Meu pedido a Papai Noel em 2009
Cunha e Silva Filho
Há muito tempo nada peço a Papai Noel como presente de Natal. Agora, por esta crônica e coluna, faço um grande e coletivo apelo a quem me possa atender ao meu presente de Papai Noel. Em geral, quando se pensa em Papai Noel pensa-se primeiro nas crianças, que são os serezinhos que mais se inclinam ao bom velhinho de barba branca, barrigudinho, vestido de vermelho e carregando nas costas aquele saco de presentes que tanto encanta a infância e mesmo o início da adolescência.
Pois é, leitor, o meu pedido é simples, mas um pouquinho difícil: eu queria recuperar meus artigos passados, aqueles artigos juvenis saídos em jornais de Teresina e datando de 1962 a 1964, que são marcos iniciais, até o final dessa década, fora outros publicados em anos posteriores, por exemplo nos anos 70 e 80 do século passado. Não são tantos assim, já que, por certo bom tempo, nada produzi. Papai, vendo essa lacuna, me estimulava a retomar com mais frequência os meus escritos. Sempre ele o meu grande incentivador.
Se algum leitor ou leitora de Teresina ou de outras cidades do Piauí me pudessem presentear com alguns dos meus antigos artigos juvenis que eu perdi, quem sabe, até aquele sobre O retrato de Dorian Gray, de Oscar Wilde(1854-1900) de título: “Dorian Gray: personagem maldito,” publicado pelo extinto jornal Estado do Piauí, do saudoso Josípio Lustosa, este colunista muito e muito ficaria agradecido pelo achado. Ou aquele sobre uma história mal-assombrada, de cujo título não me lembro mais, ou aquele outro conto, intitulado “Inteligência precoce”, saídos, pelo menos um dos dois, na seção de Literatura de outro periódico de Teresina - matérias provavelmente de 1963. Foram escritos quando morava na Rua Arlindo Nogueira e, depois, na Rua Quintino Bocaiúva, última residência minha antes de partir para o Rio de Janeiro, em 1964. Nos anos de 1962, 1963 e 1964 e nas décadas de 70 e 80, escrevi para mais de um jornal de Teresina.Como o leitor pode perceber, não sou daqueles que renegam a obra juvenil. A esta altura da minha vida, seria um grande conforto poder saber a quantos andava meu estilo literário naquele período de vida cheio de energia e esperança.
Em março deste ano, estive em Teresina e Amarante para uma conferência sobre Da Costa e Silva e aproveitei também as minha visitas ao Conselho Estadual de Cultura, presidido, com grande competência e amor à cultura, pelo meu amigo M. Paulo Nunes, a fim de dar uma olhada na seção de jornais antigos. O Conselho de Cultura ocupa (informou-me M. Paulo Nunes que, dentro de pouco tempo, o Conselho vai ter sede própria) algumas salas do Arquivo Público. Tentei, com a ajuda de uma simpática e prestativa funcionária, a Maria de Jesus Nunes Silva, encontrar o artigo sobre o livro do Wilde mas sem sucesso, pois não havia os números referentes a toda a década de setenta.
Confesso que fui descuidado com os meus primeiros escritos, porquanto o certo seria tê-los reunidos desde o primeiro, que tratou de fazer uma homenagem ao ‘Dia do Estudante’. Me recordo de que uma leitora (onde andará minha querida leitora de Teresina?) minha daquele tempo me acompanhava os artigos e dissera, certa vez, que eles a ajudavam na preparação ao vestibular. Também quem me poderia ajudar a localizar o meu artigo sobre Dorian Gray seria o jornalista e intelectual Drumond, assim mesmo, com um “m” só, ((pseudônimo de Jeremias Abreu Pereira da Silva) infelizmente já falecido, e que também infelizmente nunca conheci pessoalmente, o qual ficou entusiasmado com artigo e até enviou a meu pai um bilhete de Brasília datado de 2 de março de 1978 e publicado no mencionado jornal Estado do Piauí fazendo um belo e inteligente comentário sobre a minha matéria.
Em homenagem a ele, o incluí na folha de Dedicatórias da minha Dissertação de Mestrado sobre Da Costa e Silva : Da Costa e Silva : uma leitura da saudade(184 fls. mimeo.) defendida na UFRJ, no primeiro semestre de 1994, trabalho posteriormente publicado em livro pela UFPI e Academia Piauiense de Letras(1996).
Por aí o leitor ou leitora pode avaliar o quanto me deixaria feliz se pudesse pelo menos ter de volta à mãos as minha primícias de adolescente, que são esses artigos mencionados nesta crônica. Eles, sim, seriam neste ano que se finda o meu presente de Natal. Que Papai Noel me atenda. Aproveito para desejar a meus leitores um Feliz Natal e um grandioso 2010.
Nota: Os leitores que por acaso tenham algum artigo meu das datas mencionadas nesta coluna, favor entrar em contato comigo pelo meu e-mail: profcunhasilvafilho@Gmail.com
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