[A Portuguese translation of this article appears below the English text]
By Cunha e Silva Filho
We have at least three examples of countries which are identified with different
ideological viewpoints, i.e,
their populations are not united when
facing opposite political and
social trends. This fact entails dangerous problems ahead as they present
themselves as children of the same country who think
as though they were each
one, two countries in one. This is what is happening to Syria ,
Venezuela
and now, in a less degree, Ukraine as the latter actually seems to stand for the indignation of the larger portion of the population.
These nations
thus split tend to take two ways:
either they may lead to a civil war, or they
have to find out forms
to compromise and arrange to change their government chief of states or presidents.
The main reason
that brings about difficult political and social upheavals has, in most cases, its root in countries that do not
answer to the desires and
claims of their societies as a whole. In other words, countries which decide vertically what they
think of as appropriate for their people tend to forget
that people’s will is the
component sine qua non for a government to comply with
the aspirations of individuals. Should they use intelligence and an accurate view of necessary needs of a nation, they would certainly change their
one-sided position and rather would try
to meet the most fundamental demands
of a country.
To make decisions
that affect lives of so many people
is risky for a government, even for the so-called democratic
nations. The source of solutions lies
in the hands and the kind of
way of life of a society. Therefore, a wise ruler first of all ought to listen to the people’s claims on the streets because without the
people’s support, a government will hardly remain in power.
The generalized world protests against political leaders, including Brazil,
practically derive of one basic
factor: bad governments, authoritarian
rulers, either dictators or
democratic ones, tend not to last long in their functions with a few exceptions
nowadays, such as Cuba, Syria, China,
North Korea and other countries.
It is felt as a
world trend in the field of political institutions that there is one single and fair
way to effectively reduce world wars, civil
wars and social trumoil all the
world over, and this is only accomplished by democratic
ways, elections, press
freedom, speech freedom and respect to human rights. Of course, one should never be naïve to blindly
believe that in democratic countries we are
safe from a good many problems
in the multiple areas of a
government.
Should one abolish social differences in democracy? Is it feasible? Is
it a Utopian dream? These are tremendously
complex
issues that should be a constant debate in countries of high level of decent life and high level of an educated society.
I know that we
still have a long way to go towards
devising strategies that might lead to a better
modern society under
democratic principles that would lead to deep
changes in several areas of
social life: better education,
transportation, better hospitals,
higher salaries for
vital functions, such as teaching, medical practice, scientists, researchers, pilots, bus drivers, train
drivers, subway drivers, scientists and
so on.
If these problems
are not tackled aggressively and with a determined policy
will, none of the current social evils (political corruption, violence, drug traffic, high rates of
crimes, juvenile delinquency), political, economical or
cultural, will be reduced. It is high
time that our world authorities
should draw their attention to
all these issues that are causing so many bloodshed the world over.
Therefore, all
the above mentioned countries
should bear in mind one simple truth:
should they want to have a
country ridded of all the
troubles as seen by massive demonstrations in
public squares, with the bulk
of people demanding
for a better social life with
freedom of speech, they ought to
give up their present form
of government and treat
their people with
due respect, by allowing these inalienable rights: to live in
peace and free from poverty, violence, drug traffic, extreme violence,
torture, lack of essential needs, having time for leisure and
opportunity to improve their
cultural level, compatible salaries according to the competence
and ability of each
person. I emphasize these
statements to all rulers: either take
the way
to public disorder and confrontation between police forces and demonstrators, or even worse, bloodshed, or want a
long-hoped lasting peace in the world. Remember, leaders of the world
over, how many innocent lives
would have been saved if peoples’ cries were
given
importance by you all. Finally, remember Charles Chaplin’s words and their universal appeal “Thou art not machines,
thou art men!”
Nações divididas: um desafio na Pós-Modernidade
Cunha
e Silva Filho
Três exemplos, pelo menos, temos de países que se distinguem por diferentes posições ideológicas, i.e., com
populações no
enfrentamento de antagônicas correntes políticas
e sociais.. Este fato enseja problemas
perigosos pela frente na condição
de filhos da mesma pátria que pensam como se fossem, cada um dos
lados, dois países.É o que está
ocorrendo com a Síria, Venezuela
e agora, em grau menor, com a Ucrânia, já que esta representa a indignação da maior parte da população.
