sexta-feira, 7 de março de 2014

Salada mista






                                   Cunha e Silva Filho




1.. Crimeia:  A Crimeia faz parte da Ucrânia, com  um povo  de maioria  russa e que, ao que parece,  deseja  ficar pró-Rússia. Mas há uma pedra no meio do caminho, a Península  autônoma é também constituída de tártaros muçulmanos,  contrários à Rússia. Aí vem, a Rússia disfarçada em  soldados milicianos  e toma conta do aeroporto,  invade o Parlamento e  dá as ordens. A barafunda  se instalou. Qual vai ser o outcome de tudo isso? Estranho mundo  de irmão  divididos e com  visões do mundo e da política diferentes. Quem vai  entender  esse Planeta  terra? O fato de Putin  anexar a Crimeia na marra é ato de força e  truculência  política. Não estamos mais nos tempos  de Stálin et caterva  de outros  poderosos  russos que tiveram  suas estátuas  derrubadas  pelos ucranianos nas sangrentas  manifestações  já ocorridas  recentmenete em Kiev.

2 Tio  Sam: John  Kerry me parece um  Secretário  de Estado  sério e competente. Talvez ainda seja  Presidente dos  ianques. Obama  soube  bem escolhê-lo para o cargo e tudo leva a crer  que  Os EUA não  podem se calar  diante das  ameaças   russas(soviéticas?) nem   temer Putin, a não ser em luta  corporal, porque, se não me engano,   Putin  é  atleta   de  lutas  marciais, ou não ?  O certo é que neste imbróglio todo há um  fato  decisivo  entre as nações  envolvidas e os organismos que as representam:  o econômico,  o gás vendido para a Europa pelos russos. Tudo, hoje no mundo,  se resume nas conclusões e desfechos  monetários, traduzido-se – no dinheiro,  no euro, no  dólar -  o mais poderosos  fetiches da Pós-Modenridade.


3..  Venezuela: Com manifestações, sobretudo de estudante,  os venezuelanos  desejam  reformas urgentes e até a cabeça do  Presidente, aquele altão bigodudo  que  substituiu o  Hugo Chávez, considerado  por alguns  nacionais como  herói da nação .O certo  é que Caracas se tornou uma das mais violentas  cidades do mundo e seu  povo, assim como de todo o país,   enfrenta  problemas  de  abastecimento de alimentos e inflação  tentacular, caos  político,  mortes  de civis  , segundo  diz a imprensa internacional,  provocadas  por forças do governo  federal. No meio de tudo isso,  o país tem  muito  petróleo e um  povo dividido, mais uma divisão entre  irmãos  patrícios.

4.  Brasil:  Ora bolas(sem trocadilho com a  Copa), no    Brasil,  aqui a coisa está feia: os mensaleiros, ao que tudo indica,  não estão rigorosamente  presos; um   teatro se instalou nos bastidores  dos poderes  da lei e das togas. Em votações pr-s e contras há sempre uns gatos pingados que são contra a prisão, a comutação  e até a liberdade  plena, livre de quaiquer máculas  morais e  pecuniárias. Um  distinto  jornalista da velha guarda, ontem, em entrevista na televisão,  afirmou que, num pleito à Presidência  da República,  Dilma  pode  conquistar um segundo mandato. Contudo, se alguma coisa der  errado,  Lula  entra em cena,  em estilo  apoteótico  de populismo  sul-americano, e  pleiteia  mais uma mandato. 
O jornalista  assegura : “É imbatíve!”. Realmente,  Lula é o sujeito que mais teve sorte na política brasileira contemporânea. Além de ter-se tornado  Doutor Honoris  Causa de várias universidade  importantes do mundo,  tem bastante   gás político-eleitoral-empático  para abiscoitar um terceiro mandato,   completando um círculo  sem precedente na História  brasileira,,  ou seja,   vinte anos de petismo, ou lulismo,  como quiserem.
Lula, diante dos  candidatos como Eduardo Campos,  Marina,  Aécio Neves ou outro que venha  se enfileirar  na  disputa  presidencial,  se agiganta e tudo isso  porque, no país,  não surgiram, nos últimos anos,   grandes  lideranças  de  elevada  estatura moral,  competência  política e, o que muito vale para a vitória  política de um candidato,  de  magnetismo,  sebastianismo,  populismo  inteligente e manha, jogo de cintura e boa  malandragem, espírito  piucaresco. Onde se há de encontra  um homem que reúna assim tantos atributos  para se  ombrear  com o Lula  e vencer o político  brasileiro   que sempre negou  qualquer   envolvimento  no  famigerado  Mensalão meio pizza.. Só não convenceu  alguns  brasileiros e o brilhante, corajoso e saudoso   jornalista,  Fausto Wolff.
 Lula é tão sortudo que até  sociólogos franceses ou americanos  o têm na conta (santa  ignorância dos scholars  estrangeiros) de esquerdista, quando, na verdade, não o é. Ele está mais  paras delícias  do capitalismo com todas as  facilidades e conforto  propiciados  por este  sistema de livre mercado. 
 Hoje ele e sua família  vivem bem e não mais comem  feijão  com arroz  ou  rapadura com farinha, ou   para ser mais  preciso, segundo  o próprio Lula  falou numa entrevista  pela televisão, acabaram-se os  ásperos dias de  trabalho na  ainda pacífica   urbe  paulistana,  quando  levava,  na marmita,  feijão  arroz e ovo,  que  ainda lembravam   os magros  tempos de  secura     nordestina.. Lula é o Milagre brasileiro (não confundir com o Milagre Econômico do Delfim Neto da ditadura   militar  de priscas eras)  do  populismo e de um  país .há séculos entregue  aos bruzundungas  aperfeiçoados  de  macunaíces.



AO PÉ DA PÁGINA

                                                     Cunha e Silva 

"Há democratas sinceros que admitem executivo forte, mas não autoritarismo, que traz os demais  poderes do Estado em subalternidade, como é exemplo  o executivo brasileiro, em que se vê o homem da papada, o gorducho  Delfim Neto, cantar de galo, falar mais alto  do que o Presidente da Republica no Palácio do Planalto. Os assessores do presidente Figueiredo tremem diante dele, como o ministro  Ueaki se tremia  diante de Geisel, Executivo forte, mas no bom sentido,  isto é, no sentido de moralizar a administração  pública e de punir no duro os ladrões da República, que são muitos em todo  o País, de afastar dos cargos os incompetentes, os corruptos e os inoperantes". Artigo “Executivo  Forte”(Jornal  Folha do Piauí, s.d., Teresina,PI)

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