terça-feira, 10 de julho de 2012

Um poema de Edmond Haraucourt (1856-1941)*








Um poema de Edmond Haracourt ( 1856-1941))*









RONDEL DE L’ADIEU**



Partir, c’est mourir um peu,

C’est mourir à ce qu’on aime:

On laisse um peu de soi-même

Dans toute heure et dans tout lieu.



C’est toujours de deuil d’un voeu,

Le dernier vers d’un poème:

Partir, c’est mourir un peu:

Et l’on part, et c’est un jeu,



Don’t, jusqu’à l’adieu suprème

C’est son âme que l’on sème,

Que l’on sème à chaque adieu:

Partir, c’est mourir um peu...





RONDEL DO ADEUS



Partir, morrer um pouco,

Morrer para o que amamos

De nós mesmos um pouco vai-se

A toda hora, em qualquer parte,



Dum voto, sempre um luto,

Do poema o verso derradeiro:

Partir, morrer um pouco:

Partimos, sim, parte de um jogo,



Do qual , até ao adeus supremo

Sua alma semeamos

E a cada adeus a semeamos:

Partir, morrer um pouco...



(Trad. de Cunha e Silva Filho)



* Dedico esta tradução ao meu falecido irmão, Emílio Carlos, ele mesmo cultor da poesia e da pintura.

** Poema musicado, em 1902, por Francesco Paolo Tosti.

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