sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

O que faz a política brasileira atual: a clivagem entre petistas e não petistas




                                               Cunha e Silva Filho


            Existe algo para mim que paira além da compreensão no tocante à grande  divisão  que a política  suja brasileira está  provocando  entre brasileiros partidários do governo Dilma e outros  adversários desse mesmo governo.Na rede social Facebook,  se tem o quadro de  divisão  bipartida que vai  de um ainda certo diálogo  educado e até acadêmico a  um quadro de xingamentos,   ofensas, palavrões em linguagem de registro  chulo tal  é o ponto de efervescência  polêmica  entre petistas e anti-petistas.
             Me lembro de  que, nos anos 1940, 1950 e 1960, segundo  me informavam  os mais velhos,  inclusive meu pai,  destemido  jornalista piauiense,  essas práticas de baixo calão e de discussões  demolidoras   entre  partidos  da situação e da oposição a um governo  eram  também  muito aguerridas e iam  até à desmoralização  da intimidade e vida  privada  entre êmulos  políticos,  inclusive devassando  comportamento  sexual de homens e  mulheres  de adversários. Era um espécie de bacanal   de linguagem  por meio de vitupérios e achincalhes  entre  opositores. Isso havia no tempo da UDN e do PSD, para  dar apenas dois  exemplos históricos.
           Hoje, com os avanços das mídias,  a situação  de inimigos políticos se tornou mais visível, justamente  pelos recurso  audiovisuais,   montagens  e todo  um elenco de sofisticação  virtual que  é possível  movimentar  de forma instantânea.Além disso,  a comunicação  virtual tem uma intensidade tão  forte que  é retroalimentada  sem cessar, com  novas  imagens,  novas notícias,  novos  vídeos,  novas  montagens dos dois lados  de declarados  inimigos.Para aumentar essa intensidade acumulativa,  ainda se tem  a avalanche de notícias de toda a espécie vidas de outros países, sobretudo da América do Sul.
        É possível resistir  a esse nível de informações  de natureza político-partidária? Não. Posto que não  me agrade o emprego do palavrão  e da carnavalização excessiva de alguns mais afoitos,  vejo que a rede social,  do tipo do Facebook,  é um  dos poucos canais  de  o cidadão  reagir  livremente  contra erros e  indignidades  de políticos e de fatos   escabrosos  que enxameiam  o país nos últimos desde  a chegada do PT nos arraias da baixa política nacional.
        O que posso reafirmar  sem rebuços é que  o petismo, ou lulopetismo  conseguiu  inocular  em seus prosélitos de todos os níveis  de instrução  foi   uma forma    nunca vista  de  misto de cegueira  com   fanatismo   político. Ora, se existem  fanatismo  e cegueira  ideológica é bem  previsível  que  o petismo, agindo assim,  se arvora no mais  puro  e santo partido  brasileiro. uma simples   visada nos  aponta que  seus  prosélitos  sofreram de um obnubilação  do que é certo e do é é errado,  do que é ético e do que é  cumplicidade  total  com a corrupção  e com  o  os desacerto  e falcatruas  em série  ocorridas ao longo do petismo  no poder. 
      Seria  pura atitude  simplista  e  cinicamente   inocente   afirmara-se que  o governo  da presidente Dilma  é correto, íntegro e digno  de ser um modelo  de   comportamento  ético. Não compacto  tampouco com  o baixo clero  político de alguns partidos de oposição, e poderia  mencionar  o PSDB, O PMDB, em ter outros  de  maior ou menor   relevância. A desmoralização  da política brasileira  é estrutural  e corrói  praticamente  todos nela envolvidos. Daí  a indiferença e o repúdio  dos eleitores  por assuntos de política.
     Se o seguidores empedernidos e cegos do lulupetismo  não veem  a podridão  em que o país está  politicamente afundado, é porque  decerto  o vírus infestou    todos eles  a ponto de  enxergarem  só santidade nos atos  dos dois presidentes petistas. Seria o cúmulo da insensatez. Poder-se-ia  questionar: houve ações que beneficiaram  parte da  população humilde  brasileira? Sim, houve, a um preço, porém, descomunal, quer dizer,  ao  preço dos escândalos e desvios  do dinheiro  público e do sucateamento   de vários setores   da máquina do Estado.Ao preço –acrescentaria  -  da falta  de ética,   dos conchavos,  da corrupção  financeira  que pipocaram  tanto no  governo do  ex-presidente Lula quanto no atual.   
     A minha  tese  para  explicitar   a minha indignação  do que está  acontecendo  no governo  federal é que não se poderá   conviver com  um governo  que  perdeu   o seu compromisso com  a moralidade, com a compostura,  com  o respeito  que todo governo decente deve ter com a sociedade.
    Um governo como o atual  contaminado cronicamente   com   as desídias da era  Lula e com a sua continuidade na administração da presidente Dilma  de falhas e descalabros de escândalos   de ordem  financeira  nocivos às contas   públicas,  de tal sorte que culminaram com  a volta da inflação, carestia,  desemprego,  falências, achatamento salarial (com exceção  dos privilegiados  membros do governo: aumento do salários do ministros,  deputados, senadores,  presidente da República, poder judiciário), sem se falar da  convivência  da  sociedade com  um   estado de violência  e barbárie  sem precedentes,   não pode  se definir como   isento  de  culpas e de cumplicidade  com   a indecência  praticada no seio  de sua  própria   atuação desastrosa.  
      Fica, pois,  insustentável  defender  um governo  com  todos esses vícios  e  esse defeitos de natureza  ética. Umberto Eco, apesar de sua  imensa   cultura,  falou mal das redes sociais, alegando que  elas  inauguraram, em nosso tempo,   um espaço de imbecilidades. Não,   a meu ver,  ao contrário,  as redes sociais têm lá suas grandes  imperfeições,  mas não deixam de ser um  fecundo  e democrático   fórum  de debates e trocas de ideias.    

                                               

                                                                          

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