terça-feira, 29 de outubro de 2013

A crítica literária: um polêmica entre dois críticos



                                                                                 Cunha e Silva Filho



                    Nos anos de  1940  a 1960, sem  querer  pretender  imprimir rigores cronológicos a datas, a crítica literária no  país  alcançou  uma fase  de apogeu, de alta na “Bolsa” das Letras. De apogeu  e ao mesmo  tempo  de turbulência,  porquanto  naquele  recorte de tempo  travava-se uma luta  incessante  de duas  principais correntes  críticas, uma  representando  a estabilidade de seu domínio de influência, outra  que pretendia desbancar a primeira. As duas,  respectivamente, eram o impressionismo    e  o new criticism. Aliás,  observa Adélia Bezerra, que escreveu uma arguta dissertação de mestrado orientada por Antonio Candido, A obra crítica de Álvaro Lins e sua função  histórica (MENESES BOLLE, Adélia. Bezerra de. A obra crítica de Álvaro Lins e sua função histórica. Petróplis,RJ.: Vozes, 1979, p.47)    que  os anos  40 do século passado  foram  pródigos em  polêmicas no país, afirmação  confirmada por uma citação  da ensaísta extraída da revista Careta (1944).
                O   desentendimento  entre Álvaro  Lins (1912-1970) e Afrânio Coutinho (1911-2000) virou  uma ‘briga  feia” como ouvi há pouco   de um famoso  crítico brasileiro. Essa   pendenga em jornais cariocas sobre crítica literária fez história nos arraiais da vida cultural brasileira. Polêmica  feroz,  implacável  nos ataques, sobretudo ou quase tudo  da parte  de Coutinho que, me parece,  entrou na arena para   tentar  desbancar  o prestígio  já consolidado  do crítico  mais  influente  daquela  época,  ou seja,  na segunda fase  do  Modernismo, levando-se  em conta aqui   a divisão  proposta  por  Alceu Amoroso Lima ( 1893-1983), ou como era conhecido, Tristão de Athayde,  quer dizer,  a fase de nossa  história literária  que vai de 1930 a 1945.(apud  COUTINHO, Afrânio. Introdução à literatura  brasileira, 5 ed.. Rio de Janeiro:  Editora Distribuidora de Livros Escolares Ltda., 1968, p.277).
Conquanto a polêmica  tivesse  como seu vetor  principal  as diferenças  de visões  e formas de fazer crítica dos  dois  estudiosos,   ela ainda  tinha  precedentes ligados à vida  profissional  e  à atividade  intelectual de ambos,  primeiro  um artigo de Lins,  "Um segundo Afrânio: um 'exercício'  literário acerca de Machado de Assis",  de 1940, posteriormente  publicado em livro  (LINS, Álvaro. Os mortos de sobrecasaca (1940-1960). 1 ed. Rio de Janeiro:  Civilização Brasileira, 1963, p.348-354),  foi, em alguns aspectos, desfavorável à obra de Coutinho, A filosofia de Machado de Assis (1940); segundo,  o concurso  para o qual ambos se inscreveram, em 1951,  a fim de disputar a cátedra  de Literatura do   tradicional  Colégio  Pedro II, do Rio de Janeiro. Recordemos que não foi só Lins que censurou o  ensaio de Coutinho. Sérgio Buarque de Holanda, no mesmo ano de 1940, também em artigo de 1940, de título “A filosofia de Machado de Assis” estampado no Diário de Notícias, depois publicado em livro (BUARQUE DE HOLANDA,  Sérgio Cobra de Vidro. São Paulo: Perspectiva/Secretaria de Cultura, Ciência e Tecnologia de São Pulo. s.d., p.53-58) ) fez sérias  restrições ao ensaio de  Coutinho.
É bom lembrar  que  Coutinho  foi quem  mais  atacou   seu  oponente, Álvaro Lins,   que o  respondia  de forma      menos dura  e, ao que me consta,  sem  citar o nome de Coutinho. Os artigos, depois,  de parte a parte,  foram  publicados em livros.   Já se falou que  Coutinho,  desde 1943, vinha  fazendo ataques ferinos  ou achincalhantes   contra o impressionismo e tendo  por alvo  principal  Lins. Os seus ataques incluíam  também  as criticas que fazia ao uso  do  rodapé de jornal  no qual os críticos da época   escreviam. Coutinho se opunha a essa forma de usar o jornal  para fazer crítica literária.
