CUNHA E SILVA
FILHO
Posto que não seja evidentemente a
missão precípua das Forças Armadas brasileiras a manutenção da segurança de um
Estado, que é função da Polícia Militar, elas vêm em momento crucial por que
passa o Rio de Janeiro, competindo com o Estado de São Paulo e mesmo
ultrapassando este nos altos índices de violência jamais registrados no país. Há muito venho em
artigos postados neste Blog discutindo o problema número 1 do Brasil.
A
segurança pública no Rio tanto quanto
outro setores vitais vêm sendo
sucateados pelo governo atual assim como
o foi nos dois mandatos do ex-governador Sérgio Cabral, responsável
direto pelo estado de calamidade financeira em que afundou o Rio de Janeiro com
uma série de consequências com falta de pagamento do funcionalismo e outras
mazelas sociais, entre as quais o desaparelhamento da Polícia Militar,
despreparada para enfrentar a onda de crimes de toda a espécie que vem tomando
conta da cidade e do interior do Estado, deixando a sociedade carioca e
fluminense à mercê de banditismo crescente e cada vez mais audacioso em suas
ações criminosas e, ademais, seguros da
sua impunidade e indiferente diante da
lei e das forças de segurança.
Tal
quadro social desordenado, caótico, permissivo permitiu o surgimento cada vez grave
de uma situação de descontrole e de impotência
vivida pelos forças de segurança pública, cuja capacidade de
ações em confronto desigual com o potencial mais ofensivo do estado de marginalidade se vem configurando como uma situação de guerrilha urbana, na qual a
marginalidade, diante da fraqueza das forças de segurança pública, perdia todo o seu respeito aos homens da lei e
à repressão ao crime.
Bem mais armados, utilizando armas de alto
calibre, esses facínoras se sentiram firmes e inexpugnáveis diante de uma
Policia Militar e Civil assombradas com
o poderio das armas dos fora-da-lei. A assinalada fraqueza das forças de segurança pública
se deveu ao estado de penúria e de sucateamento das finanças
do Estado do Rio de Janeiro, vítima que foi de um
ex-governador que cometeu
o maior desfalque, quer dizer, o maior assalto ao Erário estadual já registrado na história dos governadores fluminenses,
deixando à míngua todos os setores da máquina administrativa estadual.
A
cidade do Rio de Janeiro, refém em todos os seus bairros, inclusive nas favelas,
já não tinha a quem recorrer a fim de
estancar as assassinas balas perdidas.
Vozes de mães desconsoladas, aflitas,
parecidas, guardadas as diferenças contextuais e históricas, com as “Mães da Praça de Maio”, dos sombrios
tempos da ditatura argentina.
A
bandidagem não pode impedir a nossa ida e vinda, a nossa liberdade de
andar, de ir para onde quisermos nessa
linda cidade do Rio de Janeiro. Nem é justo que fiquemos presos em nossos
lares, acuados com medo de vivermos numa cidade que nos convida sempre a viver ao
ar livre, a visitar tantos
lugares atraentes, seja no centro da cidade, seja os bairros, inclusive nas favelas, ainda comandadas por traficantes que nelas mandam e desmadam como
se fossem um “governo à parte,” uma “cidade partida,” como
disse alguém, e multiplamente
partida, pois. em cada comunidade, existe um “governos com leis
próprias duras e pena de Talião, códigos de comportamentos esdrúxulos e até linguagem
de linguagem cifrada do submundo do
crime e das drogas, onde a pena capital
há muito tempo já existe sob a proteção da mão de ferro de bandidos.
Quaisquer
que sejam as posições ideológicas da sociedade fragmentada e desunida, que é a brasileira, não há quem não dê as boas vindas às Forças
Armadas. Alguém até poderá questionar a legalidade
dessa providência que o governo federal
teve que tomar, mais impelido
pela clamor nacional da sociedade que não mais suporta as mortes de brasileiros tanto
civis como militares.