Estes países assim divididos tendem a seguir dois
caminhos: ou podem ser levados a uma
guerra civil, ou têm que encontrar
formas de entendimento e acordos para
mudar seus chefes de governo ou
presidentes.
A razão principal que
acarreta tumultos sociais, na maioria dos casos, tem suas raiz em países que não atendem aos anseios e reivindicações das sociedades como um todo. Em outras
palavras, países que decidem de cima
para baixo o que julgam ser certo para seus povo, tendem a esquecer que a vontade
popular é o componente sine qua non a fim de
que um governo corresponda às aspirações dos indivíduos. Se
por acaso empregassem a inteligência e tivessem uma
visão apurada das necessidades de
uma nação, certamente modificariam sua posição
unilateral e, ao contrário,
procurariam ir ao encontro das
exigências fundamentais da nação.
Tomar decisões que afetam as vidas de tantas pessoas é um risco para um governo, mesmo para as denominadas nações democráticas. A fonte das soluções está nas mãos
e no modo de vida de uma
sociedade. Portanto, um
governante prudente, antes de tudo,
deveria ouvir os reclamos
do povo na rua, porquanto sem o apoio
popular um governo dificilmente se sustenta no poder.
Os protestos
mundiais generalizados contra líderes
políticos, inclusive o Brasil, praticamente se originam de um fato básico: maus governos, governantes autoritários ou ditadores ou
democráticos, tendem a não durar muito em seus cargos com
poucas exceções hoje em dia,
como Cuba, Síria, China, Coreia do Norte e outros países.
No campo das instituições políticas, sente-se que há
uma tendência mundial segundo a
qual somente existe um único e correto
caminho que efetivamente
reduziria as guerras mundiais, as guerras civis e as desordens sociais no mundo inteiro, e isso se concretizaria por vias democráticas, eleições, liberdade de imprensa, liberdade de expressão e respeito aos
direitos humanos. Obviamente, seria ingênuo de nossa parte se acreditássemos cegamente que, em países democráticos, estaríamos a salvo de inúmeros problemas nas múltiplas áreas governamentais.
Dever-se-iam abolir as diferenças sociais na democracia? É exequível isso? Seria um
sonho utópico? Estas são questões
imensamente complexas que
deveriam constituir um debate permanente em países
de alto nível de vida decente e de alto
nível de uma sociedade instruída.
Sei que estamos
longe de equacionarmos estratégias que poderiam levar a uma
sociedade moderna melhor com princípios democráticos que ensejariam profundas modificações
em várias áreas da vida social: melhor
educação, transporte, melhores
hospitais, salários mais altos para funções vitais, tais como ensino,
prática médica, cientistas,
pesquisadores, pilotos, motoristas de ônibus, maquinistas de trens, condutores
de metrôs etc.
Se tais
problemas não forem atacados de
frente e com uma vontade política,
nenhum dos atuais males sócias ( corrupção política, violência,
tráfico de droga, altos índices de crimes, delinquência juvenil), políticos,
econômicos e culturais, será reduzido. È hora de nossas autoridades
mundiais voltarem a atenção
para todas estas questões que estão provocando
derramamento de sangue pelo mundo afora.
Por conseguinte,
todos os países acima citados deveriam ter em
mente esta verdade simples: caso eles desejem
ter um país livre de todos os
incômodos - haja a vista as
manifestações maciças em praças públicas
-, com toda a população
exigindo uma vida melhor com liberdade de expressão, deveriam desistir de sua
atual forma de governo e tratar o
povo com o devido respeito, permitindo
estes inalienáveis direitos: viver em paz e livre da pobreza, tráfico de
drogas, extrema violência, tortura, carência de necessidades essenciais, com tempo para o lazer e oportunidade de desenvolver seu nível
cultural, salários compatíveis
com a competência e habilidade de cada um. Encareço estas afirmações aos governantes: seguir o caminho conducente à desordem e confrontação entre
forças policiais e manifestantes, ou ainda pior,
banho de sangue, ou um paz mundial duradoura há tanto tempo ansiada
Lembrem-se, líderes mundiais, quantas mortes inocentes teriam sido
evitadas se os gritos dos povos
tivessem sido ouvidos e tomados em consideração por todos os senhores.
Finalmente,
lembrem-se das palavras de Charles Chaplin (1889-19770 e de seu alcance universal: “Máquinas
não sois, sois homens!”