Esquecia, porém,  Coutinho que ele mesmo  se utilizava do rodapé  na sua  conhecida  coluna “Correntes cruzadas”,  editada no Suplemento   Literário do Diário  de Notícias  por largo tempo.Ademais,  o que mais atraiu  a opinião dos leitores  interessados em literatura  era que Coutinho, além de doutrinador  da nova crítica sobre a qual, mais adiante comento, escrevia  artigos detratando  as mazelas  da vida literária no país,  cheia   de mediocridades e de  capadócios  despreparados  e formadora de  igrejinhas,  grupelhos, compadrios,  lideranças   inatingíveis, mandonismo literário,  favores  políticos e influências   num  espaço    em que mais tinha  valor a vida literária do que as obras  publicadas. Para ele o ambiente literário  da época  mantinha-se numa deplorável   inércia  de autêntica  e  atuante  dinâmica  de vida literária.
Esse quadro negativo e anacrônico de fazer  literatura,  segundo Coutinho,  tinha que ser passado a limpo por interesses sérios  de  atualizar  os hábitos  ultrapassados da crítica e  dos estudos literários feitos em geral de “achismos”(termo frequentemente  empregado  por Coutinho) em análises  e julgamentos  da produção brasileira, duma crítica   sem sistematização nem padrões   técnicos  e fundamentação   objetiva   de preparo  para a vida  literária e para o ensino  e didática  de Literatura no país. Coutinho  fez-se portador  dessa mudança   que ele deveria  empreender a ferro e fogo. Por volta dos anos 1950, e mesmo antes,  já contava com novos  críticos  usando instrumentais  semelhantes aos de dele   a fim de  derrubar  as lideranças. já  estabelecidas    no comando   da atividade  crítica  brasileira.
 Fausto Cunha (1923-2004),  Darcy Damasceno (1922-1988), de Afonso Félix de Sousa (1925-2002) que, ainda bem jovens,  escreviam, já sob novas óticas de métodos  analíticos do fenômeno literário. Isso na revista Ensaio, como outros  companheiros de Fausto Cunha  já se mostravam, anos antes,  através da Revista Branca. opositores  da liderança  e sentido de  perpetuidade da judicatura  crítica  de Álvaro Lins (CUNHA, Fausto.  A luta literária. Rio de Janeiro: Editora  Lidador,  1964). 
Ocorre,  contudo,  que  Lins, pelo  elevado nível da obra legada  por ele  era um crítico  de esmerada  formação  cultural  que  desenvolvia um crítica  independente,  original  nos moldes  dos  críticos  franceses, “... pelo gosto  da análise psicológica e moral," como  lembrou    Alfredo  Bosi ( Bosi,   Alfredo. História concisa da literatura brasileira.  38 . ed.,. São Paulo: Cultrix. 2001, p. 492).   
 Desde os tempos  de província, em  Recife (nascera  em Caruaru, Pernambuco), onde se formara em direito, já tinha  ganhado  fama  de  intelectual  precoce  interessado  na  crítica,   no magistério e no jornalismo  político. Tanto que no Rio de Janeiro logo  galgou  lugar  de relevo na imprensa,  tornando-se redator-chefe do Correio da Manhã durante bom tempo, dividindo-se entre o jornalismo  político e a crítica literária onde fez sucesso  nacional.Chegou a ser  Embaixador em Portugal no governo de Juscelino  Kubitscheck e lecionou Estudos  Brasileiros.na Universidade de Lisboa.
Naqueles tempos idos,  para simplificar, dois  nomes  estavam  em evidência.Álvaro Lins,  com o seu   impressionismo e  Afrânio Coutinho com a sua  nova crítica. Coutinho nascido em Salvador,  Bahia, formara-se em medicina, mas logo dela  desistira e foi dar   aula em escolas  da capital e escrever em jornais sobre  assuntos vários, sobretudo  literatura. Foi para os Estados Unidos  onde, na Universidade de Colúmbia, em Nova Iorque,  passou cinco anos  estudando  literatura, principalmente nos campos da crítica e história literária. Em  outras  universidades americanas frequentara  também  cursos de sua especialidade. Fez ainda naquela  universidade cursos de  filosofia tendo sido aluno de Jacques Maritain (1882-1973).
                  Ao voltar para o  Brasil,  procurou logo   pôr em prática  a sua formação  e saber  no domínio  da crítica, quando  iniciou  seu  projeto de  lançar as primeiras   sementes   de renovação  do ensino e estudos   de Literatura no país  através de  doutrinação teórica e da divulgação pela imprensa do Rio de Janeiro, onde passa  a morar,  do new criticism anglo-americano, ou melhor, da  “nova crítica”, e aqui coloco  a expressão em português  para ser coerente  com  a visão de Afrânio Coutinho, que preferia  essa denominação, porque ela não era  a única corrente crítica de renovação  de métodos  e abordagens do fenômeno literário,   mas era uma dentro outros “movimentos  teóricos” (expressão de Jonathan Culler) que estavam  surgindo no Ocidente, como a  nouvelle critique francesa, a estilística espanhola,o  formalismo  russo ou eslavo, a  fenomenologia, a Escola de Zurich,  para não citar outros que surgiram posteriormente.
