CUNHA E SILVA FILHO
O meu breve artigo. publicado em jornal de Teresina. aos 29 anos. quando já estava no Rio de Janeiro, tornou-se, graças ao seu comentário, mais do que um mero comentário, um grande artigo de sua lavra, meu dileto amigo Dr. Benhur Cavalcanti. V. devia, há muito tempo, ser um brilhante jornalista.Já lhe disse isso. Mas, ainda é tempo.
Lembre-se do meu exemplo paradigmático: Estudei na UFRJ, área de Letras, 14 anos contando com Mestrado, Doutorado e Pós-Doutorado. O tempo do transcurso para obter os títulos de Bacharel e Licenciatura, modalidade Português-Inglês - um longo período da graduação (sete anos para concluí-la em vez de quatro ou, no máximo, cinco anos, como seria o normal, i.e., para a obtenção do diploma de Bacharel em Letras (Português-Inglês) e o de Licenciatura em Letras, ou seja, mais um ano de estudos no que se denominava Complementação Pedagógica, subdividido em aulas de didática, aulas dadas pelos professores a seus alunos e assistidas pelos licenciandos.
Podia escolher dar uma aula de português ou inglês. Optei por inglês e me saí muito bem apenas com algumas recomendações, aliás, bem pertinentes da professora regente, que era muito rigorosa e não dava mole ao licenciando, sobre algumas falhas na minha exposição em inglês de incorreções de sintaxe inglesa, assim como de elogios à minha pronúncia.
Essa segunda parte era feita no Colégio de Aplicação da UFRJ. A segunda parte funcionava na Faculdade da Educação da UFRJ. No meu tempo, ficava no bairro da Urca, com aulas de fundamentos filosóficos da educação, fundamentos sociológicos da educação e estrutura e funcionamento do ensino
Eu era um moço determinado, com o objetivo obstinado de quem visa a um sonho finalmente concretizado. Por razões de sobrevivência, que não vêm ao caso elucidar, o meu curso de graduação ficou prolongado.
A Faculdade de Letras da UFRJ pertencia aos diversos cursos superiores que constituíam a famosa Faculdade Nacional de Filosofia da Universidade do Brasil destinados a formar professores para exercício do magistério secundário, hoje ensino fundamental da sexta série e ensino médio, antigo clássico, científico e técnico.
O curso de Letras e de outras áreas funcionava no prédio onde era a ex-Embaixada italiana (Casa d'Italia), na Avenida Antônio Carlos, Centro do Rio. Quando ingressei no curso de Letras, em 1966, ele ainda funcionava lá e tinha um Anexo, bem perto, na Av. Franklin Roosevelt, um antigo prédio de um Tribunal Eleitoral que, depois, fora demolido para dar lugar ao espigão que pertence à Academia Brasileira de Letra, junto do antigo prédio chamado "Petitt Trianon" ou ainda conhecida como "Casa de Machado de Assis".
No Anexo, os nossos professores também davam aulas, dado que, no velho prédio da FNFi, não havia suficiente número de salas de aula. Inclusive eu e minha turma ali tivemos aulas de algumas disciplinas do currículo com professores famosos como Mattoso Câmara (1905-1968), o seu competente assistente, professor Carlos Eduardo Falcão Uchôa, muito didático, com aulas agradáveis e claras sobre assuntos complexos como a disciplina linguística. Hoje, está aposentado. Terminou sua bem sucedida docência do ensino superior como professor emérito de linguística da Universidade Federal Fluminense (UFF).
Outros professores, no caso, professoras, da parte de língua inglesa , foram Bernadinha Pinheiros que se tornou, mais tarde, grande e conceituada tradutora de James Joyce(), Aíla Gomes, que era a catedrática de língua e literatura inglesa. estudiosa e tradutora de Shakespeare, Klara Wirzu, segndo me informaram, já faleceu e nem sei em que dia e ano.data.. Grande conhecedora da língua de Shakespeare que lecionou para a minha turma . , uma excelente professora de língua inglesa, especialista em versão para o inglês até ao nível adiantado Que eu saiba, ela nunca publicou em livros suas excelentes Apostilas impressas pela própria Faculdade de Letras da UFRJ. Se as houvesse publicado como serviriam a tantos alunos que, como eu, sempre me considerei na, minha na intimidade de estudos e pesquisas, um self-taught learner e, na vida, um self-made man. A eminente professors Klara Wirz era descendente de suíço. Tinha um porte alto, muito clarinha e muito simpática e acessível aos alunos.Dela também falei no meu livro Apenas memórias (Op cit., p. 185) Marlene Santos dos Santos também uma especialista em Shakespeare, com Doutorado, posteriormente, cursado no exterior e, finalmente, Regina Pinto, uma provecta professora de gramática inglesa e outros professores, cujos nomes não me vêm, agora, à lembrança.Vale recordar um fato. Quando aluno dela já na Avenida Chile, fui me socorrer com essa insigne mestra, pedindo-lhe o favor de ver para mim uma melhor tradução ao vernáculo, ´porquanto dia respeito a uma expressão inglesa que me estava dando dor de cabeça, uma vez que não conseguia um bom equivalente em minha língua. Tal circunstância se deveu a ofato de que eu estava traduzindo alguns breves obras em inglês de vulgarização no campo da psicologia. Arranjara esse bico com uma pessoa que conheci no restaurante dos alunos da FNFi. Foi amizade à primeira vista. Logo se me tornara amigo - . Era o o escritor paraense Valmir Adamor Silva, residente no Rio de Janeiro. Pessoa honesta culta, solidária. Vendo que era forte em inglês, esse recém-conhecido e, logo depois, amigo. me perguntou se estava interessado em ganhar uns trocados fazendo traduções. Respondi-lhe sem titubear: "Mas claro, Vilmar, que sim. Preciso muito desse bico o mais cedo possível," concluí a conversa e me despedi dele.
