terça-feira, 25 de agosto de 2015

Crimes horrendos no Brasil: algumas sugestões às autoridades





                                                Cunha  e Silva Filho


       Sei que os brasileiros em geral  não  gostam  de  voltar-se  para ver os defeitos do país, principalmente  se estes  dizem respeito  a crimes,  violências   e assemelhados.  Preferem  não ler  as colunas de jornais  que se ocupam  destas desgraças. Ora,  isso é um comportamento  errado ou uma demonstração  de   alienação   de nossa   crua  realidade. Por outro lado,  se se trata de estar a par  dos dias de jogos  de futebol,  dos campeonatos,  de  acompanhar  seus times  favoritos, ou ainda  de  focarem sua atenção em outras futilidades, aí sim, mostram toda a sua pujança e sua atenção.
       Um povo  apático aos interesses  do desenvolvimento  de seu país será  um  povo sem  perspectivas, nem direção  nem metas e nem  tampouco esperança.  Enfatizo que o desinteresse  pelos crimes que assolam  o  Brasil  é um desserviço  de seus   cidadãos  à sua  própria   nação. Ao se  comportar assim,  o  povo brasileiro  tem dado as costas  ao mais alto  índice  de criminalidade   entre nós.
       Tenho há  tempos acompanhado ( e escrevendo) com  o maior  interesse  o tema da violência  no  Brasil e constato  que, se nossos  governantes  e nosso  sistema  judiciário  não  despertarem  para  a gravidade desse problema,   em pouco tempo  seremos   todos  reféns  da brutalidade  de facínoras  espalhados  sobretudo  nas comunidades   pobres do Rio de Janeiro,  de São Paulo,  de outras capitais  e até cidades  do interior. Em todos essas regiões desse  país-continental a sociedade  será, em conjunto, vitimada   pela barbárie  sem  mais controle dos  poderes  públicos, o que, de certa maneira,  configura  uma  forma   vigente de terrorismo urbano.
        Neste impasse sem precedente,  cumpre alterar até as funções essenciais   atribuídas  às Forças Armadas, as quais   foram  criadas  para  darem   segurança ao Estado Brasileiro, ou defenderem  o país     em tempo de guerra ou de invasão   de países inimigos. É preciso que elas se atualizem para o enfrentamento da situação caótica em  que se está transformando,  por exemplo, a cidade do Rio de Janeiro, na qual  celerados não mais  temem  o confronto com os órgãos de segurança, i.e., não mais  respeitam  os poderes de segurança  pública. Enfrentam  nossos  tropas policiais de igual  para igual e ,  por vezes, até  com alguma  superioridade   bélica e ousadia sem tamanho, pois essa bandidagem manda e desmanda  em espaços  de comunidade,  determinando  fechamento de escolas,   do comércio  e  instalando  o  terror   pelo silêncio e pavor  dos  habitantes   desses locais. 
        Quer dizer,  é uma estrutura  criminosa   impondo suas leis  próprias   e o seu  domínio da força, da covardia,   da ameaça, do mandonismo  e, sobretudo,  mantendo o tráfico de drogas acumpliciado com  os usuários  da sociedade.  Seria  um a espécie de "governo"  paralelo, numa "cidade partida," um verdadeiro "apartheid" de comunidades  sob o tacão  das armas de  chefes todo-poderosos. Um estado de desagregação  desses  é uma vergonha  para  os poderes constituídos  que parecem   anestesiados   ante essa realidade   sangrenta  e  desafiadora  das leis do Estado. Como este país   fica diante  das nações   civilizadas? Sobretudo agora  que  nos fizeram  sede das  Olimpíadas tão próximas de nós, que imagem  pode de bom  oferecer o país aos atletas  e turistas  nacionais e estrangeiros que  estarão  em nosso solo pátrio? 
      O  caos  instalado em  numerosas  favelas cariocas, pela ousadia com que se manifestam  facções  de bandidos  do tráfico equipados  com armamento  pesado, mais se aproxima  de um estado de   guerrilhas urbana   ou  de  terrorismo  da violência  tão assustador  que se faz  necessária e urgente  a participação constante e por  um  período  prolongado das Forças   Armadas.
       Não estou  exagerando no que  exponho. Basta ter olhos para  ver os depoimentos de entrevistados nas telas de tevês  que tiveram seus entes queridos,  parentes, amigos e conhecidos  vítimas  fatais  de  crimes  horripilantes (esquartejamentos,  decapitações,  corpos queimados,   pedaços  de corpos   de vítimas  de monstros, escondidos  em malas  para serem   enterrados  em algum  lugar  ermo. 
       Toda essas cenas  no seio da  vida social  brasileira,  que antes apenas  eram  matéria da ficção ou de filmes de terror. são do conhecimento dos  órgãos de segurança e dos governantes  que, até agora,   não  priorizaram  o combate  continuado aos desmandos  de  bandoleiros,  psicopatas e    -  repito  -  bestas  que de humanas  só têm  a aparência  física. 
        Fundamento-me naquilo  que  vejo, leio e acompanho  com   a vontade de apenas    ajudar   ou suscitar  nas autoridades a devida atenção  a uma problema  dessa importância social  e mesmo de segurança  nacional, segundo  aludi acima.
         Se os pontos fracos  de nossos órgãos de segurança não forem aprimorados  com urgência, o país  não suportará  a pressão  dos homens do crime  contra a cidadania  brasileira.
   A  título de sugestões para  melhorar  a criminalidade  que  já atingiu  níveis insustentáveis no pais, sobretudo no eixo Rio-São Paulo, relaciono, entre outras,   as seguintes medidas de combate  à criminalidade brasileira, as quais  devem ser precedidas de um   completa  mudança  no sistema  educacional  brasileiro tendo como  meta  principal   investimentos maciços nessa área vital  a  uma  formação  de  indivíduos  dignos e cidadãos responsáveis e conscientes:

 1) Estancar as fontes  realimentadoras de armas de alta  potência, sobretudo nas fronteiras  do país e com rigorosa  vigilância das estradas brasileiras, de nossos   aeroportos  em voos domésticos e internacionais, de terminais rodoviários, além  da  fiscalização  dos embarques e desembarques de navios   estrangeiros em nosso  portos  e em  embarcações  fluviais  entre países  vizinhos.  Ao Exercito caberia desempenhar primordialmente  essas atribuições com competência e  logística, coadjuvados  pela Polícia Federal  e pelas polícias militares;

2) Endurecimento das leis  contra a criminalidade, implantando uma espécie de estado de sítio nos locais mais  perigosos  em que campeiam  o tráfico de drogas em sua dupla via: compra e vem da;
3) Melhorar  sensivelmente  o treinamento dos policiais  militares e civis tanto na  formação   intelectual quanto  na formação  técnica e de serviços de inteligência, ou seja,  escolhendo  os melhores   em todos os aspectos. Assim fazendo,   a sociedade passará   a  respeitar  e a admirar  o  papel  das instituições   de segurança  pública; 

4) Moralizar  a Polícia Militar em cada   estado  do país afastando  de suas tropas  os elementos  vinculados  a  grupos criminosos, quadrilhas,   facções, o mesmo   se fazendo com  a Polícia  Civil, afastando  das corporações  seus  elementos  vinculados a grupos de extermínio e de   acumpliciamento  com  o mundo do crime;.

5)Valorizar  a função  dos policiais militares  e  civis estimulando com  condecorações  e prêmios  aqueles que mais  se  distinguirem  por atos de bravura em defesa  da sociedade;

6) Implantar, ainda que  por período  determinado,  a instituição  da prisão perpétua para os crimes  reconhecidamente hediondos (latrocínios, estupros seguidos de  morte, esquartejamentos, decapitações) e eliminar  todos  os  artifícios  jurídicos que impliquem  em  progressão de pena,   melhoria de comportamento,    prisão em regime  semiaberto e outros privilégios que, na prática,  só têm  se   mostrado  inoperantes  e, ao contrário,  recrudescem a   violência,  uma vez que  grande parte de criminosos  que usufruem desses benefícios legais  não  retornam  às celas e  passam a ser foragidos voltando  a cometer crimes  ainda  mais  graves. A chamada ressocialização só vale para indivíduos  que já têm psicossocial predisposição  a melhoria  de comportamento;
7) Os responsáveis pela direção  de  segurança de presídios  devem equacionar estratégias de inibir  inteiramente  a entrada  de armas e de aparelhos celulares por parte de  presos  de alta   periculosidade e mesmo   de presos  em geral a fim de que se evite a comunicação com  criminosos  que  estão  fora   das prisões  e pertençam  a facções  sob o comando  dos chefes  encarcerados. A omissão das autoridades  competentes  numa situação  gravíssima como esta  só leva a sociedade a desacreditar  nas instituições de segurança   deste país.  

8) A descriminalização do uso das drogas, nas condições  da realidade  social   de nosso país  me parece algo  precipitada, pois sabemos o quanto  o uso das drogas  modificam  o comportamento   das pessoas e  só tendem a agravar   o relacionamento   humano  e  a sociedade em geral. O drogado  é  caso de saúde  mental e o seu  lugar  adequado  é a internação para tratamento. 



                                                               

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