                  O que Coutinho  sublinhava  era o  fato de que  a nova crítica  fazia parte de um  vasto  movimento  teórico  universal que ia surgindo, segundo   frisei atrás,   com  novos  métodos  de abordagens do fenômeno  literário e artístico, com  fundamentação  em  estudos  literários de feição científica,  objetiva, dando  ênfase  maior aos elementos  intrínsecos da obra  em si,  centralizando sua atenção na linguagem  literária considerada na sua autonomia,  aportando variados  modos  de se  analisar,  interpretar e julgar  obras literárias, deixando para trás  o componente da subjetividade,   das impressões   e  do bom  ou mau gosto  do  impressionismo.
                .Deixava de lado  aquilo   que  dois autores  franceses   identificavam em síntese conclusiva  sobre  o impressionismo  na crítica: “O impressionismo possui  o grande mérito  de conservar na crítica  um charme, um prazer, os quais os  ‘críticos  sérios’ não mais logram   transmitir-nos. Além do quê,  todavia,  segundo vimos,  a sua  posição  é insustentável e dela   amiúde  somos,  aos poucos ou  de vez, impelidos a nos   afastar, não raro  nos  passa uma visão  rápida e superficial  das obras. Um estudo  paciente, atento, enfim,  erudito, não parece, por conseguinte,  tão inútil quanto  dele se diz.”( CARLONI, J.C. FILLOUX, Jean-C.  La critique littéraire Jean-C.  6ème édtion, 1969, p.64.  Paris: Presses  Universitaires de France – Que sais-je?).
Lins, por sua vez,  se manteve no magistério e nos jornal escrevendo  artigos e publicando  livros.Crítico  rigoroso, polígrafo notável, com  estofo de  pensador,  seus julgamentos   não tinham compromisso  com as amizades  pessoais, mas  com  a obra literária, com  o valor  de um escritor. Era difícil, ao criticar uma obra, não lhe apontar as qualidades e  os defeitos, não para  destruir  gratuitamente  um autor,  mas  para  fazer-lhe  sugestões  ou mostrar  formas  de um escritor  melhorar  a sua forma   de elaboração  ficcional, ou, quando não houvesse jeito,  não estimular  a obra de alguém  que não demonstrasse  talento para  produzir  literatura. Isso o fazia fosse um livro  de ficção,  de poesia,  de teatro, de história, de filosofia, não importasse o gênero.
 Grande parte dos escritores de maior grandeza  passaram por seu julgamento nos anos áureos de militância  deste “Imperador da Crítica”: Graciliano Ramos,  Guimarães Rosa,  Clarice Lispector, só para nomear uns poucos  de tantos outros  talentos criadores.
 Valorizando na obra  tanto  a personalidade  literária do autor quanto  a qualidade  da linguagem literária, sobretudo  o componente do estilo,   da imaginação e  da estrutura   de composição, da  unidade estética em que o artefato   literário   se torna   uma  forma  coerente  quanto  à correspondência  e adequação  a  determinado  gênero   a que se propôs o  autor, Lins  não dispensa  outros elementos   de estruturação  da obra, dando especial   realce  ao sentimento   de  vida  e verossimilhança  gerada  pelos meios  e técnicas  criativos  que se transformam   numa realidade  humana  possível com  personagens,   enredo, ações, espaço e tempo prenhes de vida  própria na sua autenticidade  e na sua  condição de seres  que pensam, agem,  choram e vivem a humana condição no  universo  ficcional, nas imagens e metáforas  de um poema ou  na dinâmica  viva  das cenas da dramaturgia  de vidas  criadas  pelo imaginário  do artista.
 E tal  procedimento  na militância critica e nos livros  vale também e em alto nível  de conhecimento  de literatura  universal , alicerçado  em  bibliografia  atualizada. Sua competência  crítica  e teórica  cresceram , reconhecia os novos marcos  de abordagens  críticas que vinham surgindo  nos grandes centros   do Ocidente. Seus últimos ensaios   testemunham  e confirmam  que o seu impressionismo  humanístico  não se mede por  meros  rótulos, muitos  deles injustos e parciais . Antigos  adversários lhe reconhecem,  anos depois,   o talento  e  a capacidade, além do valor  de sua  obra  grande para o tempo  que  viveu, que não foi muito. 
