sábado, 28 de março de 2015

A tragédia que poderia ser evitada



                                                      Cunha e Silva Filho


             Era evidente que  o pior  estava  por acontecer no voo do Airbus A320  da companhia alemã Germanwings por dois fatores  basilares: o copiloto,  de nome Lubitz,de 27 anos,  tinha atestado  médico  que o  impedia  de  trabalhar  na sua função, aliás uma das funções que mais prezo  nos diversos   meios de transporte  do mundo, que é a de aviadores, esses incansáveis  e corajosos  homens  talhados  para  transportar  muitas vidas de uma país  para outro ou de um continente para outro. São  grandes heróis não  devidamente   reconhecidos  pela sociedade. Merecem  ser altamente remunerados,  ter vida tranquila,   saúde  perfeita e apoio  de todos  nós  que deles dependemos  para  conhecer  outras terras, às vezes  longínquas, seja  como  turistas, seja  a negócios,  seja para  estudos, fazer palestras  e tantas outras finalidades.
         A  imprensa  mundial  informou agora   que Lubitz havia dito a uma namorada que  o mundo ainda iria  ouvir  o nome dele, o que é gravíssimo,  pois isso  me parece suficiente  para classificarmos  sua personalidade  como a de um  psicopata. Portanto,  sem nenhuma  possibilidade de ser  contratado  por uma  empresa aérea. Lamentável para a empresa que o contratou e que pode  render-lhe alguns  problemas e dores de cabeça. 
         O copiloto foi  mal  selecionado e mal  fiscalizado pelos setores competentes. E estas deficiências  de contratação de funcionários   não são  peculiares  no ramo da aviação. Elas  se encontram em outros meios  de transportes: nos motoristas de ônibus,  nos condutores  de  trens e metrôs, nos comandantes de navios, nos motoristas de táxis. A seleção  deve  exigir  rigoroso   histórico do candidato,  não só  competência  técnica,  horas  de voos; ela tem  que ir mais fundo,  sobretudo no que diz  respeito  à saúde mental do candidato.
        O setor de recursos humanos,  quer os referentes  à aviação, quer  de outros  meios  de transportes não pode ser  entregue  a pessoas  desqualificadas, mas a indivíduos   superiormente   competentes  para selecionar  candidatos.            
           Uma sugestão  seria que,  em cada  país,  a força  aérea fosse  encarregada de  fazer  essa seleção com o maior  critério  possível e o maior  rigor  de testes,   levando em conta   o passado  do candidato,  sua condição   de ser  humano fora  da área de trabalho, sua forma de vida,   seu  relacionamento social, entre outros itens  que não cito aqui.  O piloto deve  unir  competência técnica,   vocação e boa saúde psicológica  e física.E este não foi  o caso do  copiloto que  provocou  uma tragédia  infame, matando,   inclusive ele  próprio,   cinquenta  pessoas
         Cada desastre aéreo que  ocorre  traz  sérios  problemas   para  algumas  pessoas mais frágeis que,  tendo  notícias  desses  desastres  terríveis,  vão  se apavorando, despertando-se-lhes no  espírito fobias contra   viagens aéreas, sobretudo as prolongadas. Tive um amigo  que se enquadraria  nessas condições: após um acidente  que  matou nos Andes um amigo,   passou a ter horror a  viajar de avião e até adquiriu  outras fobias, a de andar  em elevador foi uma delas.
       As companhias aéreas, no mundo  inteiro,  agora   deveriam   pensar  melhor  na seleção de seus candidatos e na constante fiscalização   de  seus  aviadores, além das precauções que  têm  sido  tomadas, que não são ainda suficientes,  porque  já querem   que nos aviões, dentro da cabine,   além  do  comandante,   fiquem dois tripulantes em stand-by para  que  o comandante  possa, com mais tranquilidade,  se precisar,  sair por alguns instantes. Isso seria  já uma providência a mais.
   Mas reafirmo a urgência do recrutamento dos candidatos a aviadores, o qual deve se cercar de todos os cuidados  possíveis relacionados à personalidade  do a candidato  e a seu  histórico  de saúde  mental.
     O mundo contemporâneo vive  à mercê  de imprevistos de toda a sorte,  nessa  era   tenebrosa  do surgimento    do terrorismo internacional   e,  por consequente,  da  intranquilidade  geral em que se  encontra  a humanidade, já por si,    tão cheia de  problemas  de toda espécie.
       Ficamos   impotentes  diante  dessa  tragédia   aérea e lamentamos   profundamente  o sofrimento e a dor   de todos os passageiros  e de seus familiares, especialmente  porque  no  avião,  havia até inocentes bebês e jovens  esperançosos   que vinham  da Espanha  onde haviam  realizado  estudos de intercâmbio.A morte desses inocentes,  jovens e adultos, dos passageiros  em geral,  da tripulação afeta emocionalmente  todos nós  que habitamos   esse conturbado  planeta Terra.

       

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