segunda-feira, 22 de julho de 2019

TRADUÇÃO DE UM POEMA DE MATTHEW ARNOLD 1822-1888)





                            Growing Old

 What is it to grow old?
Is it to lose the glory of the form,
The luster of the eye?
Is it for beauty to forego her wreath?
__Yes, but not this alone.

Ia it to feel our strength __
Not our bloom only, but our strength­ decay?
Is it to feel each limb
Grow stiffer every function less exact,
Each nerve more loosely strung?

Yes, this, and more; but not
Ah, ‘tis not  what in youth we dream ‘twould be!
‘Tis not to have our life
Mellowed and softened with sunset glow,
A golden day’s decline.

'Tis not to see the world
As from a height, with rapt prophetic eyes,
And heart profoundly stirred;
And weep and feel the  fullness of the past,
The tears that are no more.

It is to spend long days
And not  once  feel that we were ever young;
It  is to add immured
In the hot prison of the present, month
To month with weary pain.

It is to suffer this,
And feel but half ad feebly,  what we feel.
Deep in our  hidden heart
Fosters the dull remembrance of a change,
But no  emotion­­­­­­__none.

It is__ ­ last stage of all__
When we are freezing up  within, and quite
The phantom of ourselves,
To hear the world applaud the  hollow ghost
Which blamed the living man.

                  Envelhecer

Envelhecer o que é?
Seria a glória da forma  perdida,
Dos olhos o brilho?
Seria a perda do encanto de toda a beleza?
__, Sim,  não seria  só isso.

Seria sentir  nossa força__
Não nosso frescor apenas, mas de nossas forças o  decair.
Seria sentir  cada membro
Mais duro  e  menos precisas nossas funções
Com cada nervo  menos firme nas ligações?

Sim,   isso   e mais,   porém não
Ah, não o que na juventude  sonhávamos ser!
A vida não basta ser
Amadurecida, suavizada  como  o brilho do pôr do sol,
O cair de um áureo dia.
Não é ver o mundo
Das alturas, com o olhar  profético, extasiado
E com o  palpitar profundo do coração.
Lamentando e sentindo  do passado a plenitude,
Os anos que já se foram.

É passar longos dias
Sem um único vez pensar que também   fomos jovens.
É, emparedado,  sufocar mais ainda
 A incômoda prisão do presente, mês
A  mês  com a nossa  entediante dor.

É padecer  tudo isso,
É   sentir-se  meio incompleto, frágil.
Do nosso indevassável coração lá no imo
Intensifica  a relembrança árida de  uma mudança.
Sem, porém,  emoção­­­__alguma  

De todas é a última fase__
Quando, por dentro, gélidos  ficamos, tal como
O nosso próprio  fantasma
Ouvindo  o universo aplaudir  o espectro oco
A reclamar  do homem vivo.
                                                     (Trad. de Cunha e Silva Filho)


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