domingo, 4 de fevereiro de 2018

A QUESTÃO DO TETO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL

                                                                 


                                                                     Cunha e  Silva Filho


            O presidente Temer anda alardeando pelos quatro cantos do país que o país  só melhorará em parte o déficit da Previdência Social se for implantada e aprovada a reforma  proposta pelo  governo federal. Mas implantada pelo grupo que está no  poder por técnicos e políticos que leem pela cartilha  do PMDB – um partido  que não tem  lá  apoio da maior parte do povo brasileiro e que, ao longo da história  política brasileira, não se tem portado com tanta seriedade ética  que seria de esperar  de um agremiação partidária.  Basta ver alguns passos da trajetória  desse partido e das figuras que   pertenceram e ainda pertencem a seus quadros, os antigos e os novos.   
         Partido que   não  se recomenda pela  lisura de muitos de seus  políticos, partido  ao qual pertenceu  (pertence?) o   repudiado  Sergio Cabral – o pior governador  que já teve o  povo do Rio de Janeiro, o governador que levou o estado à ruína financeira  e ao sucateamento  da respeitada Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) através do maior assalto  que  se fez às finanças públicas  fluminenses.
       Seu sucessor,  o Sr. Pezão,  não tem dado conta também  do descalabro  herdado  do Cabral, permanecendo como  um governador  completamente  perdido, sem  direção,  um barco  à deriva enfrentando   os agônicos  problemas  de falta de dinheiro tanto  para  dar continuidade  à máquina administrativa  em setores públicos  setores vitais  da população (saúde, educação,  segurança) quanto para  pôr em dia o pagamento dos servidores, estes vítimas da perfídia do governo anterior que deixou atrás  de si os destroços de  um tsunami de sofrimentos, de aperturas  financeiras no corpo e no espírito dos barnabés    
     Será  que o PMDB, com todo um  curriculum  cheio de denúncias feitas pela Operação LavaJato (inclusive contra o próprio primeiro mandatário da Nação)  contra muitos dos seus correligionários  ou aliados  políticos, tem respaldo moral de  se arvorar,  agora, em salvador  da Pátria? Receio que não. A partir  dessas  premissas, nada favoráveis,  o PMDB   dificilmente terá apoio da sociedade   que, de resto, não foi consultada diretamente nesta questão  de reforma  previdenciária a não ser  pela representação  abstrata  de políticos  que, na maioria das vezes,  só se preocupam  com os seus interesses próprios e  as disputas de cargos  no atual governo federal, já que, quando  eleitos,  esquecem    de quem lhes deu votos que os levaram à Câmara Federal e ao Senado.
       Adentremos,  porém, na questão do teto salarial dos futuros  aposentados. Segundo recentes pronunciamentos, o  presidente Temer  tem afirmado que todos os futuros aposentados  serão igualados  nos seus vencimentos e pensões. Para os valores   de hoje não passariam de cinco mil e quebrados. Enfatizou o presidente: “Para todos, inclusive os políticos.” E aí cabe uma pergunta  pertinente: “Presidente,  e os outros setores  públicos nos três Poderes: executivo,  judiciário e legislativo? E as Forças Armadas? Será que um  desembargador federal, um general, um almirante e um brigadeiro   vão querer  se aposentar com míseros cinco mil  reais?   E como ficará a aposentadoria  dos deputados e senadores?
    Contentar-se-ão todos indiferentemente com  esse teto?  Por conseguinte,  essa questão não está bem esclarecida para a sociedade e, ao que tudo indica,   esse teto  igualitário, democrático soa  utópico  ou mascarado. Cumpre esclarecer   essa dúvida ou é ela mais outra falácia a fim de  engabelar   trouxas e desavisados?   
   Acautele-se, pois,  ó povo,  contra essas estrepolias  malazarteanas ou senão macunaímicas planejadas nos desvãos do poder executivo. Desconfie da esmola pequena, porquanto grande não é na aparência  e na  aplicação prática. Adoro um  paradoxo,   espicaçar  o cérebro das pessoas. Ah, se dispusesse dos  poderes intelectuais de  um Fernando Pessoa! ⁢Esmola de menos  o cego não desconfia. A picardia governamental  há séculos tem  feito bons ganhos  à custa dos pascácios. 
 Uma pergunta final me pressiona: por que o governo  de um partido  não muito amado, de repente,   quer  dar uma de bonzinho com  o cordeirinho  brasílico? Somos cordiais e  ordeiros – eis o busílis da política  ou é o nó górdio da questão? Deixo aos eleitores a reflexão sobre tudo que disse ou deixei de dizer. O texto é uma obra aberta, mas – repito   o que ouvi de alguém muito  arguto - – não é tampouco escancarada.



                                                                                                      

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