segunda-feira, 30 de outubro de 2017

INTERVENÇÃO NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO JÁ!






                                                      CUNHA E SILVA FILHO


        O absurdo, leitor,  é a gente saber que   o Sr. Presidente da Câmara Federal, Rodrigo Maia,  junto com outros parlamentares estão fazendo   uma tour por alguns países gastando  inutilmente  o dinheiro  do povo brasileiro  em hotéis  luxuosos e  com diárias vultosas. Ninguém é idiota   para acreditar que  não estejam  fazendo meramente turismo  depois de votarem, a preço de  emendas  e outros    benefícios  concedidos  generosamente  aos deputados  que votaram  a favor  do   Presidente da República na  segunda  denúncia  contra ele. Enquanto isso, o Estado do Rio de Janeiro vive os  piores  dias de  violência sem limites  que já ceifaram  mais de uma centena de policiais  e de civis  vítimas de balas perdidas. Esta seguência de homicídios estarrece até os corações mais   empedernidos. A situação é caótica e se  espalha por  todo o estado fluminense. Até Niterói que,  durante  muito tempo,  era uma cidade calma   e praticamente  sem  violência, hoje  se alinha entre  o resto dos municípios  do Rio de Janeiro    infestado  por  bandidos  fortemente armados.
       Já é mais do que  hora de o governo federal  intervir corajosamente  nesse mar  de  desordem  social  provocado  pela alta violência  no Rio de Janeiro.  As lágrimas das mães  de policiais  assassinados e de mães de vítimas de assaltos e  de balas perdidas  continuam  sendo vertidas  diante  do estado de  impotência a que os moradores  do Rio  estamos    relegados. Estamos assustados até as entranhas.
    Não estamos  fazendo sensacionalismo irresponsável ou agindo como   faz a imprensa marrom. Os próprios porta-vozes dos órgãos de segurança   do Rio  de Janeiro   estão  repetidamente   ratificando   o que   aqui expomos   com o único   propósito de  contribuir para a diminuição  da violência, como cidadão   brasileiro  que  sou e que há tempos vem escrevendo  sobre o mesmo assunto de uma novela   trágica   que se assemelha a uma guerra  urbana  e se aproxima de alguns traços de guerra civil entre bandidos e bandidos e  de  bandidos  contra policiais  civis e militares.
       Não é possível que  os homens dignos deste país  que   exerçam  funções  de alta  relevância  no Estado  Brasileiro  nada  façam  contra   o estado   de gravíssima  ameaça que atravessa  o Rio de Janeiro – estado, de resto,  que,  a despeito de  ser  atacado pelo mal  tentacular   da  violência,  ainda    se defronta com   as finanças arruinadas por facínoras   que exerciam  altos cargos nos dois mandatos do governo  Cabral, sendo este  preso  por  múltiplos crimes  contra  as finanças do Rio de Janeiro que    provocarem   sofrimento,  dor,  fome  e desgraça  material  e  psicológica  no seio dos funcionários   estaduais, os quais  ainda  vivem  às voltas com  o atraso de seus salários e sem perspectiva  de um  luz no túnel.
       O que as Forças Armadas  têm feito  foi oportuno, mas está longe de   preencher  as lacunas   de medidas  gerais  (não pontuais)  a fim de   estrangular   os focos  de vendas de drogas  e  de uso  de armamento  pesado que chegam às mãos dos  marginais  com facilidade  e em quantidade assustadora  causando  espécie  a quem  observa atentamente  o desenrolar  dessa  selvageria   e derramamento de sangue  no Rio de Janeiro.
    Diante desse quadro   abominável  por que passa  os habitantes   do estado fluminense, sobretudo na capital,   urge  uma  intervenção federal  imediata, doa a quem  doer,  tanto  no governo   do Sr. Pezão quanto  no comando  geral  da Polícia  Militar,  a qual  não está dando  conta  dos  urgentíssimos problemas que se colocam   diante de vulnerabilidade  da sociedade  civil.
     Não me venham com  teorias   acadêmicas   e  ineficientes, além de  abstrusas  à compreensão do cidadão comum a fim de   resolvermos  a deplorável situação   que se nos apresenta. Precisamos  é de  ações afirmativas,   sem subjetividades  nem  justificativas  atinentes  a condições  sociais  e de  direitos  humanos. Sejamos realistas. Para isso, temos já algumas leis  que, se aplicadas com rigor, muito  agregarão  ao abrandamento  da atual situação  anômala  com que convivemos  num salve-se quem puder e à base da lei da sorte, de não  estarmos no lugar e hora errados  para  que uma atrocidade  possa   ocorrer. Ninguém, nem os  habitantes das favelas, nem  a classe média, nem a classe média alta,  nem  as elites  econômicas, nem  as autoridades  estarão  imunes  a essa violência  crescente  e sem  peias.
