terça-feira, 1 de agosto de 2017

AS FORÇAS ARMADAS: SEJAM BEM-VINDAS AO RIO DE JANEIRO




                                                   CUNHA E SILVA FILHO


     Posto que não seja evidentemente a missão precípua das Forças Armadas brasileiras a manutenção da segurança de um Estado, que é função da Polícia Militar, elas vêm em momento crucial por que passa o Rio de Janeiro, competindo com o Estado de São Paulo e mesmo ultrapassando este nos altos índices de violência  jamais registrados no país. Há muito venho em artigos postados neste Blog discutindo o problema número 1 do Brasil.   
  A segurança  pública no Rio tanto quanto outro setores vitais vêm  sendo sucateados pelo governo atual assim como  o foi nos dois mandatos do ex-governador Sérgio Cabral, responsável direto pelo estado de calamidade financeira em que afundou o Rio de Janeiro com uma série de consequências com falta de pagamento do funcionalismo e outras mazelas sociais, entre as quais o desaparelhamento da Polícia Militar, despreparada para enfrentar a onda de crimes de toda a espécie que vem tomando conta da cidade e do interior do Estado, deixando a sociedade carioca e fluminense à mercê  de banditismo   crescente e cada vez mais audacioso em suas ações criminosas e,  ademais, seguros da sua impunidade e   indiferente diante da lei e das forças de segurança.
   Tal quadro social desordenado, caótico, permissivo permitiu o surgimento cada vez grave de uma situação de descontrole e de impotência  vivida pelos forças de segurança pública, cuja  capacidade de  ações em confronto desigual com o potencial  mais  ofensivo do estado de marginalidade  se vem  configurando  como uma  situação de guerrilha urbana, na qual a marginalidade, diante da fraqueza das forças de segurança pública,  perdia todo o seu respeito aos homens da lei e à  repressão ao crime.
   Bem mais armados, utilizando armas de alto calibre, esses facínoras se sentiram firmes e inexpugnáveis diante de uma Policia Militar e Civil  assombradas com o poderio das armas dos fora-da-lei. A assinalada  fraqueza das forças de segurança  pública  se deveu ao estado de penúria e de sucateamento  das finanças  do Estado do Rio de Janeiro, vítima que foi  de um  ex-governador  que  cometeu  o maior desfalque, quer dizer, o maior assalto ao Erário  estadual já registrado na história  dos governadores  fluminenses,  deixando  à míngua todos os  setores da máquina administrativa estadual.
   A cidade do Rio de Janeiro, refém em todos os seus bairros, inclusive nas favelas, já não tinha a  quem recorrer a fim de estancar as assassinas balas  perdidas. Vozes de mães desconsoladas,  aflitas, parecidas, guardadas as diferenças contextuais e históricas,  com as “Mães da Praça de Maio”, dos sombrios tempos da ditatura  argentina.
   A bandidagem não pode impedir a nossa ida e vinda, a nossa liberdade de andar,  de ir para onde quisermos nessa linda cidade do Rio de Janeiro. Nem é justo que fiquemos presos em nossos lares,  acuados com medo de vivermos  numa cidade que nos convida sempre a viver ao ar livre,  a visitar  tantos  lugares atraentes, seja no centro da cidade, seja os bairros,  inclusive nas favelas, ainda  comandadas por  traficantes que nelas mandam e desmadam como se fossem  um  “governo à parte,” uma “cidade partida,” como disse alguém,  e multiplamente partida,  pois. em cada  comunidade, existe um “governos com leis próprias duras e pena de Talião, códigos de comportamentos esdrúxulos e até linguagem  de linguagem cifrada do submundo do crime e das drogas, onde a pena capital  há muito tempo  já existe  sob a proteção da mão de ferro  de bandidos.
  Quaisquer que sejam as posições ideológicas da sociedade  fragmentada e desunida,   que é a brasileira,  não há quem não dê as boas vindas às Forças Armadas. Alguém até poderá questionar  a   legalidade dessa providência que o governo federal  teve que tomar, mais  impelido pela clamor nacional  da sociedade  que não mais suporta  as mortes   de brasileiros   tanto civis como militares.
   O pior seria se o governo federal  não se posicionasse no que tange ao flagelo da violência no Rio, São Paulo e em outros Estados brasileiros. É óbvio que, no Rio, o altíssimo  nível da violência  não mais se sustentava, a ponto de alguns brasileiros já terem  se transferido para outros países nos quais   poderão ter um  vida mais  suportável e a salvo dos assaltos, arrastões,   balas perdidas,  estupros, sequestros.
  O grande objetivo  da chagada dos forças federais é livrar a população dos criminosos, doa a quem doer. A missão das Forças Armadas, com poder de polícia outorgado temporariamente por decreto  do Presidente da República,   e sendo auxiliadas pela Polícia  Militar, Polícia Civil e a Guarda Muncipal do Rio de Janeiro, a quem  prioritariamente  cabe dar segurança, a meu ver,   seria muito eficaz se atentasse para alguns pontos  cruciais:

1)   Desarmar os bandidos   homiziados nas favelas horizontais e verticais;
2)    Prender os marginais desarticulando  as quadrilhas de traficantes e de paramilitares que dominam  vários locais  do Rio de Janeiro;
3)   Combater sem trégua   o trafico de drogas com mão de ferro, capturando  os homens-chave  e possiveis substitutos  dos mesmos;  
4)   Punir   também   os usuários de drogas de todas as camadas  da sociedade, pobres e ricos, não importa. Em seguida,  encaminhá-los a tratamentos   de longa duração  a fim de se livrarem  do vício das drogas as mais diversas. As famílias, para isso,  desempenhariam  um  papel  fundamental  no sentido de   estimulá-los a fazerem  o tratamento  adequado;
5)   Incentivar organizações sociais e de direitos humanos que  realmente  estejam   interessadas na melhoria  da saúde  dos viciados em drogas. O papel das igrejas  e religiões de todas as denominações  seria providencial e muito mais se  se tornasse  uma meta  constante;
6)   Orientar, no âmbito da Educação, pais e alunos, avós,  familiares  a fim de que  possam  aprender  a lidar com viciados na família.  Tal orientação se desenvolveria através de pessoal  profissionalmente competentes (psicólogos, psiquiatras, assistentes sociais,  pedagogos, orientadores educacionais, sociólogos, antropólogos    para atuarem   continuadamente  no sentido de   esclarecer, de forma didática, sobre  os males  terríveis dos múltiplos  vícios  a crianças e adolescentes, advertindo-os   quanto às desgraças físicas  e psicológicas de que serão acometidos caso  se deixem vencer  pelos enganosos  atrativos e   falaciosas   vantagens de engrossarem a  tortuosa e mortal  estrada  da autodestruição pelo  vícios das drogas.  

           A missão das Forças Armadas, pelo visto,  é muito  espinhosa e de alta complexidade, já que  vai exigir  mudanças    estruturais profundas  em outros setores da infraestrutura do Estado Brasileiro dado que o país atravessa  uma das mais  profundas crises  em vários flancos: na  crescente  degradação da moralidade  política, atingindo  até os três poderes, na precariedade dos setores da Educação em todos os níveis, no sistema  de saúde pública,  nos transportes,  e, em especial, na segurança  pública.  Por sua vez,  a missão  das forças federais  não terá   grande  resultado se não houver uma limpeza  profunda  na moralização  das polícias estaduais e civis. Cumpre, para tanto,  extirpar  dos órgãos de segurança  estadual,   a chamada banda podre  das Polícias Militar e Civil.
             A sociedade brasileira estará atenta e mais amadurecida nas próximas  eleições. É bem possível que os maus políticos de hoje  deixarão  de  atuar  em novos mandatos. O povo, ainda que politicamente mal informado, analfabeto  funcional ou analfabeto  mesmo,  está mais   esclarecido e  mais  cuidadoso com  os falsos salvadores da Pátria,  quer da esquerda, quer da direita. 
          Os carcomidos   políticos oportunistas, os sobas que ainda  circulam pela Câmara Federal e Congresso,  bem como os seus descendentes jovens mas politicamente deformados, seguindo à risca, os mesmo  passos  aéticos da cartilha  deletéria e conservadora  de  seus ascendentes, através dessas pragas que se chamam  nepotismo,  oligarquias,   há tempos  plantados  no Planalto, não hão de vencer  a pureza da democracia  e o caminho  da dignidade  e do respeito às leis do Estado Brasileiro. Da torpeza  e podridão da politicagem de  hoje hão de  renascer algumas  "rosas do  povo."
                
     
  
          
            
           



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