Os tempos  passam,  a polêmica continua até pelo menos a década de 60. Tem   simpatizantes  dos  dois lados. Lins, sempre  atento ao desenvolvimentos  dos estudos literários,   publica  seus  últimos  estudos   com  forte sinais de que  se modernizou. Seu pensamento crítico   é de  largo  espectro e dele faz uma das  vozes  críticas mais   importantes  surgidas no pais. Antonio Candido, com muita exatidão, o define como o mais “puro “ dos críticos  brasileiros.  
Descontada a fase  polêmica  de Afrânio Coutinho, e isso  é  oportunamente  lembrado  por Eduardo Portella (Dimensões I. 3 ed. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro/MEC,p. 32-33 ), Coutinho  passou   à fase das realizações,  do amadurecimento  que os anos  favorecem, vê  concretizado   tudo que  há tempos   perseguia com  sofreguidão,  com determinação. Sobretudo no meio acadêmico   a sua  doutrinação    se tornou   realidade. Sua pregação  por  uma mentalidade  atualizada nos estudos  literários  do pais,  no ensino superior  de Letras bem com no ensino médio,   mostrava seus  bons resultados. O meio acadêmico lhe deve isso.
Os estudos  de Letras se puseram em sintonia  com o que lá fora, nos grandes centros,  se tem feito para aperfeiçoar  o nível  dos estudantes e a qualidade de nossos  cursos de Letras, com a implantação da pós-graduação, nos níveis de atualização e  especialização   lato sensu e de  progressivos e  mais complexos   níveis de pesquisa  stricto sensu de produção acadêmica,  o mestrado,  o  doutorado,  o  pós-doutorado. No Rio de Janeiro,  tudo isso tem o dedo de Coutinho que ingressou  na Universidade do Brasil, primeiro como  professor  interino e, depois, como  professor catedrático  por concurso, de  literatura brasileira do  curso de  Letras daquela universidade, sucedendo ao grande  crítico  Tristão de Athayde, que se aposentara.
Faz um ano um  jovem ensaísta, Miguel Conde, que escreve periodicamente  para o  Prosa & Verso, do jornal O Globo,  retomou  em artigo de título  “O dever de agredir”(20/10/2012) bastante lúcido a questão da polêmica entre Lins e Coutinho mas tocou em alguns pontos  de ordem opinativa  de leitor ao afirmar  que não  lhe parece    serem  mais  motivadores   os textos  de Lins  e muito menos os  de Coutinho, ainda que  tenha  equacionado sua  discussão sobre o tema da polêmica   de forma  equilibrada,  isto é,     sob perspectivas  de leitor  da atualidade. Entretanto,   não vejo  como   matéria  de importância secundária   a releitura  tanto de Lins quanto de Coutinho,  sobretudo se tenho  em vista  uma pesquisa de  revisão e  resgate  das obras dos  dois críticos  e ainda mais quando tenho  por objetivo  uma visada daquilo de bom  ou ótimo ou mesmo  de ruim  na produção legada por  ambos.
 Ao contrário,  ao pesquisador  da história literária  discutir o nível dos vários aspectos dos atores que, ao longo  dos tempos formaram o corpus  da  história da crítica literária brasileira  é oportuno,  notadamente  com  o distanciamento  que temos  dos anos  40, 50 e  60,  e é  o  que venho fazendo em  pesquisa no momento.
Desta reavaliação poderemos   verificar até que ponto  dois críticos  tão diferentes e com  poucas  semelhanças   de vida  intelectual,  não obstante ambos  dando provas  de reais  interesses  de  aperfeiçoamento de formação cultural, nos  instigam a releituras que, pelo menos  para quem escreve  este artigo, ainda têm muito a  dizer e a ensinar. Não,  talvez,  a  quem  se  prende  ao canto de sereia   da aventura  intelectual do primado   do presente,  que julgo ser   um dos  exageros  da gerações  mais novas.Lembro,  por sinal, neste fecho  de artigo, as palavras do velho  crítico  expressionista  Tristão de Athayde de; “Tudo é novo debaixo do sol, ao contrário do que considerava o pessimismo do velho  Salomão, exceto a escala intrínseca dos valores.” LIMA, Alceu Amoroso. Quadro sintético da literatura brasileira. 3 ed revista e ampliada,  Rio de Janeiro: Edições de Ouro, p.152).


