CUNHA E SILVA FILHO
O absurdo, leitor, é a gente saber que o Sr.
Presidente da Câmara Federal, Rodrigo Maia, junto com outros parlamentares estão fazendo uma tour
por alguns países gastando inutilmente o dinheiro
do povo brasileiro em hotéis luxuosos e com diárias vultosas. Ninguém é idiota para acreditar
que não estejam fazendo meramente turismo depois de votarem, a preço de emendas e outros benefícios concedidos
generosamente aos deputados que votaram
a favor do Presidente
da República na segunda denúncia
contra ele. Enquanto isso, o Estado do Rio de Janeiro vive os piores
dias de violência sem
limites que já ceifaram mais de uma centena de policiais e de civis
vítimas de balas perdidas. Esta seguência de homicídios estarrece até os
corações mais empedernidos. A situação
é caótica e se espalha por todo o estado fluminense. Até Niterói que, durante
muito tempo, era uma cidade
calma e praticamente sem
violência, hoje se alinha
entre o resto dos municípios do Rio de Janeiro infestado
por bandidos fortemente armados.
Já é mais do que hora de o governo federal intervir corajosamente nesse mar
de desordem social
provocado pela alta
violência no Rio de Janeiro. As lágrimas das mães de policiais
assassinados e de mães de vítimas de assaltos e de balas perdidas continuam sendo vertidas
diante do estado de impotência a que os moradores do Rio
estamos relegados. Estamos
assustados até as entranhas.
Não estamos fazendo sensacionalismo irresponsável ou
agindo como faz a imprensa marrom. Os próprios
porta-vozes dos órgãos de segurança do
Rio de Janeiro estão
repetidamente ratificando o que
aqui expomos com o único propósito de
contribuir para a diminuição da
violência, como cidadão brasileiro que sou e que há tempos vem escrevendo sobre o mesmo assunto de uma novela trágica
que se assemelha a uma guerra
urbana e se aproxima de alguns
traços de guerra civil entre bandidos e bandidos e de bandidos
contra policiais civis e militares.
Não
é possível que os homens dignos deste
país que exerçam
funções de alta relevância
no Estado Brasileiro nada
façam contra o estado
de gravíssima ameaça que
atravessa o Rio de Janeiro – estado, de
resto, que, a despeito de ser
atacado pelo mal tentacular da
violência, ainda se defronta com as finanças arruinadas por facínoras que exerciam
altos cargos nos dois mandatos do governo Cabral, sendo este preso
por múltiplos crimes contra
as finanças do Rio de Janeiro que provocarem
sofrimento, dor,
fome e desgraça material
e psicológica no seio dos funcionários estaduais, os quais ainda
vivem às voltas com o atraso de seus salários e sem
perspectiva de um luz no túnel.
O que as Forças Armadas têm feito
foi oportuno, mas está longe de
preencher as lacunas de medidas
gerais (não pontuais) a fim de
estrangular os focos de vendas de drogas e de
uso de armamento pesado que chegam às mãos dos marginais
com facilidade e em quantidade assustadora
causando espécie
a quem observa atentamente o desenrolar dessa
selvageria e derramamento de
sangue no Rio de Janeiro.
Diante desse quadro abominável
por que passa os habitantes do estado fluminense, sobretudo na
capital, urge uma
intervenção federal imediata, doa
a quem doer, tanto
no governo do Sr. Pezão
quanto no comando geral
da Polícia Militar, a qual
não está dando conta dos
urgentíssimos problemas que se colocam
diante de vulnerabilidade da sociedade civil.
Não me venham com teorias
acadêmicas e ineficientes, além de abstrusas
à compreensão do cidadão comum a fim de
resolvermos a deplorável
situação que se nos apresenta. Precisamos é de
ações afirmativas, sem
subjetividades nem justificativas atinentes
a condições sociais e de
direitos humanos. Sejamos
realistas. Para isso, temos já algumas leis
que, se aplicadas com rigor, muito agregarão
ao abrandamento da atual
situação anômala com que convivemos num salve-se quem puder e à base da lei da
sorte, de não estarmos no lugar e hora errados para que uma atrocidade possa
ocorrer. Ninguém, nem os habitantes
das favelas, nem a classe média, nem a
classe média alta, nem as elites
econômicas, nem as
autoridades estarão imunes
a essa violência crescente e sem
peias.
