segunda-feira, 11 de abril de 2011

Um poema de John Keats ( 1795-1821)

A thing of beauty



A thing of beauty is a joy for ever:
Its loveliness increases; it will never
Pass into nothingness; but still will keep
A bower quiet for us, an d a sleep
Full of sweet dreams and health, and quiet breathing.
Therefore, on every morning, are we wreathing
A flowery band to bind us to the earth,
Spite of despondence, of the in human dearth
Of noble natures, of the gloomy days,
Of all the unhealthy and o’ver darkened ways,
Made for our searching: yes, in spite of all,
Som e shape of beauty moves away the pall
From our dark spirits. Such the sun, the moon,
Trees old and young, sprouting a shady boon
For simples sheep; and such are daffodils
With the green world they live in; and clear rills
That for themselves a cooling covert make
‘Gainst the hot season: the mid forest brake
Rich with a sprinkling of fair musk-rose blooms:
And such too is the grandeur fo the dooms
We have imagined for the mighty dead;
All lovely tales that we have heard or read:
An endless fountains of immortal drink,
Pouring unto us from the heaven’s brink.


Um coisa bela

Uma alegria eterna uma coisa bela é:
Cresce o seu encanto; não se apagará nunca; porém manterá
De um abrigo para nós o sossego, e um sono
De doces sonhos e saúde repletos e de frescor tranquilo.
Em cada manhã, assim, um laço florido à terra nos prendendo
,A despeito de desânimos, da carência desumana
De temperamentos nobres, dos dias sombrios,
De todas as enfermidades e dos caminhos muito tristes,
Que se abrem melhor ao nosso conhecimento; sim, malgrado tudo,
Da mortalha nos afasta alguma forma de beleza.
De nossos ânimos sombrios. Por isso, é que o sol, a lua,
As árvores, antiga e novas, uma dádiva frondosa propiciam.
A humildes carneirinhos; e assim também são os narcisos
Junto ao mundo verde no qual vivem, e riachos cristalinos
Que um abrigo refrescante para si constroem
Para a estação quente: da floresta o âmago explode
Em profusão com uma aspersão em belas rosas almiscaradas:
E da mesma maneira se mostra a grandeza dos destinos
Que para os mortos notáveis imaginamos;
Todas as adoráveis histórias que ouvimos e lemos:
De bebida imortal uma fonte interminável
Da extremidade celeste sobre nós derramando-se.

(Tradução de Cunha e Silva Filho)

3 comentários:

  1. Prezado Cunha,

    Vejam só como são as coisas...
    Justamente na semana dessa sua postagem eu assisti o filme "Brilho de uma Paixão", película que trata exatamente de Keats em seus últimos quatro anos de vida.
    Após assistir o filme, comecei a pesquisar sobre o autor na internet e acabei chegando em seu blog. Serendipidade!?!
    Caso aprecie cinema, não deixe de assistir este título (já existe em DVD).

    No mais, achei muito inteligentes as "saídas" de sua tradução de Keats.

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  2. Estimado Roberto Kahlmeyer:

    Sim, gosto muito de cinema. Ando ultimamente meio caseiro. Preciso de ares. Verei se me ajusto à vida lá fora, sempre trepidante, sobretudo para um profesor aposentado. Estou querendo voltar a lecionar. Pelo menos, por uns três anos. Quando não se está na universidade, fica um pouco sem graça a vida literária para quem já vivenciou, como eu, o clima da dinâmica universitária. Preciso mesmo arranjar algum lugar que me queira, Estou pensando também numa outra alternativa: fazer um pós-doutorado.
    Irei ver o filme que me indicou, pelo que lhe agradeço a recomendação.
    Você sabe, Roberto, que, ainda lá no Piauí, de onde sou filho, precisamente na capital, Teresina, já tinha a propensão de traduzir. Só agora, muitos anos depois, retomo o antigo sonho. Sinto prazer em traduzir, sobretudo poesia inglesa, francesa.
    Quanto ao mais, lhe agradeço pelo comentário, vindo , como vem, de um jovem professor, ensaísta e estudioso de talento.
    Um abraço do

    Cunha e Silva Filho

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  3. Caro Cunha,

    Acho uma excelente ideia fazer um pós-doc, melhor do que dar aulas em uma universidade (com o nível que existe por aí das instituições particulares é de desanimar). Penso em fazer meu pós-doc no ano que vem. Quem sabe vc não se anima e faz o seu também!
    Tenho praticado amadoristicamente a tradução, mas planejo traduzir um livro de minha área (filosofia) dentro em breve. Para tanto, andei lendo o Paulo Rónai e o Geir Campos. O primeiro tem dois livros muito poveitosos sobre o tema: "Escola de tradutores" e "A tradução vivida". Imagino que já os conheça.

    Abraços
    Kahlmeyer

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