domingo, 20 de outubro de 2013

Tragédia brasileira: a morte de um bebê e da avó






                                                        Cunha e Silva Filho


             Através de um  programa  de TV  que  o elitismo  brasileiro  chama de  imprensa sensacionalista,  classificação  da qual  discordo, pois,  por detrás dessa  natureza  de  programa é que, em  primeira mão,  fico sabendo  do que alguém já chamou  com  propriedade  de “Brasil real,” não o  país  dos  programas  televisivos   que abordam, em considerável  proporção,  a chatice  de imbecilidades  da  tevê brasileira, a qual é desnecessário exemplificar  visto que os leitores  sabem  do que estou  falando.
Foi num desses  programas  que tomei conhecimento  de um crime  escabroso perpetrado por um avô  ensandecido contra a própria  esposa e o próprio neto, um bebezinho de sete meses, de nome Luís Eduardo. O crime  aconteceu  em São Paulo.
Um avô,  ex-presidiário por homicídio  e ex-interno  para tratamento  psiquiátrico, num dia  de fúria,  por motivo  torpe,  assassinou dois entes queridos utilizando-se de um porrete. Segundo  seu  depoimento na delegacia,   ele confessou  tudo friamente e ainda  deu detalhes  sobre  a monstruosidade  que  fez contra  dois  seres  de sua família. Declarou  estar arrependido. Já estou  cansado  de arrependimentos  de  “monstros”  de nossa sociedade em confissões  que não nos causam  mais nenhum sentimento  de  comiseração  para com eles.
O avô, segundo a reportagem,  era pequeno comerciante  de um bairro simples, pelo que  indicavam  as imagens  da tela. O avô alegou  que cometera  os dois homicídios em razão de que não mais  queria  conviver  com  o netinho,  que não o deixava dormir, naturalmente porque  chorava  como  qualquer  bebê.  Com isso, achava o  assassino que   a presença  do bebê   estava  atrapalhando-lhe   os negócios, já com   queda de lucro. E a culpa  punha sobre os ombros do netinho. 
Entretanto,  a história ainda tem  mais um  ingrediente, a avó de Luis Eduardo, em discussão  sobre a situação  em casa envolvendo o bebê,   ameaçara o marido  de  que,  se o netinho fosse embora,  ela iria também. Foi o bastante para,  um dia,  o avô  tirar-lhe a vida e a do  bebê, de resto,   uma criança  lindíssima,  com  olhos de cor violeta.
Esta tragédia  provoca profunda  indignação  em  todo mundo e, além disso,  nos  conduz a uma reflexão sobre o estado de degradação  moral  e mental do que se está vendo no país. Fica além da imaginação  o fato  de que  um tipo de violência  dessas possa ter  acontecido. Passamos,   então,  a ir mais fundo na questão  do relacionamento   familiar, na estrutura da  família e nos  diversos   sintomas  de  patologia  social  por que  estamos passando  no mundo contemporâneo, em  muitos  aspectos muito  mais graves  do que  em séculos  anteriores da história da Humanidade. 
A tragédia de Luís   Eduardo e de sua avó, pela natureza  do duplo  crime cometido,  é algo que  se poderia  afirmar   como sendo  uma  tragédia anunciada e, ao  aprofundarmos   a questão,  vamos  encontrar   responsabilidades  que  se alojam   nos setores  da saúde mental e da Justiça  brasileira. O avô, sem dúvida, um  psicopata  enrustido  em casa de família, tendo  seus negócio  para sobrevivência,  de comportamento aparentemente   discreto, segundo  testemunhos  de vizinhos, já carregava nos ombros  um homicídio e um atentado  quase fatal  contra  um  moço em quem  dera  dois tiros num dos braços. Um vizinho   relata  um  comportamento   estranho  desse avô desmiolado: ele tinha  o costume  de rir quando via  pessoas, prato  cheio para os estudiosos  da psiquiatria..
O criminoso  tem antecedentes   que lhe agravam mais   a situação   de   assassino. Como  já acentuamos,   tinha  passado  por uma internação  de doente  mental. Agora,  não é difícil,  unindo-se todos  os  dados  pregressos  do avô,   levantar   três questões gerais e  fundamentais:  1) Por que, tendo cometido  um  homicídio há duas décadas, conseguira, graças   às brechas e  imperfeições  de nossas leis criminais,    ter recuperado a liberdade pouco tempo depois – é o que presumo -   do encarceramento? 2) Que tipo de  prisão  teve ele, foi num manicômio   judiciário, foi  prisão  comum para pessoas  consideradas normais? 3) Que tipo de tratamento  psiquiátrico  foi o dele, e como  obteve  a alta da instituição  de saúde mental? Qual foi  a duração da internação? Como foi  o laudo que  o liberou  para a  vida em sociedade?
Ora,  todas   estas   implicações de ordem  criminal e  de saúde mental   são  complexas demais  para  que, a meu ver, se tenha  posto um indivíduo psicopata  no meio social e, por cima de tudo,  ainda  tendo  constituído  família, tendo  uma filha, a esposa, além de  ser dono  de  um barzinho.
             No plano da  estrutura  jurídico-social-mental cabe, na minha  opinião  apenas  de leigo  e observador  da sociedade,  um parcela  grande de culpa ao Estado  brasileiro. Se  dispuséssemos de uma   estrutura  de estado  séria,  cuidados,  competente em  todos os níveis de  administração e gerenciamento  da  políticas  públicas, muitas tragédia  familiares  seriam  evitadas. A sociedade  brasileira paga um alto preço  pelas deficiências  gritantes de nossas instituições.
O que  aconteceu com  o bebezinho  inocente,  desprotegido, vítima  da atrocidade  de um  tresloucado que  deveria estar era, sim,  num manicômio e não no seio  da  sociedade, pode se multiplicar   por outros casos   semelhantes.
Se nos detivermos   atentamente para o que   ocorre no dia-a-dia do pais,   nas grandes e  às vezes pequenas cidades, constataremos um  elevado número de  crimes  hediondos,  inacreditáveis,   porque praticados  no seio da própria família,  ou  entre  relacionamentos  amoroso  com final  trágico e por  motivos que poderiam ser contornáveis se no país  as leis  de penalidades  fossem  endurecidas, até mesmo  não descartando  o limite da prisão  perpétua  para  crimes de grande  selvageria   praticados  por  pessoas de todas as idades.
Uma sociedade que se nos apresenta  neste grau  de periculosidade  em potencial  nos  espanta e nos deixa perplexos. Alguma coisa  deve ser  feita de imediato  no que tange a   esses crimes   abomináveis.
O país, assim,  dá irretorquível   mostras  de  um estado  doentio  na sociedade e no  meio  familiar.  O grande salto de qualidade  que  poderá  amenizar  tais  aberrações  patológicas tem que  passar  por uma   mudança  profunda na educação brasileira,  na qualidade  de nossas escolas  públicas  e algumas privadas e no melhor   preparo de nossos  professores,  sem esquecermos  de que  estes profissionais  urgentemente   necessitam  de   ser valorizados  nos seus salários de forma   definitiva  com planos de carreira    que sejam   cumpridos  pelos governos  independentemente   de  troca  de  orientação  política e   adaptáveis  às condições   de um país    que,  em  alguns setores,   mostra  melhoria  de qualidade  da população, conquanto   ainda  -  e infelizmente  - em  tantos outros setores esteja   patinando  no mesmo lugar  e em nível  semelhante  a nações  subdesenvolvidas.
Espero  que a morte de Luis Fernando  e da  avó seja uma contundente  advertência a nossos  governantes   que, lamentavelmente,  de Brasília  ainda persistem em dar as costas  para os mais graves  problemas  enfrentados  pelo Estado  brasileiro. Não dar  ouvidos aos protestos  da Nação se me afigura, em tempos  atuais,  como  apostar  no suicídio do resultado das urnas para reis que  ainda  pensam  que  estão vestidos.       



