Cunha e Silva Filho
GUERRA CIVIL (só para citar um
exemplo). A Síria continua sem jeito. Ninguém detém o ditador Bashar Al-Assad. Milhares de mortos em cinco
anos de guerra civil, fratricida, com o país estilhaçado, paisagens urbanas
viradas ruínas. Allepo, Homes e outras cidades são só
destroços, desolação, mortos e
feridos, com a sua população tentando
evadir-se através da Turquia
(esta, internamente, agora, em conflito
e em estado de autoritarismo contra a imprensa e os acusados de desejarem dar o golpe no presidente Erdogan que, ao que tudo indica,
deseja dar continuidade do seu governo, agora com mão de ferro.
Onde ficará a democracia na Turquia? Só Deus
sabe. Quem podia minimizar
tanta desgraça seriam os EUA, a
Rússia e os órgãos internacionais em defesa da paz mundial. Aqueles dois
países, contudo, fingem que resolvem, mas só atrapalham;o primeiro
mandando drones que podem matar
inocentes e cair em lugares que devem
ser preservados: hospitais maternidades, templos religiosos, patrimônio histórico; o segundo manda armas
ao ditador sírio sob a alegação de que vai
impedir o avanço do Estado Islâmico. A Rússia, agindo assim, mantém a guera civil contra forças do Estado Islâmico e, de quebra, contra os rebeldes
- a oposição – , esta derivada da Primavera
Árabe. Geopoliticamente, as duas grandes potências, cada uma a seu modo, evitam brigar entre si, numa espécie de guerra fria e quem sai perdendo é a população civil síria no meio do fogo e da destruição de que resulta a continuidade da onda de refugiados deixando a sua pátria para trás.Quanta insensatez das duas grandes potências!
A ONDA DOS REFUGIADOS. Sem casa, sem
emprego, com fome, os sírios fogem do seu país natal, atravessam a Turquia,
dirigem-se, em barcos inflados, frágeis, apinhados de imigrantes pelo
Mediterrâneo à cata de um país que lhes abra as portas. Pode ser a
Itália, a França, a Inglaterra, a Rússia,
a Holanda, a Polônia. Todos querem correr
da fome e da guerra, todos querem
salvar suas vidas e as vidas de seus entes
queridos: crianças, adolescentes, jovens,
adultos e velhos. As imagens nos
lembram, mutatis mutandis, filas
de judeus a caminho
do Holocausto. Mas isso é só,
graças a Deus, uma imagem rápida que nos
passa pela memória visual, como num fita de um filme em preto e branco sobre os escombros,
as cinzas e horrores dos crematórios da Segunda Guerra Mundial.
O MEDO ALASTRADO. Com o mundo amedrontado com o terrorismo do Estado Islâmico na Europa, com ataques em Paris, Nice, Munique e em outros continentes, nenhuma lugar do mundo parece estar ileso de um atentado, sobretudo o lado ocidental. Os inimigos do Ocidente podem aparecer em qualquer parte, inclusive no Brasil, agora, com a proximidade da abertura dos Jogos Olímpicos. Ora, esses jogos que visam à aproximação pacífica entre os povos, gerando alegria multirracial, vai ter que conviver com o medo dos praticantes da covardia, fruto da barbárie, do obscurantismo e da cegueira ideológica que não admite as diferenças culturais e religiosas de um mundo livre e civilizado.
A
imagem do mundo atual, pode-se afirmar,
muito se aproxima, em suas características principais, das exibidas num
filme-catástrofe. Quer dizer, há uma espécie de sentimento universal de “ficcionalização” da realidade concreta, de uma construção de
um imaginário do medo dominando as mentes do homem
civilizado. Seja o maior problema de hoje enfrentado pelo civilização ocidental: a violência em todas as suas formas, - crimes, tiroteios disparados de repente por psicopatas, guera do narcotráfico, estupros, radicalização do preconceito em todo os seus matizes, terrorismo jihadistas, dos vários grupos de terror em escala global, corrupção política, autoritarismo policial, deterioração do meio-ambiente, entre outras mazelas sociais, urbanas, do interior, a rurais.
Em suma, barbárie e civilização, com culpados de ambos os lados. Está nos faltando aquilo que um velho pastor americano, Herbert Armstrong, fundador da importante revista The Plain truth, há muitos anos extinta, falou: a dimensão espiritual ( the missing dimension) que deve ser cultivada na práxis da vida cotidiana, principalmente em tempos tão tormentosos planetariamente.
Em outras palavras, um mundo sem perspectivas transcendentais, que elevem o indivíduo a amar seus semelhantes e a entender as diferenças entre pessoas, etnias, religiões e culturas. Enquanto nos fale o abraço apertado, olho no olho, físico, cresce , em dimensão estratosférica, a amizade virtual, o carinho virtual, o beijo virtual, enfim, o relacionamento virtual, compreensível, até certo modo, pelas distâncias que amiúde nos separam.Isso vale para quem também assina este blog., mas não deixa de ser um defeito, uma carência, uma ausência que nos podem prejudicar profundamente como seres humanos.
