quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

DESPEDIDA DO ANO DE 2016






                                                  Cunha e Silva Filho


        Perguntaria a você.  leitor,  seria justo mesmo desejarmos   que este fiapo de ano logo  se  desfaça e  em face de alguns acontecimentos  duros e trágicos   por que a humanidade e, para o nosso caso,  o  Brasil, passou e passa ainda que  menos  traumático?  
       No meu juízo, não. O ano de 2016 também poderia ser olhado sem muita impaciência desde que saibamos  onde ele nos foi por vezes  bom ou até, em algumas poucas  situações,  ótimo. Todavia, aqui  se visto  de uma perspectiva bem  particular,  pessoal senão subjetiva.
       Não devemos   descurar  a circunstância de que um ano  não termina  rigorosamente com a virada  do calendário. Ele  é novo  por outros  motivos.  Porque  faz a vida  prosseguir arrastando atrás de si  alguns restos indesejáveis do Ano   Velho. Só com o  passar dos dias, dos meses que virão,  ele vai adquirindo  uma feição própria, uma sensação  concreta deque  alguma coisa  está mudando e de que novos  fatos, novas  notícias  serão incorporadas  na linha do tempo.
       Talvez, por isso  o Ano Novo seja  tão  ansioso por  melhoras  em todos  os sentidos  da vida humana, talvez ainda  porque o Ano Novo  é um porvir, algo  que  ainda não  sucedeu no tempo e no espaço. Pode-se vaticinar o que  possa  vir de melhor,  uma vez que ao ser humano  repugna  desejar  coisas ruins tanto  em fim de ano quanto em  começo de ano.
     O futuro é sempre  esperado  como alvissareiro,  como  um tempo  que venha nos  trazer  paz e felicidade,  bons momentos  e  vitórias. Ninguém aprecia  previsões  aziagas.  Há uma força  interior do nosso ser  que aspira ao melhor  que  possa vir.  Por estas razões é que, ao fim de um ano,  há tantos  votos  de  melhores dias,  de mais paz, de mais  saúde,  de mais  sucessos em mensagens bela  e confortadoras  trocadas entre  amigos, entre as famílias  e no mundo  inteiro.
     Deixemos  as tragédias  serem  narradas  pelos  programas  de fim de ano.Por que repetir  tudo aquilo que somente nos  provocou  repugnância,  dor,  aflição,  indignação. O limiar de um  Ano Novo é, antes,   convidativo à confraternização.a um  apelo  à paz, à saúde,  à amizade, ao amor referidos nacional e universalmente.
     Só o fanatismo  não tem trégua  na sua   maldade  de ações contínuas  e mais  perversas.  Só os ímpios  não nos dão sossego nem desejam  instaurar  o clima  da convivência e harmonia  entre pessoas, nações sob o apanágio do sentimento  humanista, quiçá a primeira via  de mudanças  para um  mundo melhor e para nações  que se dividem  belicamente entre si. Eu costumo dizer  que ser  bom   é, em nossos tempos globalizados,     um comportamento  muito  difícil  de manter, ao passo que ser mau  é fácil, dá menos   transtornos  mas também  é evidência de que o sentido da humanidade  dá um passo  para trás e,  em geral, sua consequência  é a criação de abismos   sempre distantes   da fraternidade e do bem-querer.
    A quem   está  perto de cair no abismo, seria  tão bom  se  a pessoa  estivesse imbuída  de algumas   afirmações   de profundo sentido  humanitário, como  “Ama a teu  próximo como a ti mesmo,”  ou, para resumir, basta  pôr em prática  a oração de São Francisco de Assis (1182-1226). Não precisa ser erudito, não  precisa ser sábio,  nem  precisa ser  santo para entender que a única  porta   do respeito aos outros, aos diferentes,  aos excluídos, aos injustiçados, aos preteridos, aos ludibriados,  aos  explorados   não é uma teoria  da bondade humana, mas uma real  prática  desta.
  Que o Ano Novo de 2017 lhe traga, leitor,   todos os meus votos de paz e alegria em direção à simples e pura  felicidade   entre os homens de bem em qualquer parte desse amado e tantas vezes  maltratado  planeta  Terra.
 
    
   
   
     


         

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