terça-feira, 8 de outubro de 2013

Tradução do poema "Never more", de Paul Verlaine (1844-1896)



T

 Never  more



Souvenir, souvenir, que me veux-tu? L’automne
Faisait voler la grive à travers l’air atone,
Et le soleil dardait um rayon monotone
Sur le bois  jaunissant où la bise detone,

Nous  étions seul à seule et marchions en rêvant
Elle et moi, les cheveux et la pensée au vent.
Soudain, tornant vers  moi son  regard émouvant:
“Quell fut ton  plus beau jour?” fit la voix d’or vivant.

Sa voix douce et sonore, au frais timbre angélique,
Un sourire  discret lui donna la réplique,
Et   je baisai sa  main blanche, dévotement.

Ah! Les premières fleurs, qu’elles sont  parfumées!
Et qu’il bruit avec un murmure charmant
Le  premier  “oui” que sort de lèvres bien-aimées!


 Never more


Saudade, saudade,  o  que em mim procuras? O outono
No ar parado, voar fazia o tordo
O sol um raio monótono dardejava
Onde o vento morre sobre amarelecido bosque

Sonhando andávamos  na solidão
Ela e eu, ao vento, os cabelos e o pensamento.
Súbito,  com  olhar enternecido, virou-se pra mim:
“Qual  foi  teu dia mais lindo?,” indagou com voz d’ ouro  puro

À voz doce e sonora, de fresco  timbre angelical
Respondie com um  sorriso indiscreto
Ao beijar-lhe com devoção a branca mão.

Ah! Quão perfumadas as primeiras  flores!
Iguais ao  harmonioso  encanto do murmúrio
Do primeiro  “sim” de teus lábios bem-amados!


                                                                           (Trad. de Cunha e Silva  Filho)



sexta-feira, 4 de outubro de 2013

BRAZIL'S OVERVIEW CORNER: Would you believe it, readers? Educators in Rio were hurt by policemen


[ There is a Portuguese  translation of this article following the  text]





