terça-feira, 16 de julho de 2013

BRAZIL'S OVERVIEW CORNER: Hasn't violence issue counted in Brazil's latest protest on the streets?

[A translation  in Portuguese of this article  is given  after the  English  text]


                                                                      By Cunha e Silva Filho

               Here is  a  fact  that  has  practically  been unnoticed in the  demonstrations  on the streets against  Brazilian  social   situation. People have claimed against the increase of buses  fares and other  means of transportation, against  political  corruption,  against the  corroded levels of     primary and  secondary   public and in some  cases private  educational system, against   health  low patterns. However, violence   issue  has been  suppressed. Maybe because  all these   justified  and urgent claims, when  not  taken   in to due  account by   Brazilian authorities, become themselves  indirect    types of violence.
The   claim  against  violence  as an  important  issue  in the  protests on the street  has become one of the  most  pressing one  and,  as far as I know,  nothing has been effectively  made  on the part  of  Brazil’s  authorities  to  reduce it. He who  regards  as yellow press the  violence TV  programs  which daily   inform  people  of what is going  on   with the  individuals’ security in big cities and also  in the  countryside,  is losing the  opportunity  to be  aware of the  pains and  afflictions   of families who are daily bereft of their beloved ones as forlorn  victims  of  abominable  crimes, and this  includes children, youths and adults in an unprecedented scale  of  savagery nationwide..
Therefore,  not  caring  about this  state  of  things   is equivalent  to show  indifference and lack of sensitivity  towards the  pains  and sufferings of  Brazilian society. What is worse,  other  people’s  distress can  turn into your  own  suffering, since we are on the same boat which,  instantly  and anywhere,  can become a revolting  tragedy stage.
Violence problem permeates all of us and society ought to unite massively to   present   proposal to  the Brazilian  State, in all   instances  of  powers,  to demand  immediate and  effective solutions,  chiefly  taking  into account  the  fair outcry for  solving the shortcomings  in   our  public  security   sectors
To moralize our military  police, as well as civil police,  is a must, as well as   to   dismiss bad and corrupted   professionals of this institution, the evil-minded  elements who, according to   press  information sources,   are  accomplices with  wrongdoers, gun traffickers, drug traffickers,   unlawful paramilitary  groups and all derived  components who are sometimes   secretly installed  in our    official drug fighting  departments, as well as in the military  police, among  politicians (aldernen)  of  our  municipal  chamber, in short,   in all  channels,  public and  private,  which   possibly  could work out as underworld connections for  the practice of  varied  sorts of crimes against society,  individually  or collectively  taken.
This level of   violence   exhibited by   Brazil -   a shame  on us  before  some  civilized  countries with low rates of violence -,  is not  exclusively  a Brazilian  evil. There are other countries with high rates of violence, like Mexico,  some   African  countries and some  countries  in Latin America,  for  instance.
Only  effective and relentless  changes   in our  infrastructure of  security, together with   the Armed Forces watching our  frontiers to  prevent   guns from   entering  our country  will be able  to  reduce the  afflictions  of families    who,  at all times,  are  crying,  helpless, for  measures  to be taken  by   the authorities to get the country  rid of  this  chronic  gloomy   reality,  undoubtedly one of the  biggest  challenges   currently faced by Brazil.
As long as  deep  changes are not  undergone as quickly as possible, such as  the  reduction  of age bracket  penalty  for  hardened   criminals,  an   updated Brazilian Penal Code, and the   use of  life sentence  for the  abominable  crimes against  human beings, Brazilians  will live amidst despair,  insecure as to  their  physical  integrity and hopeless   for  actual  steps from  the federal  government.
That  is why during  nationwide  protests  on the streets last  month, I wondered   why the  high  violence issue has not been  claimed by   civil society.
I expect that in future   demonstrations   on behalf of the  well-being  of Brazilians, posters may  be carried by the crowd  exhibiting   slogans alluding to the  theme of violence  



A  questão da violência  não contou nas manifestações das ruas?


