Écoutez
Écoutez la
chanson bien douce
Qui ne pleure que
pour vous plaire.
Elle est discrète, elle est légère:
Um frisson d’eau sur de la mousse!
La voix vous fut connue (et chère?)
Mais à présent elle est voilée,
Comme une
veuve désolée,
Pourtant
comme elle encore fière,
Et dans les
longs plis de son voile
Qui palpite aux brises
d’automne
Cache et
montre au coeur que s’étonne
La vérité
comme une étoile.
Elle dit,
la voix reconnue,
Que la bonté
c’est notre vie,
Que de
la haine e de l’envie
Rien ne
reste, la mort venue.
Elle parle
aussi de la gloire
D’être
simple sans plus attendre,
Et de noces d’or e
du tender
Bonheur d’une
paix sans victoire.
Acccueillez
la voix que persiste
Dans son naîf épithalame.
Allez, rien
n’est meilleur à l’âme
Que de
faire une âme moins triste!
Elle est “en
peine” e de “passage”
L’âme que souffre sans colère,
Et comme sa
morale est claire!...
Écoutez la
chanson bien sage.
Escutai esta canção tão
doce
Que apenas chora para
vos contentar.
Discreta, sim, singela, sim:
De água um frêmito no musgo!
Conhecida (e
querida?) se fez a voz
Agora, porém, velada
está
Qual viúva
desconsolada.
Não obstante, quão
ainda altiva se mostra!
E nas longas dobras de seu véu
Palpitando com as brisas
do outono
Oculta e mostra ao
coração surpreso
A verdade de uma estrela.
Diz a voz reconhecida
Que de nossa vida a
bondade é parte,
Que, após a morte, o ódio
e a inveja
Nada significam.
Da glória por
igual discorre
De ser simples sem mais nada esperar.
Fala das bodas de ouro e da comovente
Felicidade de uma paz sem vitória.
Acolhei a voz que persiste
Em seu ingênuo epitalâmio.
Ide, nada é tão precioso
à alma
Quanto suavizar-lhe a tristeza!
A voz, um “átimo, uma
“ fugacidade”
A alma que sofre
sem cólera.
E, em sua moral,
quanta transparência!...
(Trad. de Cunha e Silva Filho)
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