Os temas discutidos neste blog se concentram sobretudo na área de Literatura Brasileira, mas se estendem a outros temas e áreas culturais afins. Os gêneros literários da preferência da produção do autor são crítica literária, ensaios e crônicas. tradução de poesia estrangeira. Áreas de pesquisa e interesse do autor: teoria literária,história literária, vida literária.relação entre literatura, pobreza e violência, literatura universal e literatura de autores piauienses
sexta-feira, 15 de março de 2013
Tradução dos "English Poems II", de Fernando Pessoa
Retomo a produção em inglês de Fernando Pessoa. Desta vez, iria traduzir o longo poema Epithalamium dando continuidade ao meu projeto de traduzir toda a produção em inglês e francês de Pessoa. Entretanto, quebrando a sequência, apresento-lhe, leitor, agora, a tradução, em forma bilíngue, dos English Poems II:
SEPARATED from thee, treasure of my heart,
By earth despises, from sympathy free,
Yet winds may quaver and hearts may waver,
I’ll never forget thee.
Soft seem the chimes of boyhood sweet
To one who is no more free,
But let winds quaver and men’ hearts waver,
I’ll never forget thee,
In a dim vision, from school hailing
Myself a boysh form, I see,
And winds have quavered and mens’hearts wavered,
But I’ll not forget thee.
Since first thy form I saw,
While from school I came with glee,
Winds have quavered and mens’hearts wavered,
But I’ve forgotten thee.
Since a simple boysh passion
I entertained for thee
Though winds have quavered and mens’hearts wavered,
I’ve forgotten thee.
The stars shine bright, the moon looks love,
From over the moonlit sea,
Winds have quavered and mens’hearts wavered
And thou hast forgotten me.
Separated from thee, treasure of my heart,
By earth despises, from sympathy free,
Yet may quaver and hearts may waver,
But I’ll never forget thee.
APARTADO de ti, tesouro do meu coração,
Desprezado pela terra, carente de compaixão,
Os ventos, porém, vibrar podem, assim como os corações podem emudecer,
Que jamais te esquecerei.
Plácido parece o repicar dos sinos de minha doce meninice
A quem se privou da liberdade.
Vibrem, contudo, os ventos e silenciem os corações dos homens,
Que jamais de ti me esquecerei.
Numa visão turva vindo da escola,
Vejo-me na forma de uma criança.
Vibram os ventos e os corações dos homens emudecem.
Mas, de ti não me esquecerei.
Desde o primeiro dia em que te vi em divina forma,
Chegando álacre da escola,
Vibraram os ventos e os corações dos homens emudeceram.
Aí, no entanto, te esqueci.
Enquanto não passava de uma simples paixão infantil,
Por ti me enlevei
Posto que ventos tenham vibrado e os corações dos homens tenham emudecido.
De ti me esqueci.
Luzentes permanecem as estrelas, a lua ao amor se iguala
Por sobre o mar enluarado,
Os ventos vibram e os corações dos homens emudecem
Tu me esqueceste.
Apartado de ti, tesouro do meu coração,
Pela terra desprezado, de compaixão carente.
Os ventos vibrar podem assim como os corações emudecerem.
Porém de ti não me esquecerei.
ANAMNESIS
SOMEWHERE where I shall never live
A palace garden bowers
Such beauty that dreams of it grieve.
There lining walks immemorial,
Great antenatal flowers
My lost life, before soul, recall.
There I was happy and the child
That had cool shadows
Where in to feel sweetly exiled.
They took all these true things away.
O my lost meadows!
My childhood before Night and Day!
ANAMNESIS
EM ALGUM LUGAR onde nunca viverei,
Se encontra um jardim de um palácio.
Tanta beleza combina que os sonhos por ele sofrem.
Lá, recamada de passeios imemoriais,
Grandiosas flores pré--natalinas
Diante da alma, minha vida perdida rememoram.
Ali fui feliz, e a criança
Que nele frias sombras sentia
Docemente evanesceu-se.
Despojaram de mim todas estas coisas verdadeiras
Oh, perdidos prados meus!
Minha infância feita da Noite e do Dia!
(Trad. de Cunha e Silva Filho)
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