sábado, 19 de fevereiro de 2011

Um poema de Felicia Hemans (1793-1835)*

Where is the sea?

Where is the sea? – I languish here
Where is my own blue sea?
With all its barks in fleet career,
And flags, and breezes free.

I miss that voice of waves which first
Awoke my childhood’s glee;
The measured chime – the thundering burst –
Where is my own blue sea?

I hear the shepherd’s mountain flute –
I hear the whispering tree; -
The echoes of my soul are mute; -
Where is my own blue sea?

Oh! rich your Myrtle’s breath may rise,
Soft, soft your winds may be;
Yet my sick heart within me dies –
Where is my own blue sea?

* Poeta inglesa, muito popular em seu tempo.


O mar, pra onde foi?

O mar, pra onde foi? – me despedindo, aqui estou
O meu mar azul, pra onde foi?
Com todos os seus barcos, velozes, singrando
Com suas livres brisas e bandeiras.

Saudades daquela voz de ondas, a primeira que
Da minha infância alegria despertou;
Do toque do sino a hora certa – do trovejar súbito –
Meu mar azul, pra onde foi?

Na serra do pastor um som de flauta ouço –
Da árvore o murmúrio ouço; -
De minha alma, emudecidos, os ecos –
Meu mar azul, pra onde foi?

Oh! Por mais profunda que seja a tua Murta,
Por mais suave e suave que teus ventos sejam,
Em mim, o coração enfermo de bater cessou –
Meu mar azul, pra onde foi?

(Tradução de Cunha e Silva Filho)

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