Cunha e Silva Filho
Estamos quase em plena campanha pela
corrida presidencial no país. Os
candidatos mais conhecidos e com maior índice nas pesquisas
de eleitores não irão perder oportunidades de levantar questões
urgentes para tornar a vida do brasileiro menos dolorosa
em alguns aspectos cruciais: violência,
saúde (pública e privada), transporte,
educação. De propósito, a ordem
em que essas questões prioritárias aqui são
mencionadas se refere ao descaso com que
vêm sendo tratadas pelo
governo da Presidente Dilma
Rousseff. Por outro lado, é de se assinalar a posição
privilegiada da candidata à
reeleição nos índices de aprovação
do povo.
Claro é que, estando
no primeiro lugar na preferência das pesquisas, há um contradição que é preciso
elucidar: o grande número de
eleitores da Sra. Dilma Rousseff faz parte
dos que são beneficiados
pelo programa social do
Bolsa Família, reforçado
pelo nível de
consciência política do povo brasileiro, que é baixíssimo, sobretudo no interior do país, de Norte a Sul, mas em particular no Nordeste. Esse é o grande
trunfo da atual Presidente
a despeito de todas as mazelas que continuam
castigando os brasileiros na sua totalidade,
ou seja, considerando os níveis sociais mais baixos.se excetuarmos a questão da criminalidade, a qual afeta igualmente as classes mais elevadas.
A arraia-miúda não quer saber se houve mensalão, se foram
bem julgados seus responsáveis, se há outros escândalos
ainda entranhados no seio da administração pública
brasileira. O povão quer mesmo é se assegurar de que o país ainda
tem futebol, praia,
mulheres bonitas, samba, baile
funk, rap, carnaval e outros
derivativos para as suas deficiências de cidadania. Quer dizer,
se não falta esse lado
hedonista, o país vai
andando com pernas bambas, mas ainda assim satisfeito e até esquece que os hospitais públicos estão arrasados, que os ônibus são
armas mortais, que a
escola pública é feita só para pobres e, de forma geral, é deficiente.O populacho não quer saber se o governo é da direita, da esquerda ou de qualquer outras
orientação ideológica.
Enquanto isso, as elites, em cada estado
brasileiro, vivendo do melhor,
nas grandes festas, nos melhores hotéis, nas viagens
ao exterior, com seus saldos bancários
sem limites de saque pouco
estão se lixando para o zé-povinho
que, desde tempos imemoriais, desde
o Brasil Colônia, nos dois impérios e nas fases diferentes da República, sofre
na cabeça e no corpo e teima em
ser subserviente ao poder
instituído.As classes dominantes
quase nada se diferenciam entre si e em qualquer parte do mundo.
Agora, um problema
de alta prioridade está
desafiando os potentados e o resto
da população brasileira: a a violência desenfreada que não livra ricos, pobres e miseráveis, numa grau de epidemia que se
alastra pelo país afora, tanto nas
capitais quanto nas cidades. De outra parte,
os órgãos de segurança não estão dando conta desse
descontrole de agressividade que campeia entre nós. Arrisco-me a afirmar
que o nosso país é,
em certos aspectos da criminalidade, o mais violento do mundo e é voz corrente
que, se no Brasil, não temos
ainda guerra civil, as estatísticas de assassínios são de longe
bem superiores a países em guerras civis. Isso é monstruoso, e
monstruoso principalmente se levarmos em conta que os
criminosos não têm
respeito mais pela polícia, pelas autoridades de segurança,
pelas forças armadas.
O pior é que a
criminalidade aqui, que ceifa inocentes,
jovens, crianças, adultos e idosos, ainda conta com um
grande auxílio dentro das própria
estrutura da legislação penal brasileira: a impunidade. Ora, sabendo alguém que, se cometer um crime, do mais leve ao mais abjeto,
não é punido com
a força da Lei, a cultura do
crime se fortalece, tem seu
vasto campo livre para comprar armas
de países fronteiriços sem que
as autoridades brasileiras do setor de
segurança tomem posições
rigorosas contra os malfeitores.
Num país como o
nosso com instituições já criadas pelos sistemas democráticos
e em funcionamento, é muito estranho que
as soluções para a escalada da violência diuturna
no país nunca se configurem de modo
eficiente e não produzam resultados
duradouros. É preciso ainda acentuar
um outro tipo de crime deletério e abominável: o do enriquecimento ilícito, aquele proveniente
de superfaturamentos, de propina,
de licitações fajutas, de formação de quadrilhas de colarinho branco.
Por exemplo,
durante todo o período
do governo Lula e da sua sucessora, o que se tem visto é amais
despudorada sequência de
denúncias contra gente ligada ao
poder político atual. Tem-se, assim, a
impressão de que nosso homens
públicos em geral são formados
de gente sem caráter
e lapidado com cinismo sem
limites, ou seja, cometem
desídias envolvendo dinheiro do Erário Público como se fossem criminosos
explodindo caixas eletrônicos em
todos os rincões do país, notadamente, agora,
em cidades do interior.
Ora, a se manter uma situação
de imoralidade administrativa, em vários setores do governo federal e dos governos estaduais e municipais, agravada com atos de vilania administrativa além-fronteiras (caso da refinaria de Pasadena, de denúncias de
contas ilícitas em bancos suíços etc.), o pais vai
chegar a um ponto insuportável e o resultado de tudo isso será sentido nas urnas e nas
manifestações em praças públicas.
O país, com todos
esses agudos e escabrosos
problemas, não vai aguentar-se
como nação.Ou teremos homens de grande
espírito democrático no poder, ou seremos uma nação
sem futuro.
NOTA: Ao concluir este artigo, acabo de ver aqui mesmo na internet que o candidato pernambucano à Presidência da República, Eduardo Campos, 49 anos, morreu hoje de manhã em acidente de avião. De minha parte, envio à família dele as minhas sinceras condolências, porque esse jovem político, que concedeu entrevista ontem mesmo à noite, no Jornal Nacional, me passou uma boa impressão com suas ideias, propostas e intenção de realizar um governo de melhoria para o Brasil, de ser um homem equilibrado, amável e de grande futuro para a política brasileira. O país fica mais triste e sem esperança.Que Deus o tenha e lhe conforte os familiares em face desta dor imensa.
NOTA: Ao concluir este artigo, acabo de ver aqui mesmo na internet que o candidato pernambucano à Presidência da República, Eduardo Campos, 49 anos, morreu hoje de manhã em acidente de avião. De minha parte, envio à família dele as minhas sinceras condolências, porque esse jovem político, que concedeu entrevista ontem mesmo à noite, no Jornal Nacional, me passou uma boa impressão com suas ideias, propostas e intenção de realizar um governo de melhoria para o Brasil, de ser um homem equilibrado, amável e de grande futuro para a política brasileira. O país fica mais triste e sem esperança.Que Deus o tenha e lhe conforte os familiares em face desta dor imensa.
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