                                               By Cunha e Silva Filho



              A few days ago   municipal  high schools teachers  on strike  for better salaries   and working conditions  were  treated  with bold  violence as though they  were outlaws hunted by  the  police  downtown Rio de Janeiro.
             No wonder,   Rio de Janeiro State has the most authoritarian   government   carioca people have ever   had in  all   its history.
             The current  mayor of Rio de Janeiro, Eduardo Paiva,  as well as the  aldermen, were also  the  principal   responsible  for the   clash    between  teachers and the  military  forces; the former  because  he did not  do anything  to  stop  the uneven fight, the  latter because  the order  to call  the  police probably came  from  the president  of the   Municipal Chamber.
For over  a month  now  municipal  and state  teachers (junior high school and senior  high  school)  have gone on  strike claiming  for a level  of salary  that might be  fair and not as  it is  nowadays, in  such a way that teachers  cannot make  both  end  meet  being  so much  underpaid. Moreover,  this is not  the worst  of the  issue, teachers  have to face other  difficulties in the field of teaching such as violence in the classrooms and outside of them,  criminality  in the  surrounding   areas  of  schools, disrespect for teachers who are called  names by unruly students,  not to  mention  teachers  who are addressed  by students with swear words inside  the classroom.
 On the other hand,   society  itself  has  seen   teachers as unimportant people, sometimes   as a laughing matter in terms of  a career, a career quite often  being a good   theme for humoristic  TV programs
 Of course,  teachers low salaries  became a chronic   issue   that goes back to  long  past years  in the history of  public teaching in  Rio de Janeiro and other  cities  of  Brazil.
Countless strikes   have already  become   part  of  the  history  of  public  Brazilian  schools. Most  of the students of  these schools  come from  lower class or very  poor class. The middle class has the possibility of  putting their  children  in  private  schools and the rich  students  go  to   higly-ranked schools which charge  sky-high  monthly fees  unaffordable for the average Brazilian student.
However,  returning to  the main  subject  of this  article,  the  mentioned clash had its start  when  teachers  invaded  Rio de Janeiro Municipal  Chamber. They remained there for a couple of  days in the main  part  of the building, the Plenary  Hall. Outside of the  public  building,   some  tents were pitched by   a small group of teachers who lodged  there  to watch  the  unfolding  of   the pending situation, i.e,, the  voting  date for  the aldermen to approve  the mayor’s  salary  increase proposal for  municipal  teachers.
 The fact remains that  the proposed   salary increase  under question  was not  the one  that was  proposed by  the  Teachers’ Union representatives, but what  prevailed was the  mayor’s proposal and this fact  brought about  teachers’ indignation  and ultimately  the  clash with  the  military  forces. As you can see, the voting  of the  salary increase was decided  one-sidedly  and the aldermen  of the  opposition  formed  a minority and as a result the  left  the  Planary  Hall  angered  with the  result   favorable  to the  mayor.

The military   forces   expelled the  teachers who were inside the building and  the turmoil  was formed the outcome of which   was  a series of  regrettable  cowardice    committed by   stupid  soldiers, including  officers, against  male and female teachers of  all ages. These acts  of  disrespect  towards  teachesr  signal for a state  of  utter   lack of  preparation  on the part of  the  state  police. I dare  say that in a civilized  country such uncommon   brutality   shown  by  those who should protect   the citizen’s  physical integrity would never  happen and it would fuel  right  indignation  of  educated  people.
 As it is,   I think  the   government should  be blamed  for these  wrondoings,  as well as  the mayor and the  aldermen. Much worse,   what has happened in Rio de Janeiro with  respect to teachers  may be  regarded as  a breach   in  the  human  rights that should be dealt with by   the judiciary power and all the  institutions whose aim  is to defend   abuse of authority  both by  the government of Rio de Janeiro and by   Rio de Janeiro Town Hall. As to the  excess of brute force and cowardice  practiced by some members  of the state police,  all the  bad  policemen  involved  on hurting  and doing  unlawful    deeds against   demonstrators, even   forging  situations  to  incriminate  innocent  persons, should be  duly  indicted by  the  military  and civilian  police and  ultimately  carefully  investigated by the  Prosecuting  Council.
Such actions on the part of  Rio de Janeiro authorities  are not to be  tolerated at all, inasmuchas    they  set the worst example  of  a country   that defines itself as a democracy. We are not living  under a dictatorship any longer  and so  society should be  treated considerately  and should be free to express  their  own  opinions and ideas  and  struggle for their rights  without  fear of being  constrained by  the use of force,  in other words,   tear gas,  pepper spray, rubber shots, rough pushes and the like.
Now, I ask myself a question: can we reelect  politicians  who are accomplices of such   attempts against human  rights and  acts  of   violence? Not to   respect   one of the most leading professions, that of  teaching,   one of the tenets of the   development of a country, authorities are being  ungrateful  to   those who  have so much  contributed to  their  own  cultural  formation, by  getting them  rid of  mental  darkness, and by giving them     the dearest  and fundamental  tool of human  progress: knowledge.   Not to take into   due account     the  remarkable  figure  of the  teacher is a sad sign  of    a society  whose values are beginning to crumble away. Too bad!



Dá para acreditar, leitores? Educadores no Rio de Janeiro foram  machucados  por  policiais