     Por isso,  só  vejo, pelo menos,   duas saídas para essa crise  inominável. Primeira,   o governo federal  deve  de imediato  traçar  a composição de  uma força-tarefa  que possa  estancar  todos as possibilidades de entrada de  armamentos e drogas em  nossas fronteiras  terrestres,  marítimas e aéreas. Já que não nos encontramos  em guerra contra país algum,   as Forças Armadas,  com todo o seu   conhecimento  e inteligência, além de armamento  pesado, logística,  estratégias bélicas,   bem pode,  sem abdicar de suas funções  básicas,  travar uma guerra sem trégua contra  a bandidagem  que nos vende armas e munições  clandestinas além de drogas.  Ao estancar  todos esses pontos prováveis e improváveis,  em que   armamentos e munições possam  penetrar em solo brasileiro,   as  Forças Armadas, a Polícia Federal,  a Polícia    Rodoviária Federal,  em trabalho  conjunto  e com  o apoio também  das polícias   militares e civis  de todo o território nacional, sem dúvida  resolverão  significativamente  os males da violência  e das drogas ainda hoje em plena expansão  pelo país afora.
     Segunda saída: livrar  os morros  e os asfalto  do tráfico de drogas e de armas seria um passo   decisivo, inclusive,   prender  o consumidor de drogas pego em flagrante nas bocas de fumo. Neste caso, que se faça valer a lei que  proíbe  a venda e o uso de drogas. Outra possibilidade,  caso seja recalcitrante, que o usuário   seja encaminhado  a tratamentos  do vício.
     Por outro lado,  essas sugestões  que  apresento só teriam maior eficácia   com outras medidas paralelas  tomadas  pelos órgãos de segurança: a fiscalização  por agentes  policiais   de alta competência  e seriedade   em suas funções e bem remunerados Eles seriam  pessoas-chave   a fim  de  verificar   o  mau comportamento  de policiais, a chamada banda podre,  tanto da polícia civil quanto  militar. Da mesma forma,   seria preciso que  valorizássemos as polícias civis e militares  com  bons salários e constituída  de  homens  bem  trenados,  com boa escolaridade e com condições  materiais  e humanas  d para exercerem  suas funções e ganhar o  respeito da sociedade. Sem uma  polícia  respeitada pela comunidade em geral,   não teremos    chance de  melhorar   a violência  no país.
      É obvio que tudo isso  exige grandes  aportes financeiros dos Estados  brasileiros. O Erário  Público tem  dinheiro e só não  o utiliza  corretamente  porque  as políticas  públicas  andam  erradas e andam erradas  porque  a estrutura  política está   carcomida,   degenerada e  perdeu  o  total  respeito  do cidadão  brasileiro.
      Repito: o  Rio de Janeiro  não pode  esperar  para ver  sua   degradação  absoluta  e irreversível. A atual  conjuntura  nada tem mais a oferecer  senão  a indiferença com que tem tratado  os mais  graves  problemas  de que  um  Estado brasileiro  poderia  ser vítima por duas razões principais: a) porque  governos   do PMDB e aliados,  em três mandatos ( o Sr Pezão é o continuísmo  da  tragédia  provocada por Cabral e seus asseclas),  quebraram  sem piedade  com rapinagem  as finanças  públicas do Rio de Janeiro; b) porque  o governo federal  ainda se mostra  indiferente com a sorte    dos que moram  e escolheram  morar   no Rio de Janeiro –  hoje palco de uma tragédia shakespeariana. E essa indiferença do governo  federal  tem  causas  de natureza  político-partidária, o que, em última análise,  configuraria  mais  um ação  irresponsável  dos homens  em  Brasília.

      

3 comentários:

  1. Excelente texto!!! Concordo cem por cento com articulista. A indiferença política, além de pusilânime, é contagiante.

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  2. Verdade, meu caro advogado e amigo, Dr. Benhur. Escrevi sobre o assunto vários artigos, dei sugestões, mostrei algumas vias que poderiam até ser aproveitadas pelas nossas autoridades, hoje, mais do que nunca, indiferentes ao que seria bom para combater a violência verdadeira epidemia alastrada pelo país afora e sobretudo no Rio de Janeiro e São Paulo.O povo sofre, mas não tem voz ativa porque também n
    ão têm consciência do próprio perigo e dos verdadeiros responsáveis por essas desgraças sociais.

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  3. Correção do comentário acima: digo: "... não tem consciência do próprio perigo..."

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