quarta-feira, 15 de março de 2017

POR QUE SÓ AGORA?





 
“ Os homens criaram chefes para   defender sua liberdade!”

    Jean Jacques Rousseau


                                            Cunha E Silva Filho


            Se os políticos, alguns até aliados aos governos  Lula e Dilma,  apearam do poder  a senhora Dilma Rousseff, por que antes não se prepararam  para realizar uma reforma  conjuntural  do país, seja pela moralização, seja pelas reformas que atendessem aos trabalhadores  brasileiros e à sociedade em geral em questões  que  há tempos  vinham se mostrando cada vez mais  urgentes, como  normalizar a Previdência  Social e, em especial,  melhorar a vida dos que  se aposentam livrando estes de longo tempo das aflições dos minguados  vencimentos  de inativos? 
          Quem tem um mínimo de experiência de vida brasileira sabe que essa urgência e açodamento de, a fórceps, desejarem   realizar  uma reforma da Previdência Social, se deve a fatores exógenos, i.e., ao fato de que  o rombo   da corrupção via desvios  multimilionários   dos cofres públicos,  é o bode expiatória   que o atual governo Temer quer  impingir  ao cidadão brasileiro.
         O que não pôde, ou deliberadamente, não quis  o governo federal fazer  para recuperar  os assaltos   ao Erário  Público, que dilapidaram  praticamente  as nossas finanças através dos inúmeros  escândalos  financeiros   investigados  pela Operação Lava-Jato,  agora  o governo federal, para tapar seus rombos   gerados  pelas falcatruas  e  graves  lesões aos ativos financeiros, levantaram a bandeira  de salvar a Previdência  às expensas   dos que  mais   trabalharam para o desenvolvimento do país, os aposentados com as suas parcas  aposentadorias, segundo  já assinalei atrás.
     Não são somente  os gastos do governo  federal  com  os aposentados   que  impossibilitam   o gerenciamento da folha de pagamento da Previdência, mas sim  os gastos  gigantescos, estratosféricos  que  as mordomias (altos salários dos parlamentares, de ministros,  de assessores, dos altos escalões da administração  publica) dos três poderes  acarretam (sobretudo dos poderes   executivo e legislativo).
     Por que só agora,   num mandato-tampão,  tanta pressa  de querer  passar o país a limpo  quando o governo atual   tem vários  membros  que  participaram (base aliada) tanto dos  dois mandatos do senhor Lula quanto do mandato  da senhora Dilma?  
      Seria muito mais  verdadeiro  politicamente se o atual  governo  Temer, usando de suas prerrogativas   e de sua promessa de cumprir  a Constituição Brasileira,tomasse  decisões que atendessem aos  reais  direitos do povo brasileiro,  agindo com  isenção e com  civismo mais no sentido de moralizar a imagem  do seu  curto  mandato do que  permitindo que alguns de seus ministros permaneçam  na Pasta tendo  o nome  relacionado   entre políticos denunciados  nas investigações da  Operação Lava-Jato.
       É claro que  a crise  financeira que ainda ronda pelo país é uma prioridade  a ser atacada  com firmeza. Porém,  realizar  reformas   ditadas de cima para baixo sem um  amplo e profundo debate  entre o governo e a sociedade não seria  agora oportuno.
     A maior crise por que passa o governo  federal é de ordem moral e de credibilidade. Se a classe   política  está  praticamente   desmoralizada diante da  opinião  pública,  não só de iletrados como  também  de pessoas  com  boa formação  cultural, seria mais do que urgente que  o  presidente da República  procurasse se comportar como um  estadista e o exemplo que melhor me vem à mente  é o do presidente  americano  Abraham  Lincoln (1809-1865), aquela figura sisuda  para quem  um governante  ideal seria  aquele que  está ao lado  “do povo,  pelo  povo e com o povo,” conforme proclamou no famoso  discurso de Gettysburgo (Gettysburg Address) em 19 de novembro  de 1863.
       O Brasil  está carente de homens públicos dessa estirpe.
     

Um comentário:

  1. Brilhante!!! Que máximo!!! Bravo!!! Adorei!!! Que vergonha!!! Golpe baixo!!!! Que dizer que o país está na bancarrota, ou seja, não ha dinheiro para custear a Previdência Social para os próximos 20 anos, mas dinheiro há, para bancar (financiar) campanhas eleitorais/políticas com dinheiro público, pasme-se!!! A desculpa para essa proposta maligna é a suposta erradicação do "caixa dois". A quem esses vagabundos querem enganar? A patuleia? Já não bastou ter de aturar a roubalheira de 13 anos, ininterruptos capitaneada pelo Partido dos (supostos)Trabalhadores? Francamente!!! A coisa está pior do que o "Inferno de Dante" constante da Divina Comédia (Dante Alighieri). Não é por outra razão que resolvi denominar esse país de "Planeta República Federativa do Pixuleco", ex-Planeta Banânia. Que lixo!!!!
    O mais grave desse episódio dantesco (pavoroso) é a segunda parte do plano do capiroto decorrente da reunião dos aludidos sem-vergonhas, onde foi discutido, também, o apoio a aprovação, no âmbito da famigerada “reforma política”, do modelo de lista fechada a partir de 2018. A alteração viria acompanhada da ampliação do financiamento público das candidaturas. Pelas listas fechadas os eleitores passam a votar não em candidatos a deputado, como ocorre hoje, mas em uma lista de candidatos pré-definida pelas legendas. Advirta-se que esse modelo foi rejeitado algumas vezes pela Câmara. A ideia agora é estabelecer que os congressistas tenham preferência na ordem da lista, o que diminuiria a resistência, mas também dificultaria mais ainda a renovação do Congresso. O relator da reforma política na Câmara, pasme-se, Vicentinho Cândido (PT-SP), afirmou que está inclinado a colocar em seu parecer a tal “lista fechada” acompanhada da ampliação do financiamento público. Isso se dará pela criação de um fundo eleitoral composto de dinheiro e de doações de pessoas físicas. A lista é definida pelos partidos como único modelo viável após a proibição do financiamento empresarial. Os críticos dizem que ela o caciquismo e impedirá a renovação dos quadros. Socorro!!!

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