escritor, tradutor,  Lacerda, na lembrança dos mais  velhos ainda  divide as opiniões e continua  sendo uma figura  controversa e ao mesmo tempo provocativa   do ponto de vista de suas ideias   e de seu  papel  na cena  política  brasileira.   
     Lacerda  é mais conhecido  pelo seu lado  político controvertido do que por seu   real   .valor como  administrador  competente, quiçá o governador que  mais tenha  realizado  obras públicas  de alta envergadura  para  o melhoramento da população  do Rio de Janeiro, como foi a construção da estação de tratamento de água do Guandu, livrando  os cariocas  da centenária   escassez de água com boa distribuição, dando, além disso,  especial atenção à educação,  à saúde e a construções de túneis ligando a Zona Norte à Zona Sul.
        Quanto ao  Eduardo Paiva,   para ser franco,   nos dois mandatos tem sido  um administrador   que cumpriu  pelo menos com  alguns compromissos:  nunca deixou de pagar em dia o funcionalismo   municipal,  fez algumas obras  ousadas e  altamente  dispendiosas (quem sabe,  intimamente desejando  ser um novo  Pereira  Passos, engenheiro  que governou  o Rio de Janeiro de 1902 a 1906 e se notabilizou  por uma série  de obras que  mudaram   a fisionomia  urbana  do Rio de Janeiro) como a área  do Porto do Rio de Janeiro e outras obras  que deixarão  marcas  de um governo    dinâmico, descontando  o lado  falastrão   de sua personalidade.


 

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