quarta-feira, 1 de maio de 2013

Tradução de um poema de Stéphane Mallarmé (1842-1898)




Soupir



Mon âme vers ton front où, ô calme soeur,
Un automne jonché de taches de rousseur,
Et vers le ciel errant de ton oeil angélique
Monte, comme dans un  jardin mélancolique,
Fidèle, um blanc  jet d’eau soupire vers l’Azur!
-- Vers l’Azur attendri d’Octobre pâle et pur
Qui mire aux grands basins sa languer infinie
Et laisse, sur l’eau où la fauve agonie
Des feuilles erre au vent, et creuse un froid silon,
Se trainer le soleil d’un long rayon.




                          Suspiro



Volta-se minh’alma pra tua fonte, onde sonha, ó serena irmã,
De manchas de sardas um outono juncado,
Rumo ao céu errante de teu olhar  angélico,
Se ergue, qual um jardim melancólico,
Fiel, suspirando num branco jato d'água rumo ao Azul!
-- Rumo ao Azul de pálido e puro mitigado Outubro
Apontando às grandes bacias o infinito langor,
Deixando, por cima d'água morta onde a agonia ruiva
Ao vento das folhas vaga, cavando  um frio sulco,
Arrastar-se com um longo raio o amarelo sol.



                                                                            (Trad. de Cunha e Silva Filho)

2 comentários:

  1. magnífico poema, excelente tradução

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  2. Meu estimado Rogel:

    Não imagina você, que é um escritor de múltiplos talentos, estimado por gente que lhe quer bem, como o professor Cláudio Leitão, e por tanta gente de valor, quaunto me faz bem ao espírito e aos sofrimentos ítimos da minh'alma, as palvras estimulantes suas. Desde adolescente, manifestei uma tendência inabalável, a de escrever sobre livros e a de aprender línguas, que venho estudando com paciência até os dias de hoje.
    A tradução para o francês m e dá muito mais trablaho do que a do ingl~es, língua que domino mais em todos os aspectos; o francês aprendi, primeiro, com meu pai, mas era aprendizado mais de leitura e de tradução, seguindo aquele velho método de tradução tão desprezado hoje pelos estudos modernos de linguística. O espanho , também, está na minha mira de traduzir. É uma língua que me fascina pela sonoidade. Estou dando os primeiros passos no italiano e darei também no alemão se a saúde e o tempo me permitirem. Estou retomando os meus estudos de latim. Do grego ficaram apenas uns leves rudmimentos dos semestres que fiz na Faculdade de Letras da UFRJ, n a Avenida Chile. velhos tempo! Os ois emestres não foram nada bons, pois as aulas eram atropeladas pela pressa de dar muito em pouco tempo, o que significa quase nada aproveitar do "muito."
    Mando-lhe um efusivoa abraço.

    Cun ha e Silva Filho

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