segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Um 7 se Setembro com um Muro de Brasilia









                                                  Cunha  e Silva Filho


          Só não viu  quem  não quis. A rainha está nua e todos os palacianos hoje,  nos palanques presidenciais,  fingem que não a estão vendo assim  e, apesar disso,   estavam  presentes ao pior desfile da história brasileira  comemorativo  da data de nossa  Independência. Com  medo das manifestações  que seriam  certas com  pixulecos e palavras de ordem,  os cidadãos  em Brasília foram  segregados do mais  importante    feriado civil  do país. Montaram, em tempo recorde,  um Muro contra a democracia, contra a liberdade de ir e vir  de manifestação  de uma  sociedade que não  mais  suporta a arrogância   de políticos e governantes que pensam  serem donos  da Nação  e não passam  de  manipuladores   de certas camadas    do povo  ainda  vivendo  na escuridão da ignorância e  dos  ínfimos   benefícios  sociais  concedidos   pelo sistema  populista  do atual  governo   federal.
      É inacreditável  que um  pais da grandeza do Brasil  ainda  seja  comandado por um  grupo de corruptos que se instalou  no Planalto e dele não quer se arredar. Nem sempre  a vitória das urnas  significa a dignidade  de um cargo. Collor  foi  um  exemplo  disso e por isso  não se manteve  no  poder.
   Não  adianta que   a presidente tenha feito um pronunciamento  num tom  de  conciliação,  de  desejar  mudanças  e  de procurar apaziguar o povo acenando-lhe   com um  futuro  melhor.  Por uma simples razão: perdeu  a credibilidade,  o bom senso,   o respeito   da sociedade civil.  Reconhecer os seus erros  não é suficiente ante os  descalabros que têm  sido cometidos  no seio  de seu  próprio partido,  acumulado de denúncias  que  poderão   levar  o seu  governo  à falência  total.  
    Isolar  o povo  do direito de  participar  democraticamente do desfile é um  sinal  inequívoco de que o governo federal pretende  se isolar  da nação,  o que não é bom  para ninguém e muito menos  para  o conjunto dos seus  membros. Democracia  é abertura,   livre  passagem,   via aberta  à sociedade civil.  Fechar as portas ao povo  é sinal  de autoritarismo  e manifestação oficial de que  um governo  não  quer  mais   dar ouvidos  à população.
   As redes sociais,   os sites, os blogs estão  praticamente  unidos contra   a forma de  governar   da presidente  Dilma. Falam de incompetência para o cargo,  falam  de   cumplicidade  com  os descalabros   que são   a corrupção,  a propina,  o  desvio do dinheiro   público  para   fins   eleitoreiros ou  de  malversação de  políticos e  de  membros  do atual   governo  petista.
    O respeito às urnas  deve  ser  um dever  cívico, mas, ao se notar  que o governante  eleito  não se pautou  dignamente  no comando  de sua elevada  função,  a vitória  nas eleições deixa de ser  legítima.
    O que tenho  lido,  o que tenho visto, o que tenho  ouvido sinalizam  um  desejo   profundo  de grande parte do povo  que não  mais  considera a presidente da República  digna    de ocupar  o mais relevante   cargo  da Nação.
    O Chefe da Casa Civil,  um economista,  chegou a afirmar  há pouco que  o atual desmantelo  da economia  brasileira  se deve à conjuntura   econômica  mundial. Falácia. Até para quem não conhece o economês,  todos sabemos que a raiz  da crise está  nos rumos   desvirtuados na condução   da  nossa  economia e tem  vários  culpados,  um dos quais  são os rombos dos cofres  públicos  através das  propinas   canalizadas  dos lucros da  Petrobrás  para os bolsos   de empresários e de  partidos  políticos,  à frente dos quais  está o  PT.
       Outra razão da economia  em recessão  se deve ao gigantismo    dos gastos governamentais dos trinta e tantos  ministérios  servindo a apaniguados  de partidos aliados ao governo federal.Outro  razão  ainda  se  localiza  nas múltiplas mordomias   propiciadas  a deputados, senadores e à própria  presidência  da  República. Finalmente, pode-se arrolar   os astronômicos  gastos da campanha   eleitoral sugando os cofres  públicos  nos  níveis  municipal,  estadual e federal. Veja-se o exemplo do  governo  do Rio Grande do Sul, cujo antecessor,  um  político  do PT,  deixou  o estado  em frangalhos  nas finanças, a ponto de  o governo  não poder  pagar nem  o seu funcionalismo   civil e militar.
      Por que a atual  presidente e os demais  governantes  do país não  começam  a dar  o bom exemplo, seguindo alguns governantes atuais  da Espanha,  eliminando  os gastos  indevidos  e perdulários com  suntuosidades, viagens   milionárias e salários elevados?  Por que a presidente  Dilma   não faz  um governo   administrado  com  moderação financeira,   cortando  até seus  próprios altos salários e privilégios régios, cancelando  obras desnecessárias  que   sugam   milhões de   reais  do Tesouro Nacional?  Vejam-se  os gastos  feitos com   a Copa do Mundo e com as  Olimpíadas de 2016 e outras  obras  perfeitamente   inúteis  quando tantos outros setores  demandam  melhorias   urgentes? E os superfaturamentos   tão  arraigados  a obras faraônicas que só servem  para  locupletar empreiteiras e governantes   corruptos.?
     Não sei se a presidente Dilma  ainda terá tempo  para moralizar    as condições  de sua  administração. Creio que  já  perdeu   as rédeas  de seu  governo e o povo  brasileiro esclarecido e atento aos “malfeitos” não lhe dará  trégua  em  críticas cada vez mais   contundentes,  dela exigindo soluções  urgentes   e mudanças  de  direção  de gerenciamento  que se volte  com clareza  para os   magnos   problemas  que o pais  está vivendo nos setores  da saúde,  da economia (recessão, desemprego, altos juros,  salários  achatados etc),   da educação, da segurança..
   O povo brasileiro  não mais suportará   um governo  que lhe dê as costas  para a solução  desse  entraves, sem  se falar   na  situação  de  desmoralização  da imagem   da presidente e da classe  política  nacional.  Publicidades  enganosas  pagas regiamente  a marqueteiros às custas do  dinheiro   público já não mais iludem  o  eleitorado. Não adianta que   conhecidos   políticos do PMDB e de outros partidos  venham  falar de “verdade” nas  TVs que essas mentiras deslavadas  não mais  enganam o brasileiro  esclarecido e,  além do mais,   indignado diante  de uma terra arrasada  por políticos  e governantes inoperantes.


         

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