Cunha e Silva Filho
Escritor, jornalista, poeta, ensaísta, conferencista, crítico literário e professor universitário
brasileiro, nascido em Santos,
São Paulo, autor de várias obras, Cassiano Nunes (1921-2007) diz num de seus livros, A sedução da Europa (1958), livrinho lido há muitos anos e que me deixou
forte impressão de suas anotações de viagens, que o mais importante não é o viajar em si, mas ter personalidade, segundo ele,
o abacadraba, a “palavra mágica”,
vocábulo que vem do grego e chega a nós
através do latim. Palavra
cabalística, liga-se semanticamente a superstições e a outras
coisas mais.
Cassiano me
parece dizer com isso que não é
preciso viajar para
ser o senhor do conhecimento, e sim
mostrar qualidades do
caráter, experiência adquirida por
tantos outros modos, por exemplo
os livros. Machado de Assis que o diga,
nunca foi ao exterior e ele o podia
fazê-lo, mas era dotado de
um enorme saber literário, uma grande capacidade de imaginação
e, pelos livros, pelo
jornal, pelo estudos de idiomas
estrangeiros, como o francês, o inglês, o italiano, o espanhol e até algum conhecimento do alemão, que aprendia sozinho,
com anotações
pacientes, se tornou o mais importante escritor brasileiro de todos os tempos..Fala-se que era bilíngue e me
parece que era em relação ao francês, que
escrevia com desenvoltura. Seu contato com figuras ilustres
do Segundo Império e da República Velha, como Joaquim
Nabuco, Rui Barbosa e outros nomes ilustres da intelectualidade brasileira da época, só lhe dilataram os horizontes culturais.
Deixemos, contudo, o grande Machado e esqueçamos também
o que nos disse Cassiano Nunes, professor durante
vários anos na Universidade de Brasília
até se aposentar. De Cassiano se afirma
ter sido um dos intelectuais brasileiros
que mais conferências pronunciou no
exterior, inclusive fez conferência em Teresina, Piauí, na
Academia Piauiense de Letras. Era um
escritor encantador, um ensaísta de mão cheia, um pouco esquecido
nos tempos atuais
infelizmente.
Dono de um estilo límpido, claro, e profundo nos assuntos de suas áreas, literaturas brasileira, portuguesa, norte- americana, alemã. Fizera curso de literatura alemã na célebre Universidade de Heidelberg e de literatura norte-americana na Miami University. Deu aulas e fez palestras de literatura brasileira em universidades nos Estados Unidos, Cuba, Cabo-Verde, Equador. Lecionou ainda como Visiting Professor, na New York University. Cassiano ainda se dedicou, mais tarde, também ao gênero poético, com muitos poemas traduzidos para outras línguas, especialmente o inglês, e, como poeta, com obra considerável mas pouco conhecida do grande público, é de alto valor. O país logo esquece seus filhos ilustres.
Dono de um estilo límpido, claro, e profundo nos assuntos de suas áreas, literaturas brasileira, portuguesa, norte- americana, alemã. Fizera curso de literatura alemã na célebre Universidade de Heidelberg e de literatura norte-americana na Miami University. Deu aulas e fez palestras de literatura brasileira em universidades nos Estados Unidos, Cuba, Cabo-Verde, Equador. Lecionou ainda como Visiting Professor, na New York University. Cassiano ainda se dedicou, mais tarde, também ao gênero poético, com muitos poemas traduzidos para outras línguas, especialmente o inglês, e, como poeta, com obra considerável mas pouco conhecida do grande público, é de alto valor. O país logo esquece seus filhos ilustres.
Há pouco fiz
uma viagem de carro com a minha
esposa a convite de uma amiga, a Harley que, com a coragem que a caracteriza e o domínio que tem
do volante, nos levou em seus potente carro do Rio de Janeiro a
Curitiba, onde encontraríamos meu
filho, esposa e minha netas. A parte
principal da viagem tinha um destino prioritário, Foz do Iguaçu, e atravessar as fronteiras da Argentina
e do Paraguai.
Meu filho Francisco Neto e a esposa, Marisa iam no seu carro à frente, indicando à Harley o percurso correto. As minhas netas, Isabella e Amanda, muito amigas da Harley, se juntaram no banco de trás com a minha esposa. Isabella é afilhada de Harley. As três se dão tão bem que parecem irmãs.
Meu filho Francisco Neto e a esposa, Marisa iam no seu carro à frente, indicando à Harley o percurso correto. As minhas netas, Isabella e Amanda, muito amigas da Harley, se juntaram no banco de trás com a minha esposa. Isabella é afilhada de Harley. As três se dão tão bem que parecem irmãs.
On the Road! Lá íamos
pelos estradas paranaenses, vendo paisagens deslumbrantes, estradas que pareciam perder-se no horizonte. Dentro do confortável
carro, as brincadeiras da netinhas, os deliciosos lanches servidos,
os refrigerantes, tudo preparado e arrumado previamente por Harley e colocado no carro. “Voyager! Quel
plaisir! Quel privilège! Estas frases me vinham
imprevistamente à memória, frases
que foram lidas
e decoradas com carinho do livro de Marcel Debrot, velho autor didático do final da segunda metade dos anos 1950.
O bom da viagem é mesmo o companheirismo dos amigos. A conversas mais variadas, ora
mais sérias, mais culturais, ora mais amenas, mais cheias de humor. E, assim, vencíamos
os quilômetros, Às vezes, Harley,
quando sentia necessidade, "turbinava" seu carro para não
perder tempo atrás de um
carro-tartaruga. Chegamos, afinal,
em Curitiba, sempre com aquele ar
acolhedor, com aquele verde se impondo na cidade moderna e de ruas largas.
Fomos para a residência de meu filho, não sem antes encontrarmos alguma dificuldade para acertar o
caminho para o bairro em que mora. Depois de ligações
telefônicas para ele e da sua orientação,
acertamos o caminho, é claro, só depois que ele veio de carro
se encontrar conosco. Os dois carros
seguiram, o dele na frente, o da Harley atrás seguindo-lhe os passo.
Descansamos a
tarde toda na casa de meu filho. Dormimos e, no dia seguinte, deveríamos pegar a estrada e seguir para
Laranjeiras do Sul.
Laranjeiras do Sul,
a primeira parada mais
significativa. Harley, Elza, minha esposa e eu ficamos num
hotel que não era o do nossos
sonhos, mas muito ao contrário. Meu filho e a família foram pra casa de um amigo e combinamos de nos encontrarmos à noite para um jantar
O recepcionista do hotel em que pernoitamos era muito inconveniente e dava-se à liberdade
de falar o que queria, no que foi
repreendido por mim na hora exata. Mudou o comportamento brincalhão
e começou a me tratar com respeito. No dia seguinte, deixamos o hotel não sem um comentário
justo de Harley sobre o incidente
no quarto que ocupara para pernoitar:
havia visto lá uma ou duas baratas. Isso
deixou a recepcionista sem graça ao perguntar esta como
tinha sido o descanso da noite. O
fato é que o hotel era muito modesto e
coisas essenciais como frigobar, ventilador não funcionavam. Ali nos quartos só estavam pra constar. O café foi "o café": ruim demais. Mas o preço
da diária fazia jus ao que oferecia
o hotel perto rodoviária.
De noite, conforme combinamos, jantamos na mesma cidade com um casal de amigos de meu filho.O problema era que a carne era boa
mas tinha sal demais para a minha
hipertensão.(Continua)
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