[A translation in Portuguese of this article is given after the English text]
By Cunha e Silva Filho
Here is a fact that has practically been unnoticed in the demonstrations on the streets against Brazilian social situation. People have claimed against the increase of buses fares and other means of transportation, against political corruption, against the corroded levels of primary and secondary public and in some cases private educational system, against health low patterns. However, violence issue has been suppressed. Maybe because all these justified and urgent claims, when not taken in to due account by Brazilian authorities, become themselves indirect types of violence.
The claim against violence as an important issue in the protests on the street has become one of the most pressing one and, as far as I know, nothing has been effectively made on the part of Brazil’s authorities to reduce it. He who regards as yellow press the violence TV programs which daily inform people of what is going on with the individuals’ security in big cities and also in the countryside, is losing the opportunity to be aware of the pains and afflictions of families who are daily bereft of their beloved ones as forlorn victims of abominable crimes, and this includes children, youths and adults in an unprecedented scale of savagery nationwide..
Therefore, not caring about this state of things is equivalent to show indifference and lack of sensitivity towards the pains and sufferings of Brazilian society. What is worse, other people’s distress can turn into your own suffering, since we are on the same boat which, instantly and anywhere, can become a revolting tragedy stage.
Violence problem permeates all of us and society ought to unite massively to present proposal to the Brazilian State, in all instances of powers, to demand immediate and effective solutions, chiefly taking into account the fair outcry for solving the shortcomings in our public security sectors
To moralize our military police, as well as civil police, is a must, as well as to dismiss bad and corrupted professionals of this institution, the evil-minded elements who, according to press information sources, are accomplices with wrongdoers, gun traffickers, drug traffickers, unlawful paramilitary groups and all derived components who are sometimes secretly installed in our official drug fighting departments, as well as in the military police, among politicians (aldernen) of our municipal chamber, in short, in all channels, public and private, which possibly could work out as underworld connections for the practice of varied sorts of crimes against society, individually or collectively taken.
This level of violence exhibited by Brazil - a shame on us before some civilized countries with low rates of violence -, is not exclusively a Brazilian evil. There are other countries with high rates of violence, like Mexico , some African countries and some countries in Latin America , for instance.
Only effective and relentless changes in our infrastructure of security, together with the Armed Forces watching our frontiers to prevent guns from entering our country will be able to reduce the afflictions of families who, at all times, are crying, helpless, for measures to be taken by the authorities to get the country rid of this chronic gloomy reality, undoubtedly one of the biggest challenges currently faced by Brazil.
As long as deep changes are not undergone as quickly as possible, such as the reduction of age bracket penalty for hardened criminals, an updated Brazilian Penal Code, and the use of life sentence for the abominable crimes against human beings, Brazilians will live amidst despair, insecure as to their physical integrity and hopeless for actual steps from the federal government.
That is why during nationwide protests on the streets last month, I wondered why the high violence issue has not been claimed by civil society.
I expect that in future demonstrations on behalf of the well-being of Brazilians, posters may be carried by the crowd exhibiting slogans alluding to the theme of violence
A questão da violência não contou nas manifestações das ruas?
Cunha e Silva Filho
Eis aí um fato que passou praticamente invisível nas manifestações das ruas contra a situação social brasileira. Clamaram contra o aumento das tarifas de ônibus e outros meios de transporte, contra a corrupção política, contra a o descalabro da educação fundamental e média pública e privada, contra a saúde, mas a violência ficou de fora. Talvez, quem, sabe seja porque todas essas reclamações justas, quando não atendidas, se tornam, por si sós, tipos indiretos de violência.
A bandeira, porém, da violência nas ruas é das mais urgentes, e, ao que parece, nada se tem feito concretamente para minimizá-la. Quem considera sensacionalistas jornais ou programas de TV que se dedicam a informar ao público o que está acontecendo com a segurança do indivíduo nas metrópoles e mesmo no interior, está perdendo a oportunidade de tomar ciência das dores e aflições de famílias que perdem seus entes queridos diariamente, assim como são vítimas de todas as formas de violência crianças, adolescentes e adultos em escala sem precedente pelo país afora. Portanto, não se importar com esse estado de coisa se afigura indiferença e insensibilidade da parte da sociedade brasileira. O que é pior, a dor alheia pode se transformar na sua própria dor, já que todos estamos inseridos no mesmo contexto que, a qualquer instante, pode ser palco de tragédia inominável. O problema da violência é de todos nós e a sociedade deve se unir maciçamente para encaminhar propostas de soluções ao Estado brasileiro, em todas as instâncias de seus poderes, sobretudo levando em conta as gritantes deficiências de nosso órgãos de segurança pública.
É preciso moralizar a polícia militar, a polícia civil, excluindo dessas instituições os maus profissionais, os corruptos, os elementos perniciosos que, de acordo com fontes de informação da imprensa, estejam conluiados com malfeitores, com o tráfico de armas e de drogas, com as chamadas milícias e todos os derivativos que se incrustam em nosso órgãos de combate ao crime, na política estadual, na política municipal, enfim, em todos os canais, públicos ou privados, que podem servir de elos subterrâneos para a prática de variados tipos de crimes contra a sociedade, individual ou coletivamente considerada.
Esse nível de violência que o Brasil ostenta, para vergonha de alguns países civilizados com baixa taxa de violência, não é exclusividade brasileira. Há outros países com altos índices de violência, como o México, alguns países africanos, alguns países da América Latina, por exemplo.
Só mudanças efetivas e contínuas no seio da própria infra-estrutura da segurança brasileira e com o apoio das forças armadas no caso da vigilância das fronteiras a fim de impedir a entrada de armas que vão parar a nas mãos de quadrilhas e facções criminosas poderão reduzir a angústia das famílias no país, sobretudo das mães que, a toda hora, clamam, indefesas, por medidas das autoridades que venham livrar o país dessa realidade que já se tornou crônica como um dos maiores desafios que os brasileiros enfrentam.
Enquanto alterações nas leis não forem feitas de imediato, como redução da maioridade criminal, atualização do Código Penal e implantação da prisão perpétua para os mais abomináveis crimes contra a pessoa humana, os brasileiros viverão no meio do desespero, inseguros quanto à sua integridade física e sem esperança contra reais providências dos governos feral e estaduais.
Por esta razão é que, durante as manifestações nas ruas no mês passado, e em todo o Brasil, me perguntei por que a questão da alta violência não foi tão reivindicada pela sociedade civil.
Aguardo que, em outras manifestações pelo bem do Brasil a bandeira da violência seja um dos temas anunciados em cartazes pela multidão nas ruas.
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