quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Um velho poema francês sobre o Rio de Janero

Um velho poema em francês sobre o Rio de Janeiro





Rio de Janeiro



Dans l’éternel azur et l’éternel été,
Entre la forêt vierge et l’océan s’étale
S’enveloppant tourjours de mousselins pâle
Rio, la féerique cité.

Arbres et fleurs, d’abord, sortent de l’Atlantique,
Et puis voici la ville e son visage clair,
La ville où, rudement, vient s’achever la mer
Sur un trottoir de mosaïque,

La ville, sn fiévreux, incessant mouvement,
Toute l’Europe au bout des vagues débarquée,
Commerce, science, art, grande âme compliquée,
Qui vibre passionnément.

Et moi que, voyageant sur le bateau que tangue,
Croyais candidement aller à l’étranger,
Je trouve cete ville où l’on parle ma langue,
Et vois n’avoir pas voyagé.

Rio de Janeiro, grande soeur océane,
Lorsque je rentrerai dans ma France lá-bas,
E lui dirai qu’elle a fecondé de sa manne
Ce sol qu’elle ne connaït as:

Je lui dirai qu’elle est aimée au loin, bénie,
Message plein d’amour, message plein d’éspoir
Qu’ellle a faite sans le savoir...

-Adieu! Je vais paritir sur la mer qui déferle,
Mais j’emporte , trésor conquis sous d’autres cieux,
Ton souvenir parfait, tendre, délicieux,
Rio, comme une belle perle.

(Lucie Delarue-Mardrus, Rio, 12 de junho de 1933)


Rio de Janeiro

No eterno azul e no eterno verão,
Entre a floresta virgem e o oceano se estende
De musselina pálida cercando-se continuamente
Rio - , a cidade feérica.

Árvores, e flores, do Atlântico saem primeiro,
E, em seguida, a cidade e seu rosto claro,
A cidade, na qual, rudemente, termina o mar
Numa calçada de mosaico,

A cidade, com seu fervoroso, incessante movimento,
Nas extremidades das ondas Europa inteira desembocando,
Comércio, ciência, arte, grande alma complicada
Que apaixonadamente vibra.

E eu, que, viajando no navio balançando ,
Candidamente pro estrangeiro ir ,julgava
Esta cidade encontro onde minha língua se fala
E entendo que não viajei.

Rio de Janeiro, grande irmã oceânica,
Logo que regressar pra minha França distante,
Lhe direi que ela de seu maná fecundou
Este solo que não conhece;

Dir-lhe-ei que é amada de longe, bendita,
Mensagem cheia de amor, mensagem de esperança cheia
Vinda da sentimental colônia
Que a construiu sem o saber...

- Adeus! vou partir pelo mar que as velas abre
Levo, porém, sob outros céus conquistado tesouro,
Tua lembrança perfeita, carinhosa, deliciosa,
Rio, cidade-pérola.

(Tradução de Cunha e Silva Filho)

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