terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Por um Brasil melhor

Por uma Brasil melhor

Cunha e Silva Filho


Não há coração que aguente. Por todos os lados, nos bombardeiam com notícias que nos amedrontam, que nos deixam indignados e que ainda,, na mistura de suas diferenças, se tornam uma ópera-bufa dando-nos, ainda de lambujem, um retrato surreal do país.
Onde é que um Presidente da República assina um pacote de medidas de alto alcance social sem primeiro ler o texto? Onde uma filha desarvorada combina com o namorado bandido para que este assalte a mãe dela? Onde pessoas andando pelas ruas do subúrbio de repente recebem balas perdidas e naquele instante morrem estupidamente?
Onde clínicas, sem médicos especializados para certas cirurgias, realizam operações que levam a mortes desnecessárias? Onde um governador, colhido em flagrante de recebimento de polpudas propinas de fornecedores privados ainda continua impune, por cúmulo, ainda determina que sua polícia militar agrida manifestantes que clamam por justiça e honestidade no trato do dinheiro público? Onde assecla do mesmo governo, apanhado colocando maços de notas nos bolsos do paletó, nas meias e, dias depois, reassume a presidência da Assembleia Legislativa do Distrito Federal? Onde governadores de estados brasileiros assolados pelas inundações não se apresentam logo em pessoa a fm de determinar urgentes providências para atender às populações que perderam suas casas, seus bens, seus pertences?
Onde governadores e secretários, aproveitando-se dos seus cargos, gastam rios de dinheiro com passagens e hospedagens luxuosas no exterior, ao mesmo tempo em que em seus estados faltam sistemas de saúde adequados, policiamento mais eficaz, educação pública de qualidade e salários dignos a seus funcionários, como médicos, professores, enfermeiros etc.?
Leitores, não é possível que tanta gente morra assassinada em nosso país, que tanta gente seja assaltada diariamente, em todos os lugares, em todos os bairros, em todos os cantos do país. De há muito a vida se tornou um traste, algo sem importância. “Morreu?’ “Enterre-se.”
Os malfeitores de todas os tipos nem se lixam pelo mal que fazem. Sabem que ficarão impunes na maioria das vezes. Se matam no trânsito, o caso na delegacia se resolve. Paga-se fiança e o criminoso do trânsito volta para casa , quem sabe, até rindo da justiça brasileira.
Diversos escândalos financeiros que deram prejuízos irrecuperáveis à Nação brasileira não colocaram seus culpados na cadeia, uma vez que esta é lugar mais para os pobres e pretos.
Se não houver mudanças em vários setores das instituições do Estado brasileiro, a começar dos três poderes, da moralização política, do endurecimento das leis contra assassinos de crimes hediondos e contra criminosos do trânsito, contra maus políticos e maus governantes, da mais baixa função até a mais alta, a sociedade brasileira será forçada a criar e inventar seus próprios meios para que a mudança geral se torne uma realidade e nosso país possa ser considerado uma Nação séria.
Temos tudo a nosso alcance. O país dispõe de avançada tecnologia, a ciência em muitos ramos está avançada, temos um quadro de professores universitários de bom e ótimo nível. Nossos meios de comunicação estão em sintonia com o mundo inteiro . Temos uma juventude que aspira a viver num país com mais justiça, com uma política moralizada e com um propósito de levar a nossa pátria a um lugar invejável diante de outros países. Não queremos ser hegemônicos, nem imperialistas, nem senhores do universo.
Queremos viver numa pátria sadia, pacífica, com pessoas de bem, com crianças felizes e protegidas, com velhos respeitados, com mulheres emancipadas e com direitos iguais aos dos homens, com uma sociedade que saiba respeitar as diferenças individuais, sem preconceitos de qualquer espécie, sem hipocrisia, sem máscaras.
O de que carecemos urgentemente é ética, sinceridade nos homens que nos dirigem, espírito de conciliação e o entendimento de que só atingiremos metas prioritárias se purificarmos esse país de seculares chagas que persistem nos diversos setores de nossas instituições: corrupção, cinismo, desrespeito às leis, ao direito do próximo e ausência do velho sentimento de civismo pregado por brasileiros que souberam honrar os destinos do país. Em outras palavras, não precisamos de mitos com pé de barro, nem de líderes messiânicos. Precisamos de homens honrados, competentes e que tenham amor ao Brasil.

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