                                                        Cunha e Silva Filho


             Eis aí um fato  que passou  praticamente invisível nas manifestações das ruas contra   a situação social  brasileira. Clamaram  contra o aumento   das tarifas de  ônibus e outros  meios de transporte, contra a corrupção  política,  contra a  o descalabro da educação  fundamental e média  pública e  privada, contra a saúde, mas  a violência  ficou de fora. Talvez, quem, sabe seja   porque  todas essas  reclamações  justas,  quando  não atendidas,   se tornam,  por si sós,   tipos  indiretos de violência.
A bandeira,  porém, da violência nas ruas  é das mais  urgentes, e, ao que  parece,  nada se tem feito  concretamente para  minimizá-la. Quem  considera  sensacionalistas  jornais  ou  programas de TV que  se dedicam  a  informar  ao público   o que está  acontecendo com  a segurança do  indivíduo nas metrópoles e mesmo  no interior, está perdendo a  oportunidade  de  tomar  ciência   das dores e aflições de famílias que  perdem seus entes queridos diariamente,   assim como  são vítimas   de todas as formas  de violência  crianças,  adolescentes e adultos  em escala sem precedente  pelo  país afora. Portanto,  não  se importar com  esse estado  de coisa  se afigura  indiferença  e  insensibilidade da parte da sociedade brasileira. O que  é pior,   a dor alheia  pode se transformar  na sua  própria dor, já que todos estamos  inseridos no mesmo  contexto   que,  a qualquer instante,  pode ser  palco de tragédia inominável. O problema da violência  é de todos nós e a sociedade  deve se  unir  maciçamente para  encaminhar    propostas de soluções ao Estado  brasileiro,  em todas as instâncias  de seus poderes,  sobretudo  levando em conta  as gritantes  deficiências de  nosso  órgãos de segurança pública.
É preciso   moralizar  a polícia  militar, a  polícia civil,  excluindo dessas instituições os maus profissionais,  os corruptos,   os elementos  perniciosos  que,  de acordo com  fontes  de informação da imprensa, estejam  conluiados  com  malfeitores,  com  o  tráfico de  armas e  de  drogas, com as chamadas milícias e todos  os  derivativos  que se  incrustam  em nosso   órgãos   de combate ao crime,  na  política   estadual, na política  municipal, enfim, em todos os canais,  públicos   ou privados,  que  podem  servir  de elos  subterrâneos  para a prática  de variados   tipos de  crimes  contra a sociedade,  individual  ou coletivamente  considerada.
Esse nível de violência  que o Brasil   ostenta,  para vergonha  de alguns países   civilizados com  baixa  taxa de violência, não é exclusividade  brasileira. Há outros  países   com altos índices  de violência, como o  México, alguns  países africanos, alguns países da América Latina, por exemplo.
Só mudanças  efetivas e contínuas  no seio da  própria infra-estrutura  da segurança  brasileira e com  o apoio das forças armadas  no caso  da vigilância das fronteiras a fim de   impedir   a entrada de armas  que vão  parar a nas mãos de  quadrilhas e facções  criminosas poderão  reduzir  a angústia das famílias  no país, sobretudo das mães   que, a toda  hora,  clamam, indefesas, por medidas  das autoridades que venham  livrar  o  país  dessa  realidade   que  já se tornou  crônica como um dos  maiores   desafios  que  os brasileiros  enfrentam.
 Enquanto  alterações   nas leis  não forem    feitas  de imediato, como  redução da maioridade  criminal, atualização do Código Penal  e implantação da prisão perpétua  para  os  mais  abomináveis  crimes contra  a pessoa  humana, os brasileiros   viverão  no meio do  desespero,  inseguros  quanto   à sua integridade física e sem esperança contra  reais  providências dos governos feral e  estaduais.
Por  esta razão é que,  durante as manifestações  nas ruas   no mês  passado, e em todo  o  Brasil,  me perguntei  por que  a questão da  alta violência   não foi  tão  reivindicada  pela sociedade civil.
Aguardo  que,  em outras   manifestações  pelo  bem  do  Brasil   a bandeira da violência    seja  um   dos temas anunciados em cartazes  pela multidão  nas ruas.    

     

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