Cunha e Silva Filho
Protestos e manifestações,
certos ou errados, nas ruas,
em praças públicas e, agora, nas redes sociais, nascem
dos interesses lesados de uma sociedade civil
cada vez mais consciente e informada sobre os erros e
desacertos de governantes, seja
aqui no Brasil, seja na Europa, na Ásia,
na África, na Oceania, na Antárdida. A insatisfação é geral e o mundo não vai bem
em muitos sentidos, sobretudo
no que tange à convivência pacífica entre as nações.
Aposto num dos motivos desse desequilíbrio entre
sociedades e governos de qualquer coloração ideológica, a não que esta última seja cubana ou chinesa, quer dizer, de países que abortam qualquer tentativa de
falar mal dos governos, pois se
consideram infalíveis e donos do pensamento
coletivo. Neles ninguém pode levantar a crista que já sabe o que
acontecerá: prisão o mesmo morte
sumária.
Nunca
vi pela Internet tantas solicitações par
abaixo-assinados. Mil insatisfações revelam suas
razões: crimes contra
o meio ambiente, contra matanças de animais, contra
racismos, contra a impunidade,
a corrupção, a violência, os baixos
salários, a competição
desleal, a condição
precaríssima da saúde, os crimes familiares, a lista é, repito, inumerável. Nem mesmo consigo atender a todas as solicitações que me
chegam à caixa de correio eletrônica.
Uma delas até me fez uma advertência: “Quem
fica imóvel é poste.” Esses pedidos de assinaturas de organizações,
ONGs e semelhantes são
dirigidos a autoridades no exterior e aos
responsáveis pelas decisões dos problemas mais graves de nossa nação.
Não sei até onde surtem efeitos, sobretudo levando-se
em conta que aqueles a quem cabe resolver
problemas não me parecem
ter dar ouvidos a muitos dos
pedidos justos dos
signatários de abaixo-assinados. E,
para concluir este parágrafo, tenho minhas dúvidas se
nosso autoridades, prepotentes
como são, já atenderam a essas
reivindicações de cidadão brasileiros.
De qualquer maneira,
este tipo de luta democrática
tem sua validade. Pressiona, torna
visíveis as questões que devem ser
resolvidas e o pior seria se não
houvesse mais esse canal
de luta pacífica, de exercício de
cidadania, tão fundamental para
revigorar e atualizar a democracia brasileira.É mais um espaço a nosso favor para que o transformemos em fórum dos descontentamentos do povo, da sua indignação pelos
erros dos setores municipais, estaduais
e federal. A rede social, o
Facebook, que tem alguns exageros de linguagem desabrida e debochada,
descambando até para o palavrão, é um poderoso espaço virtual que não deve ser negligenciado pelos governantes.
A contrário do que alguns
dizem por aí, o Facebook não é só usado para
discurso superficiais. Pessoas de alta competência, escritores,
profissionais liberais, artistas,
donas de casas, jovens, idosos,
políticos, todos têm sua liberdade
para elogiar ou verberar contra os desatinos
de governos falhos e
indignos de dar continuidade a seus mandatos. O Facebok é um fórum de
entrelaçamento de amigos,
de conhecidos, de
compartilhamentos de visões múltiplas que,
a meu ver, prestam
um alto sérico cívico, cultural, social e histórico.
Houve tempo em que pensei ser
esse veículo da palavra, do vídeo,
das ilustrações, cartuns e outros instrumentos
de comunicação gráfica ou oral, um espaço
só para fofocas, exibicionismo
e futilidades. Ainda tem esse lado descartável, reconheço. Porém, a bem
da verdade, ele é principalmente fonte rica de
informações, de trocas de
ideias, de diálogo e de oportunidade de comunicação entre
patrícios ou entre povos diferentes. Basta saber usá-lo como meio
de transmissão e troca de conhecimentos, de alertas e de reunião de forças para combater os males
da sociedade contemporânea.
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