Cunha e Silva Filho
Dois momentos, um epifânico, o outro anti.
O EPIFÂNICO. Ano de 2018. Caminhada no Maracanã. Manhã de domingo, com sol
esmaecido. Muita gente. Cooper, ciclismo
e turismo. De repente, numa bicicleta,um, moço risonho se aproxima de mim
e diz: Oi, professor, como está? Parei a minha caminhada por alguns segundos e lhe respondi: tudo bem. E você?!Muito bem, mestre. Ainda está na Aeronáutica?, lhe perguntei. Não, deixei. Hoje, estou no Corpo de Bombeiros. Não
lhe perguntei pela patente. Mas, sei que
é oficial superior. Foi aluno meu de língua inglesa numa instituição militar federal. Menino bom.Nos despedimos
desejando mutuamente sucessos e saúde. Era um aluno que me respeitava
e estimava as minhas aulas. Momento revelador o nosso encontro.
O ANTI. Anos 1970. Na sala de aula de um curso de preparação ao Artigo 99 e a exames vestibulares.
O jovem professor de inglês e português de vinte e poucos anos dá uma aula de inglês.
A turma é enorme. Um pouco de barulho.
De repente, um aluno com cara de oriental me pergunta: O senhor é professor de inglês? Sim. Por quê? Não me respondeu. Momento disfórico. Sem elogios nem despedidas.
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