A presença física é sumamente necessária à vida saudável e concretamente gregária. Com isso se está perdendo o nosso velho humanismo, os encontros ao céu aberto, nas praças, nos jardins, nos bares, no cinema. Uma advertência: não nos robotizemos. Isso seria um salto no escuro e com prejuízo para todos nós. Não impessoalizemos por demais a nossa humanidade, o calor de nossa amizade. Lutemos pela volta dos tempos mais simples e acolhedores.
Por esse motivo, a sensação que se internaliza em nós - sobreviventes dessa contemporaneidade -, é visivelmente a de um estado de quase paranoia coletiva, percebida por alguns indivíduos mais do que outros, dependendo do nível de consciência da gravidade do contexto cultural-político-religioso mundial. As pessoas ignorantes, menos envolvidas com os problemas enfrentados pela humanidade de hoje, talvez não percebam tão lucidamente esses perigos e talvez por isso sofram menos, no meu entender.
Em suma, barbárie e civilização, com culpados de ambos os lados. Está nos faltando aquilo que um velho pastor americano, Herbert Armstrong, fundador da importante revista The Plain truth, há muitos anos extinta, falou: a dimensão espiritual ( the missing dimension) que deve ser cultivada na práxis da vida cotidiana, principalmente em tempos tão tormentosos planetariamente.
Em outras palavras, um mundo sem perspectivas transcendentais, que elevem o indivíduo a amar seus semelhantes e a entender as diferenças entre pessoas, etnias, religiões e culturas. Enquanto nos fale o abraço apertado, olho no olho, físico, cresce , em dimensão estratosférica, a amizade virtual, o carinho virtual, o beijo virtual, enfim, o relacionamento virtual, compreensível, até certo modo, pelas distâncias que amiúde nos separam.Isso vale para quem também assina este blog., mas não deixa de ser um defeito, uma carência, uma ausência que nos podem prejudicar profundamente como seres humanos.
A presença física é sumamente necessária à vida saudável e concretamente gregária. Com isso se está perdendo o nosso velho humanismo, os encontros ao céu aberto, nas praças, nos jardins, nos bares, no cinema. Uma advertência: não nos robotizemos. Isso seria um salto no escuro e com prejuízo para todos nós. Não impessoalizemos por demais a nossa humanidade, o calor de nossa amizade. Lutemos pela volta dos tempos mais simples e acolhedores.
Por esse motivo, a sensação que se internaliza em nós - sobreviventes dessa contemporaneidade -, é visivelmente a de um estado de quase paranoia coletiva, percebida por alguns indivíduos mais do que outros, dependendo do nível de consciência da gravidade do contexto cultural-político-religioso mundial. As pessoas ignorantes, menos envolvidas com os problemas enfrentados pela humanidade de hoje, talvez não percebam tão lucidamente esses perigos e talvez por isso sofram menos, no meu entender.
O que nos vem logo à mente, nas metrópoles vitimadas
pelos atentados terroristas, é uma imagem apocalíptica de pessoas
civis e
soldados fortemente armados, como
se, a qualquer momento, fosse
explodir alguma bomba
de um terrorista ou de um tresloucado
fanático de facções terroristas
fuzilando um monte de inocentes.
Somos ou não um simulacro ficcional?
Aquilo que de mais sangrento e destrutivo vemos em alguns filmes americanos
como que se mistura a esse
mundo civilizado e ao mesmo tempo barbarizado nos dias que correm. Somos vítimas do
que nós mesmos construímos em
termos de armamento letais a partir do
descobrimento da dinamite.
Ou
seja, a civilização, aperfeiçoando ao cubo as armas mortais, a bomba atômica, a bomba de
hidrogênio as armas químicas, os mísseis
inter-continentais, é a mesma
que está sendo vítima de suas próprias criações frankensteinianas, dos seus monstrengos. Ironia dos civilizados.
É sempre atual a frase de Bertrand Russell (1872-1970) em relação a um conflito mundial: a vida ou a destruição.Não há meio termo.Depende de nós a alternativa primeira. E os homens, até hoje, ainda não assimilaram bem essa advertência. Não faltou nem falta que os alerte. Dois caminhos, um destino por todos desejado com exceção dos criminosos terroristas, e um destino sem volta Que os Jogos Olímpicos de 2016 no Brasil sejam o do primeiro caminho, o da vida, sinônimo de alegria
É sempre atual a frase de Bertrand Russell (1872-1970) em relação a um conflito mundial: a vida ou a destruição.Não há meio termo.Depende de nós a alternativa primeira. E os homens, até hoje, ainda não assimilaram bem essa advertência. Não faltou nem falta que os alerte. Dois caminhos, um destino por todos desejado com exceção dos criminosos terroristas, e um destino sem volta Que os Jogos Olímpicos de 2016 no Brasil sejam o do primeiro caminho, o da vida, sinônimo de alegria