Por isso,
só vejo, pelo menos, duas
saídas para essa crise inominável. Primeira, o governo federal deve
de imediato traçar a composição de uma força-tarefa que possa
estancar todos as possibilidades de
entrada de armamentos e drogas em nossas fronteiras terrestres,
marítimas e aéreas. Já que não
nos encontramos em guerra contra país algum, as
Forças Armadas, com todo o seu conhecimento
e inteligência, além de armamento
pesado, logística, estratégias bélicas,
bem pode, sem abdicar de suas funções básicas,
travar uma guerra sem trégua contra
a bandidagem que nos vende armas e
munições clandestinas além de
drogas. Ao estancar todos esses pontos prováveis e improváveis, em que
armamentos e munições possam
penetrar em solo brasileiro, as Forças Armadas, a Polícia Federal, a Polícia Rodoviária Federal, em trabalho
conjunto e com o apoio também das polícias
militares e civis de todo o
território nacional, sem dúvida
resolverão
significativamente os males da
violência e das drogas ainda hoje em plena
expansão pelo país afora.
Segunda saída: livrar os morros
e os asfalto do tráfico de drogas
e de armas seria um passo decisivo, inclusive, prender o consumidor de drogas pego em flagrante nas
bocas de fumo. Neste caso, que se faça valer a lei que proíbe a venda e o uso de drogas. Outra
possibilidade, caso seja recalcitrante,
que o usuário seja encaminhado a tratamentos
do vício.
Por outro lado, essas sugestões que
apresento só teriam maior eficácia
com outras medidas paralelas tomadas
pelos órgãos de segurança: a fiscalização por agentes policiais
de alta competência e seriedade em
suas funções e bem remunerados Eles seriam
pessoas-chave a fim de
verificar o mau comportamento de policiais, a chamada banda podre, tanto da polícia civil quanto militar. Da mesma forma, seria preciso que valorizássemos
as polícias civis e militares com bons salários e constituída de
homens bem trenados,
com boa escolaridade e com condições
materiais e humanas d para exercerem suas funções e ganhar o respeito da sociedade. Sem uma polícia
respeitada pela comunidade em geral,
não teremos chance de melhorar a violência
no país.
É obvio que tudo isso exige grandes aportes financeiros dos Estados brasileiros. O Erário Público tem
dinheiro e só não o utiliza corretamente
porque as políticas públicas
andam erradas e andam erradas porque
a estrutura política está carcomida,
degenerada e perdeu o total respeito
do cidadão brasileiro.
Repito: o
Rio de Janeiro não pode esperar
para ver sua degradação
absoluta e irreversível. A
atual conjuntura nada tem mais a oferecer senão
a indiferença com que tem tratado
os mais graves problemas de que
um Estado brasileiro poderia
ser vítima por duas razões principais: a) porque governos do PMDB e aliados, em três mandatos ( o Sr Pezão é o
continuísmo da tragédia
provocada por Cabral e seus asseclas),
quebraram sem piedade com rapinagem
as finanças públicas do Rio de
Janeiro; b) porque o governo
federal ainda se mostra indiferente com a sorte dos que moram e escolheram
morar no Rio de Janeiro – hoje palco de uma tragédia shakespeariana. E
essa indiferença do governo federal tem
causas de natureza político-partidária, o que, em última análise, configuraria
mais um ação irresponsável
dos homens em Brasília.
Excelente texto!!! Concordo cem por cento com articulista. A indiferença política, além de pusilânime, é contagiante.
ResponderExcluirVerdade, meu caro advogado e amigo, Dr. Benhur. Escrevi sobre o assunto vários artigos, dei sugestões, mostrei algumas vias que poderiam até ser aproveitadas pelas nossas autoridades, hoje, mais do que nunca, indiferentes ao que seria bom para combater a violência verdadeira epidemia alastrada pelo país afora e sobretudo no Rio de Janeiro e São Paulo.O povo sofre, mas não tem voz ativa porque também n
ResponderExcluirão têm consciência do próprio perigo e dos verdadeiros responsáveis por essas desgraças sociais.
Correção do comentário acima: digo: "... não tem consciência do próprio perigo..."
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