[This article is followed by a translation into Portuguese after this text]
By Cunha e Silva Filho
The American presence in Iraq, even with the withdrawal of the majority of military
force still deployed in the country, has not
prevented the continuous
intolerance among rival factions, i.e., among Xiitas and Sunitas.
The extremists go on with
their attacks, without truce, with neither side wishing a dialog, word which, as it
seems, is not to be found in the
dictionary of civil war tragedies that leave behind more
dead bodies, car-bombs, bloodshed
and losses of lives and destruction
in cities and towns. It all points at a lack of control on the part
of country living in fratricidal conflicts, whether in Egypt , in Syria , in Iraq
or other regions. It even looks as if we
do not possess any more international
peace organisms that would have
the main
purpose to reduce
conflicts among nations which
destroy one another
in order to take power by
means of
bloody religiosity and by
other unknown arguments. I wonder if we
have come to a degree in which
struggling nations are doomed to destruction
without having anyone to
help them concretely solve their
problems and lead them towards achieving
peace.
Governments have been ravaged,
their leaders dead. New
leaders have been
taken over by elections or by coups
who, in turn, have not got to
maintain the
integrity of their people or their unity as a nation. This is
a stage of Mankind History which
is not at all the best one to
please nations and
peoples. Far otherwise.
At this gloomy moment for the
human being universally taken, it would be
necessary to draw water out of
stone, never say die, never fall into lassitude
and call together all good hearted-men of the Planet so that they may have
their voices heard and taken into
account by those who are daily killing
one another led by extremisms, partisanship, intolerance, fanaticism --
these great evil human creature is
sometimes unfortunately endowed with.
The History of the peoples do not have
so far been serviceable as a lesson to
all nations in conflict, inasmuch as the atrocities of civil wars go on among
several peoples. How can one build a city, a state, a country in a solid
ground and with lasting peace if
guerillas, wars, battles, terrorism – this last one the most inhuman
tool of cowardice that in our days
human kind has ever give as
an example!
To be quite frank, international
security organisms, like UN, NATO and others,
little success have
actually obtained in the dialogs and
negotiations made with countries’ delegations in warfare. I can only see a way signaling some
hope: a spiritual dimension without fanaticism: a balance with transcendental force that may turn
fanaticism, intolerance and terrorism into attitudes taken by man which, without forgetting the logical limits
of human condition, manage to lead
peoples towards a frank dialog, open-minded
to mutual concessions, by recognizing differences and
diversified world views. I understand that, by compromising
a part of their opposing views,
there shall be a way which may be opened to a universal understanding. If man,
for example, is able to learn a
foreign language, like English, Spanish or other widely spoken language, and get his meaning across
other peoples, why couldn’t he do so as far as peace goals are concerned among nations and
children of the same country?
There exists a kind of Babel Tower
that is still very active in our contemporary time: the diversity of voices and political, ideological and
religious views. However, this confusion of
languages, here metaphorically
considered, that troubles the coming of peace could well be a sort of solution, the decisive tool of a universal human language, i.e., the use
of a dialog, as I suggested some
lines behind, but an unbiased use of
communication, without subterfuges, without an attempt to hide
unwanted intentions, a dialog in
which would be no room for one of
the biggest evils of life: hypocrisy. Indeed, this dialog would be a way out towards sharing understanding others without
hegemonic connotations of whatever nature,
without submissions and
opportunism. That would not be a Utopian
ideal of a young man, because this
columnist is no longer a youngtster, but just someone whose greatest aspiration is to
see the world, the nations, the Planet in a time ruled by lasting peace.
Guerras
inúteis
Cunha e Silva Filho
A presença americana no Iraque, mesmo com o afastamento
da maior parte da força militar lá instalada, não tem
impedido a continuidade da
intolerância entre facções opostas, ou
seja, entre xiitas e sunitas.
Os extremistas persistem, não dão
trégua, nenhum dos dois lados deseja o diálogo, palavra que, ao que tudo indica, não se encontra no dicionário da
tragédia da guerra civil que se
alastra com mais mortes, carros-bombas, derramamento
de sangue e perdas de vidas com
destruição das cidades. Tudo aponta para
um descontrole de países em
conflitos fratricidas, seja no
Egito, na Síria, no Iraque e em outros
regiões Até parece que não mais existem organismos de paz
internacionais que serviriam
para dirimir conflitos entre nações
que se matam por tomada de poder,
por religiões sangrentas, por outras razões desconhecidas. Será que chegamos a um ponto
em que as nações tendem a se destroçar sem que ninguém faça algo
concreto em direção à paz?
Governos foram destruídos,
mortos seus líderes, os quais
foram substituídos por outros que, por sua vez,
não têm contentado
a unidades dos povos. É uma
fase da História da Humanidade nada alvissareira. Ao contrário.
Neste momento triste para o ser
humano universal é preciso extrair água
da pedra, não desanimar, não
cair na indiferença e conclamar todos os homens de bem do Planeta
a fim de que possam ter sua
voz ouvida e tomada em consideração por
aqueles que diariamente estão se
matando levados por extremismos, facciosismos,
intolerância, fanatismo esses grandes
males de que a criatura
humana mostra-se por vezes
dotada.
A História dos povos não tem, até
agora, servido de lição às nações em conflito, já que as atrocidades da guerra civil
prossegue entre vários
povos. Como se poderá construir
uma cidade, um estado, um país de
forma sólida e de paz duradoura se as guerrilhas, as guerras,
os combates, o terrorismo – este
o mais desumano instrumento de covardia
de que deu exemplo o ser humano em tempos atuais.
Ora, se os organismos de segurança mundial, como a ONU, a OTAN e outros,
pouco têm atualmente
obtido sucessos no diálogo e
na negociação entre
conflagrações de países, só vejo
um caminho com alguma esperança: a dimensão espiritual
sem fanatismos: um equilíbrio com força
transcendental que possa
transformar o fanatismo, a intolerância e o terrorismo em
atitudes tomadas pelo homem
que, sem abdicar dos limites lógicos
da condição humana, consigam levar
os povos ao diálogo franco e
aberto às concessões mútuas, reconhecendo
diferenças e visões
díspares. Contudo, entendo que, cedendo
uma parte de suas divergências,
há de se encontrar um caminho
que tenha uma abertura ao entendimento universal. Se o homem é capaz de aprender e
se comunicar num língua, como
o inglês ou o espanhol, ou outra língua
bastante falada por habitantes do Planeta,
por que não o poderia fazer no
tocante à consecução da paz entre as nações e entre os filhos de uma
mesma nação?
Existe uma espécie de Torre de
Babel que ainda está muito atuante na
contemporaneidade: a diversidade de vozes e
visões políticas,
ideológicas e religiosas. Porém, essa confusão
de vozes, aqui considerada metaforicamente, que atrapalha
a chegada da paz pode bem ter
como forma de solução,
o instrumento decisivo da linguagem
humana universal, i.e., o uso do
diálogo, segundo já sugeri linhas acima, mas o uso sem preconceitos, nem subterfúgios, nem tentativas de
ocultar intenções escusas, um diálogo onde não haveria espaço para
um dos grandes males da vida, a hipocrisia. Este diálogo, sim, seria uma
saída para a partilha, a compreensão do outro
sem conotações hegemônicas, sem sujeições e oportunismos.Isso não é uma
utopia de um jovem, porque não o sou, apenas alguém cuja aspiração maior é ver
o mundo, as nações, o Planeta num tempo
no qual reine duradoura
paz.