quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Um poema de Stéphane Mallarmé (1842-1898)

Cantique de Saint Jean


Le soleil que sa halte
Surnaturelle exalte
Aussitôt redescend
Incandescent

Je sens comme aux vertèbres
S’éployer des ténèbres
Toutes dans un frisson
A l’unisson

Et ma tête surgie
Solitaire vigie
Par les vols triomphaux
De cette faux

Comme rupture franche
Plutôt refoule ou tranche
Les anciens désacords
Avec le corps

Qu’elle de jeûnes ivre
S’opiniâtrre à suivre
Em quelque bond hagard
Son pur regard

Là-haut où la froidure
Solitaire n’endure
Que vous la surpassiez
Tous ô glaciers

Mais selon um bvaptême
Illuinée au même
Pricipe que m’élut
Penche um salut.

Cântico de São João


O sol que a altura
Sobrenatural exalta
Logo desce e volta
Incandescente

Sinto-me como se as vértebras
Se abrissem em trevas
Num calafrio
Único

Desponta a minha cabeça
Vigia solitária
Desta foice

Como ruptura transpõe
Antes reprime ou corta
Os antigos desacertos
Com o corpo

Que ela ébria de jejuns
Não ceda seguindo
Com algum salto insensato
Seu puro olhar

Lá nas alturas onde a friagem
Solitária não suporta
Que vós a ultrapasseis
Ó geleiras inteiras

Segundo, porém, um batismo
Iluminada pelo mesmo
Princípio que me escolheu
Se inclina numa saudação

(Poésies)

(Trad. de Cunha e Silva Filho)

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