                                                Cunha  e Silva Filho


Poucos  dias  atrás professores  do ensino fundamental em greve por  melhores  salários  e condições de trabalho foram  tratados com  tremenda  violência como se fossem  bandidos  perseguidos  pela polícia  no cen tro do Rio de Janeiro..
Era de se esperar,  o  Estado do Rio de Janeiro, em toda a sua  história, tem  o mais  autoritário  governo que os cariocas já tiveram 
O prefeito atual  do Rio de Janeiro, Eduardo Paiva,  assim como  os vereadores, foram  os principais  responsáveis  pelo confronto entre  professores e forças  policiais; o primeiro por não  ter feito nada para  impedir  o  combate desigual, o últimos  porque, na condição de  presidente  da Câmara Municipal,   sem dúvida  foi quem  chamou  a  polícia para  reprimir  os  manifestantes.
Por mais  de um mês professores  municipais e estaduais do ensino fundamental e médio entraram em greve  reivindicando melhores níveis  de salários que  pudessem ser justos e não da  forma que estão, de tal  maneira que   os professores  não podem se sustentar  com  tão baixos salários. Além disso,  não é   só isso,  o professores isso têm que enfrentar a violência dentro e fora  da escola, a criminalidade  nas imediações das  escolas,  o desrespeito dos  alunos que chega ao  ponto  de xingarem  seus professores ou  proferir-lhes  palavrões na sala de  aula.
Por outro lado,  a sociedade tem visto  os  mestres  como  pessoas   sem  prestígio,  às vezes  servindo  como   assunto de chacota  no que respeita  a sua carreira, uma carreira  amiúde sendo  motivo  de tema  humorístico  em programas de televisão.
               Naturalmente, os baixos salários  dos  professores  se tornaram um problema  crônico que remonta  há longos anos na história do ensino  público  do Rio de Janeiro e de outras cidades  brasileiras.
Greves sem conta  se tornaram  parte da história  das escolas públicas brasileiras. A maior parte dos  alunos  destas escolas  vêm de classes mais baixas ou de famílias  pobres. A classe média  tem  condições  de colocar  seus  filhos  nas escolas  particulares e os estudantes  ricos  frequentam    escolas de alto  padrão  que  cobram  mensalidades   altíssimas  impensáveis  para  a média dos estudantes  brasileiros.
Todavia,  voltando  ao  tema principal deste artigo,   o mencionado  confron to  começou quando  professores  invadiram  a Câmara Municipal  do Rio de Janeiro,   Lá permaneceram  alguns dias na parte principal  do edifício,  a Sala do Plenário. Do lado de foram,   um grupo menor de professores  armou barracas de onde poderiam   acompanhar  o desdobramento  da situação  pendente, i.e.,   a data de votação  dos vereadores  para a aprovação  do  aumento salarial  proposto pelo  prefeito..O fato  é que  a proposta de aumento salarial do prefeito não foi aquele proposto  pelo  Sindicato dos Professores, mas o que  prevaleceu foi  a proposta   do prefeito e tal fato  acarretou indignação  e por último  o atrito  com as forças policiais.  Como se pode ver,  a votação do aumento  salarial deu-se unilateralmente e os vereadores  da   oposição, em minoria,   decidiram  deixar o Plenário   indignados  com o  resultado  favorável  ao prefeito. 
Assim sendo,  penso que  o  governo  deveria  ser  responsabilizado  por estas  truculências, e bem assim  o  prefeito e os vereadores. Pior,  o que  ocorreu  no Rio de Janeiro a respeito dos professores pode ser  entendido  como  uma   ruptura    dos direitos humanos que  devem ser tratados  pelo  poder judiciário e  por todas  as instituições  cujo  objetivo  é defender  pessoas  contra o abuso  de autoridade tanto  do  governo estadual   quanto da Prefeitura  do Rio de Janeiro. No que  concerne  ao  excesso  de violência  e covardia   praticados  por alguns membros da polícia,   os maus  policiais envolvidos  em agressões  e  ações  ilícitas contra os manifestantes,  até mesmo  forjando  flagrantes  incriminando   pessoas inocentes, deveriam ser  rigorosamente   indiciados  pela   polícia civil e militar,  e cuidadosamente   investigados  pela Promotoria  Pública.
Essas ações  da parte  das autoridades   do Rio de Janeiro não se podem  tolerar,  visto que  dão  o  pior exemplo de um  país que se define  como   sendo uma democracia. Não mais  estamos  vivendo  sob  regime  discricionário e,  por isso,  a sociedade deveria  ser tratada   com consideração e  deveria  ser  livre para  expressar suas opiniões  e ideias, lutando  pelos seus direitos  sem  o temor  de ser   reprimida  pelo emprego da  força, em outras palavras,   gás  lacrimogêneo, tiros de borracha, empurrões e  outras coisas do gênero.

Agora, me pergunto? Pode-se  reeleger  políticos que são cúmplices desses     atentados contra os direitos  humanos e de  ações  violentas? Ao não respeitarem  uma das mais  lídimas  e importantes    profissões,  a do  magistério, um dos pilares ao desenvolvimento  de um país,  as autoridades   estão sendo ingratas   com  quem    lhes  propiciou as condições  de se livrarem  da escuridão  mental e  lhes dando o  instrumento   mais caro  e essencial   ao progresso  humano: o conhecimento. Se não se leva em alta  conta a notável  figura do  professor, é um mau sinal  para  uma sociedade  cujos valores  começam a pulverizar-se. Que  pena!