segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Por que os terroristas odeiam os Estados Unidos?





                                      Cunha e Silva Filho


          Aos Estados Unidos por longos  anos faltam  grandes  estadistas. Não vemos mais um  George Washington,  um  Thomas Jefferson, um Abraham Lincoln, um Benjamin Franklin,  um Ralph Waldo Emmerson e, mais próximo de nós, um  Franklin Delano Roosevelt, um Martin Luther King, entre outros menos conhecidos.Todos fazem  parte de um país  que  se viu formando com   figuras de elevado  conceito moral, intelectual,  político.
For graças a esses homens  de grande estatura   moral  que a democracia  americana  se constituiu e se consolidou. Entretanto,  “no meio do caminho” segundo  o famoso   verso  drummondiana,  havia uma pedra. E essa pedra  se chamou  gigantismo  capitalista, país  dos  milionários  em  afronta direta aos necessitados  e aos miseráveis. Onde um país  se forma de homens  levados  pela  grande ambição de acumulação  de riqueza crescem as injustiças, as  desigualdades. E,  por conseguinte, a  indignação  de um povo.
Essa pedra no meio do caminho   também tem  outros nomes: a expansão  do capitalismo, ou melhor, a sua exportação  de formas  de  vida econômica  que se foi  espalhando  por outras nações. O capitalismo  tornou-se, assim,  uma pandemia, um  estilo de conduzir a vida  individual, sob a forma mais  egoísta possível,  e coletiva  dos povos que a ele aderiram. Essa pedra conheceu  outra  forma de se manifestar, ou seja,  através  do poderio  armamentistas recrudescido após  a Segunda Guerra  Mundial. País  de  riquezas  variadas,  de climas  diferentes,  de formações   étnicas diversas, “melting  pot”  soberano   do Planeta, não se contentou   em  ostentar só para si  o seu domínio  e a sua ganância. Quis  alargar-se pelo mundo afora. Tornou-se hegemônico, espécie  de “Império  Romano” dos tempos modernos, com as suas “legiões” de militares  e a sua força armada  descomunal de tal sorte que  veio a impor-se como  liderança  do mundo, sobretudo  econômica e armamentista,  tanto  no Ocidente quanto  no  Oriente. Nesta  última  região  territorial,  com  povos   de culturas   milenares     e visões  do mundo   completamente  diversas do “American way  of  life,” o intercâmbio  comercial norte-americano com seus   interesses mercantilistas e de natureza  geopolítica, pôs para o escanteio as boas intenções dos fundamentos dos “founding fathers” e enveredou  para  práticas colonialistas  e  de exploração  econômica  e territorial..
Daí para diante,  a política   externa  americana  descambou  para   o combate  sem trégua à ameaça  comunista tanto  internamente  quanto  sobretudo  nas práticas  diplomáticas. Podemos   dizer que todas  as guerras e conflitos por que  passaram  os governos americanos em relação   a outros países não-capitalistas, em todos  os  quadrantes da Terra,  tiveram como alvo  evitar  a implantação  de novos   governos  comunistas  no mundo.  Tal se deu com  a China,   com  o Vietnam e com o mundo  islâmico.
      Contudo, ao  lutar contra a ameaça  comunista, os Estados Unidos  cometeram   muitos erros  em sua  política externa, quer  por  intervenções diretas  e  unilaterais  em  países  árabes ou na América  Latina, quer por interesses  econômicos de exploração capitalista. No  Brasil,  tivemos  essa experiência durante a eclosão  da Ditadura  Militar.
Se os EUA não tivessem  atuado, em todas essas regiões, para impor  ideias e mudanças  com  objetivos   de  expansão  capitalista  ou de dominação   de países  manu militari,  é bem provável que  o terrorismo  não tivesse crescido  tão  fortemente na contemporaneidade.
O ódio dos terroristas,  a bem  da verdade,  não é contra  os americanos, É, sim, contra  maneiras  hegemônicas   de sua  política  externa, especialmente  se  tem  objetivos  de domínio  econômico.
Ninguém  pode negar  que a grande nação americana   não foi  útil à humanidade sob  tantos  aspectos:   na tecnologia,  na nas ciências, na indústria, nos  inventos,  na sua  democracia  amadurecida, na educação,  no desenvolvimento  de seus centros universitários  que recebem,  indistintamente   todos  aqueles que  desejam  se  aperfeiçoar  nos vários campos da inteligência. As universidades  mais   prestigiadas  na América   recebem  pessoas  do Ocidente e do Oriente sem discriminação  nem   hostilidades. Basta isso para  reconhecermos  que   os EUA  não  é esse “demônio “ pintado  por terroristas.O erro da América se encontra  na sua política  externa, nas suas invasões  unilaterais  a países  árabes e no seu vezo  de  pensar  que  o mundo atual   está disposto  a  ações  colonialistas,   exploradoras e hegemônicas.
Faltam aos EUA  homens  de  sabedoria  e de espírito democrático, tal como   as ilustres  personalidades  da  heróica   fase da formação  da nação  norte-americana. A lição que  aquele homens  legaram à posterioridade universal não pode ser esquecida,  mas reeditada nos seus  princípios  democráticos  e de  convivência  humana  no país e entre as nações  do  mundo.  Que não sejam esquecidas as palavras  de Lincoln no seu Gettysburg Address, em 19 de novembro e 1863: “Há 87 anos que nossos pais estabeleceram neste continente uma nova nação concebida na liberdade e fundada  no princípio de  que todos os homens  nascem iguais.”
    


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