sábado, 25 de fevereiro de 2012

O Brasil e o mundo em duas diferentes guerras








Cunha e Silva Filho


                      O que, leitor, se tem mais visto na mídia hoje no país em que vivemos a duras penas, apesar da alienação do carnaval, do futebol e das mulheres exuberantes que constituem enorme atração para o turismo internacional? A violência – esse o mais sangrento dos conflitos internos em nosso solo ensanguentada de covardia contra as crianças, os velhos os pobres, os aposentados, os que nunca serão voz enquanto não se alterar o sistema político, jurídico e parlamentar entre nós. São fatores decisivos para a reversão desse quadro de hostilidades um combate sem trégua contra a impunidade nos vários escalões em que ela se infiltra.

                    Os crimes de nossa pátria logo são esquecidos na media em que novos crimes se vão acumulado de tal sorte que, de tão numerosos e de tão por vezes similares, ao final, as autoridades mesmas se confundem, deixam para trás, e vão focar suas atenções num determinado novo crime que toma conta da atenção geral do povo. Desta maneira, os crimes passados são soterrados como as vítimas de desmoronamentos no país. Pouco afetarão a sensibilidade dos governantes que logo logo já aparecem nos camarotes regados a luxo e a bebidas importadas, com fartura de comida e de alegria de foliões nos sambódromos de sibaritas alegres e fagueiros como se costuma dizer.

                 Um país em que as leis dos costumes públicos não são respeitadas pela consciência esclarecida do povo, não pode se tornar uma grande nação e sim um simples projeto de nação irrealizável. Deixemos de ser macunaímicos, deixemos de ser bruzundangas, e vamos construir um país em bases sérias nos mais variados setores da sociedade e das nossas instituições tão derruídas moralmente. O que nos falece como nação é um sentimento entranhado de dose cavalar de utopia, entendendo esta como possibilidade de dinamizar situações sociais e melhorar o bem-estar da população. Não me pejo de ser chamado de ingênuo, idealista, sonhador. Se não fosse o sonho de Luther King, por exemplo, a condição racista norte-americana ainda estaria sob a ameaça dos inimigos dos negros nos EUA.

.              “I have a drream...” é ainda uma grande possibilidade para as mudanças não só no campo das igualdades raciais,nos diversos campos da vida e da civilização contemporânea .Do outro lado do mundo, no Oriente, sobretudo nos países árabes, a selvageria continua solta e impérvia. Sabemos que Gaddafi, Saddam Russein, Mubarak et caterva foram, como outros em tantas regiões do globo, foram inimigos da humanidade e, por isso, receberam o castigo merecido, obviamente se ressaltando que houve excessos e mesmo rupturas legais em relação ao tipo de punição que lhes foi infligida. Entretanto, um inimigo perigoso está à solta, na Síria, país dividido entre os que apoiam o ditador e os que se revoltam contra ele. Entretanto, não me parece tão complicado assim separar o joio do trigo, quando as notícias que nos chegam de lá apontam para a evidência de mortes de civis, de crianças, de velhos e para a destruição do patrimônio material do país. Hitler, o assassino de judeus, o aniquilador de tantos milhões de seres humanos, tinha também seus adeptos, seus simpatizantes, seus acólitos e os têm - para a tristeza do mundo contemporâneo! – até hoje. Vejam como o ser humano é tão difícil de entender nos recônditos de suas almas.

              A morte agora de uma jornalista americano, Marie Colvin, e de um fotógrafo francês, Remi Ochlik, na região de Homs, centro maior da oposição síria, que estavam cumprindo seus dever de ofício, é mais uma prova de desrespeito do ditador Bashar Al Assad sobre o que ele pensa do valor da vida . Seus crimes até agora praticados já são suficientes para que as nações responsáveis e democráticas, através das instâncias legais de que dispõem, a ONU, o seu Conselho de Segurança, e outros organismos que trabalham em defesa da paz mundial não mais se limitem apenas a retiradas de seus diplomatas da Síria nem apenas a expulsões de representantes desse país em suas nações.. Cumpre urgentemente agir com mais rigor, pelo lado econômico, pelo lado diplomático representado pela ONU. É urgente sobretudo porque diariamente estão massacrando os civis e inocentes em território sírio. As mortes são agora desmotivadas, são impelidas mais pelo ato selvagem e covarde em si mesmo, pelo uso indiscriminado da brutalidade pela brutalidade, nível de degenerescência humana sem limites nem freios.Não se chamaria a essas forças opressoras de Exército, instituição que, em países democráticas , são regidas pela Constituição.Este Exército de marionetes não passa de um bando de facínoras, desalmados e vendilhões de imposturas e de covardias monstruosas contra seus irmãos da mesma pátria dilacerada.

           Os EUA estão dando exemplo de certa leniência injusta para com a situação dos sírios. Ora, em período de ganhar votos ele não quer é se intrometer em mais um a intervenção militar que decerto lhe trará negativos dividendos políticos e eleitorais, fora as despesas bélicas de armamentos. Mas, numa situação de emergência como é a que está vivendo a sofrida Síria, que já se está tornando um caso de necessidade de ação humanitária contra populações indefesas sendo destruídas literalmente por um ditador insano, aos EUA cumpriria um papel digno dos seus bons tempos de heroísmo ( tempos que, em seu percurso, também não foram tão heróicos assim, diga-se a bem da verdade) durante a Segunda Guerra Mundial.

          Não estamos exigindo que os americanos cortem a cabeça do ditador, ou que Corte Penal Internacional de Haia o faça assim sumariamente. O que advogamos seria uma forma enérgica de forçar o ditador a deixar imediatamente o poder discricionário e, só depois, ser julgado exemplarmente por aquela Corte. Como criminoso e genocida.Que o mundo civilizado, apesar de todos os percalços da economia do Ocidente ajam de imediato em socorro de uma nação que está se esfacelando e sem defesas diante do déspota insensível como os gelos da Sibéria.



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