Cunha
e Silva Filho
Noticiam com ênfase necessária os jornais, e sobretudo a televisão, que a
violência no Brasil cresce em ritmo galopante e assustador. Seus alvos principais são a cidade de São Paulo, o Rio
de Janeiro, Porto Alegre e Brasília.
Nesta última - triste e lastimável sina
- por ser o centro das decisões do país
- capital do país cercada de armas por
todos os lados e com uma polícia mais
bem remunerada do país.Além disso, é em Brasília que se encontram tropas da
Força Nacional, Ou seja, não enxergam
o gravíssimo problema
porque não querem ou não lhes
convém politicamente.
A situação sugere uma
realidade dupla e oposta: um governo federal com
seus três poderes
defendidos da fúria da violência
e, lá fora, no centro e nas periferias
da miséria urbana e suburbana, um
quadro horripilante de crimes,
de assassínios, de violência, selvageria
e brutalidade sem precedente se compararmos com a Brasília de tempos atrás, lugar
tranquilo e de paz.
Já há tempos tenho discutido
neste blog o mesmo tema, tendo chamado insistentemente a atenção das
autoridades federais, estaduais
e municipais para a calamidade em que se encontra a segurança do cidadão
brasileiro, de todas as classes e idades.
O governo federal continua estranhamente omisso, apesar das advertências partidas de diversos segmentos e
instituições privadas que não suportam mais o peso da violência. Os brasileiros são
mortos diariamente por
menores de idade e, até hoje, não
conheço nenhum passo decisivo da parte do Ministério da Justiça, das secretarias de segurança dos estados e das prefeituras para equacionarem
caminhos viáveis atinentes à diminuição da criminalidade nacional.
O tema está
inextricavelmente ligado ao Código Penal e ao modelo superado de penalizar
infratores, criminosos de todos os tipos que teimam em
levar a sociedade civil ao desespero.
A omissão, desídia e
incompetência de nosso homens públicos,
nos diversos segmentos de atuação contra o crime e a insegurança da população, estão protelando
esse problema de âmbito nacional,
já que o vírus da violência já se
estendeu por todas as capitais e até o interior do país.
A violência brasileira é
talvez o mais grave problema que o governo federal tem que enfrentar sem trégua e com vontade
política de modificar todos os
óbices legais relacionados
com questões de
punibilidade, repressão ao crime e
à diminuição da idade penal a infratores juvenis. Até mesmo não dispensando, ainda que
seja por período limitado, a implantação da prisão perpétua contra os crimes abomináveis.
Todo o arcabouço dos setores
de segurança, de policiamento
civil e militar deve passar por
um pente fino de um grupo de trabalho convocado pela Presidente da Republica e constituído
por membros de alta
competência e complexidade
técnico-jurídico-militar, sem partidarismos políticos, a fim de, com urgência urgentíssima, debater em profundidade a questão da violência e propugnar estratégias
eficientes e contínuas no combate
incessante à criminalidade e a seus
problemas correlatos como o
tráfico de drogas, as armas em
poder de bandidos, os crimes de
justiceiros e paramilitares,estes dois últimos
localizados em favelas brasileiras,
i.e., aquele
pente fino deve ser empregado com o mesmo rigor e agilidade que os auditores da receita Federal fazem com contribuintes supostamente desonestos
com o fisco.
O que o país
exige na conjuntura atual é de
um Presidente da República que seja
firme, patriótico e capaz de
fazer valerem os poderes
constitucionais no sentido de reduzir
em curto prazo os mais
insidiosos aspectos da violência
no país.
Não há outra saída que não
passe por toda essa reformulação de padrões
penais, de julgamentos, de penalidades contra a impunidade da escalda
da violência, pela eliminação das
chamadas brechas que advogados
encontram para protegerem seus clientes e com a abolição das chamadas comutações de penas por bom comportamento, benefícios
prisionais natalinos e quejandos.
Reconheço que ao crime
estão conjugados vários componentes do
tecido social: pobreza ainda
gritante, habitação, educação, ensino público sem qualidade,
transporte de massa deficiente, saúde
pública sucateada e deterioração de parte da
máquina do Estado. O que em
elevada dimensão falece ao nosso
país é de seriedade e
coragem no enfrentamento heróico da violência. Precisamos de um povo unido,
com sentimento social e
solidário. Sem isso, não
chegaremos às grandes soluções contra a
barbárie.
É hora de o povo brasileiro manifestar-se em massa, pacificamente, exigindo
rápidas respostas dos governantes para se debruçarem com seriedade sobre os caminhos
legais e institucionais corretos
e firmes que levem à paz social. Temos grandes, juristas, filósofos,
historiadores, educadores, economistas,sociólogos, antropólogos, cientistas políticos e mesmo poucos
políticos honrados que
poderão formular ideias
benéficas e abrangentes de lutarmos
unidos contra essa epidemia
chamada de violência brasileira, violência que, num
mundo globalizado, dá um
péssimo exemplo e uma imagem
feia, grotesca e brutal diante de
países civilizados e educados.
A violência não serve à
economia, ao turismo, ao lazer,
às realizações da Copa Mundial e
das Olimpíadas que se aproximam a passos largos. As estatísticas da
criminalidade brasileira, aos olhos do
mundo, não recomendam bem o nosso
belo país aos olhos do estrangeiro, sempre ávidos de conhecer
o Brasil e retornar sãos e salvos
aos seus países de origem falando
favoravelmente sobre nós.
Estancar a violência é o que todos
os brasileiros de bem
esperamos urgentemente das autoridades brasileiras, à frente a Presidente Dilma e os homens públicos que têm vergonha na cara.
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