O pior
seria se o governo federal não se
posicionasse no que tange ao flagelo da violência no Rio, São Paulo e em outros
Estados brasileiros. É óbvio que, no Rio, o altíssimo nível da violência não mais se sustentava, a ponto de alguns brasileiros
já terem se transferido para outros países
nos quais poderão ter um vida mais
suportável e a salvo dos assaltos, arrastões, balas perdidas, estupros, sequestros.
O grande
objetivo da chagada dos forças federais é
livrar a população dos criminosos, doa a quem doer. A missão das Forças
Armadas, com poder de polícia outorgado temporariamente por decreto do Presidente da República, e sendo
auxiliadas pela Polícia Militar, Polícia
Civil e a Guarda Muncipal do Rio de Janeiro, a quem prioritariamente cabe dar segurança, a meu ver, seria muito eficaz se atentasse para alguns
pontos cruciais:
1)
Desarmar os bandidos homiziados nas favelas horizontais e verticais;
2)
Prender os marginais desarticulando as quadrilhas de traficantes e de paramilitares
que dominam vários locais do Rio de Janeiro;
3)
Combater sem trégua o trafico de drogas com mão de ferro, capturando os homens-chave e possiveis substitutos dos mesmos;
4)
Punir também
os usuários de drogas de todas as camadas da sociedade, pobres e ricos, não
importa. Em seguida, encaminhá-los a
tratamentos de longa duração a fim de se livrarem do vício das drogas as mais diversas. As
famílias, para isso, desempenhariam um
papel fundamental no sentido de
estimulá-los a fazerem o
tratamento adequado;
5)
Incentivar organizações sociais
e de direitos humanos que realmente estejam
interessadas na melhoria da
saúde dos viciados em drogas. O papel
das igrejas e religiões de todas as
denominações seria providencial e muito
mais se se tornasse uma meta
constante;
6) Orientar, no âmbito da Educação, pais e alunos, avós, familiares a fim de que
possam aprender a lidar com viciados na família. Tal orientação se desenvolveria através de
pessoal profissionalmente competentes (psicólogos,
psiquiatras, assistentes sociais, pedagogos,
orientadores educacionais, sociólogos, antropólogos para atuarem
continuadamente no sentido de esclarecer, de forma didática, sobre os males
terríveis dos múltiplos vícios a crianças e adolescentes, advertindo-os quanto
às desgraças físicas e psicológicas de
que serão acometidos caso se deixem vencer
pelos enganosos atrativos e falaciosas
vantagens de engrossarem a
tortuosa e mortal estrada da autodestruição pelo vícios das drogas.
A missão das Forças Armadas, pelo
visto, é muito espinhosa e de alta complexidade, já que vai exigir
mudanças estruturais profundas em outros setores da infraestrutura do Estado
Brasileiro dado que o país atravessa uma
das mais profundas crises em vários flancos: na crescente degradação da moralidade política, atingindo até os três poderes, na precariedade dos setores
da Educação em todos os níveis, no sistema de saúde pública, nos transportes, e, em especial, na segurança pública.
Por sua vez, a missão das forças federais não terá
grande resultado se não houver
uma limpeza profunda na moralização das polícias estaduais e civis. Cumpre, para
tanto, extirpar dos órgãos de segurança
estadual, a chamada banda podre das Polícias Militar e Civil.
A sociedade brasileira estará atenta
e mais amadurecida nas próximas eleições. É bem possível que os maus políticos
de hoje deixarão de
atuar em novos mandatos. O povo, ainda que politicamente mal informado,
analfabeto funcional ou analfabeto mesmo, está mais
esclarecido e mais cuidadoso com
os falsos salvadores da Pátria, quer da esquerda, quer da direita.
Os carcomidos políticos oportunistas, os sobas que
ainda circulam pela Câmara Federal e
Congresso, bem como os seus descendentes
jovens mas politicamente deformados, seguindo
à risca, os mesmo passos aéticos da cartilha deletéria e conservadora de seus
ascendentes, através dessas pragas que
se chamam nepotismo, oligarquias, há tempos
plantados no Planalto, não hão de
vencer a pureza da democracia e o caminho
da dignidade e do respeito às
leis do Estado Brasileiro. Da torpeza e
podridão da politicagem de hoje hão de renascer algumas "rosas do povo."
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