O curioso foi que o Adamor nunca me mostrara as edições por mim traduzidas. Sei apenas que se incumbia de fazer as revisões e adaptações das traduções. Doutra parte, achava meio estranho que o meu nome, o nome da editora e os nomes do autores das obras. traduzidas nunca me foram mostrados. eri sido muto bom para o meu curricum vitae. Contudo - enfatizo - , jamais me mostrara uma só publicação das traduções. Quanto ao pagamento pelas traduções,Vilmar era corretíssimo, pontualíssimo nos dias combinados para o pagamento de cada livro.
Ele seria o intermediário do contrato apenas apalavrado entre mim e o editor que publicava os livros traduzidos. O curioso era que o o Valmir Adamor Silva nunca me mostrara as edições que eu traduzia. Sei apenas que se incumbia de fazer as revisões e adaptações para uma coleção de temática direcionada à área da psicologia, conforme me referi antes. Jamais vi as traduções por mim realizadas, nem tampouco me mostrara ele uma só publicação dessas traduções.
Certa vez não me encontrando por uma semana ausente da Faculdade de Letras por um motivo do qual nem me lembro mais, Vilmar conseguira com amigos meus da CESB,( sigla para a Casa do Estudante Secundário do Brasil), encontrar o meu antigo endereço em Oswaldo Cruz, subúrbio onde morei durante dois meses, logo que cheguei ao Rio de Janeiro. A pessoa que o atendeu, lhe perguntou o que ele desejava. Vilma falou o meu nome. Ela, por seu turno, lhe respondeu: "Ele não mora mais aqui não".
Aproveitando-se do ensejo, seguramente para bisbilhotar, indagou: "É alguma dívida que o sobrinho do meu marido (no caso, o meu tio Zequinha Setúbal, na casa de quem morei os mencionados dois meses. )?" ade().t em com o senhor?Vilamr, secamenate lhe raetrucou:
Era mesmo, nos bons tempos do passado, ou melhor, das fases da história brasileira do século XX, de períodos de presidentes eleitos pelo povo (Jãnio Quadros, Juscelino Kubitheck, Jango Goulart) uma "república de estudantes," na qual noventa por cento eram secundaristas, sendo que, uns dois já estavam cursando o primeiro ano de uma universidade pública e, pelo regulamento da CESB, logo deveriam deixar a augusta e querida CESB.()
A CESB era, na realidade, um ambiente sadio e acolhedor, cujo diretor, durante o meu tempo lá, era o Dirceu Regis Ribeiro, jovem vindo da Bahia que pretendia, se a memória não me falha, cursar filosofia. Tornar-se-ia logo um militante contra a ditadura civil-militar. Grande e solidário amigo era o querido Dirceu! Foi para mim esse estudante baiano muito politizado, orador eloquente, um entusiasta empedernido da poesia condoreira de Castro Alves.(1847-1871) Já no começo do regime civil-militar, Dirceu, um ano depois, escreveu um livro de título O canto do Calabouço.(), que não cheguei a ler, pois Dirceu já havia desa´parecido da minha vista, provavelmente levado pelos ideais esquerdistas de livrar o pais do arbítrio e da censura à Imprensa, logo após o AI-5. - decreto hiper-autoritário com a finalidade de endurecimento ainda maior do governo federal. pretoriamente imposto ao país pelo novo presidente, o general Costa e Silva(). .A ess atura dos acontecimentos dos "anos de chumbo", segundo me informaram, porquanto já havia eu deixado a minha saudosa CESB em razão do meu casamento precoce, . .A CESB recebi com prazer novos moradores, quer dizer, jovens esperançosos de várias partes do país decididos a conquistar - desculpe-me a metáfora-clichê -, "um lugar ao sol". Tirante o longo período da ditadura civil-militar (1964-1985), também cognominada pelos apoiadores do novo regime político-ideológico, de a "Salvadora", ELE m
Me lembro de um abraço dele caloroso e apertado que me dera ao saber que havia sido aprovado para cursar Letras, modalidade-português-inglês. Me vendo sorridente e muito feliz por ter meu nome na relação afixada na parede da sala de entrada. do prédio da Faculdade Nacional de Filosofia da Universidade do Brasil. Era o ano de 1965. Eu estava com apenas 19 anos. A princípio, fiquei apreensivo porque não vira logo o meu na lista dos aprovados. Ao meu lado estava a minha namorada, Elza, com quem, um ano depois, me casara com apenas vinte e um anos mal completados..Foi para mim esse estudante baiano muito politizado, orador eloquente .A CESB recebi com prazer os novos moradores, quer dizer, jovens esperançosos de várias partes do país decididos a conquistar - desculpe-me a metáfora-clichê -, "um lugar ao sol". Tirante o longo período da ditadura civil-militar (1964-1985), também cognominada pelos apoiadores do novo regime político-ideológico, de a "Salvadora" viu que era forte em inglês e me perguntou se estava interessado em ganhar uns trocados fazendo traduções. Ele intermediava junto com o editor que publicava esses livros.
O curioso foi que o Adamor nunca me mostrara as edições que eu traduzia. Sei apenas que ele se incumbia de fazer as revisões e adaptações das traduções. De outro lado, mas jamais me mostrara um só publicação dessas traduções. Vilmar Admor era corretíssimo no pagamento das traduções. onde cnsasse o nome da edit am do autro notar que meu nome não c stava na traus para o escritor e amigo Vui lhe ergunar po um expressão inglesa que me estva dando dor de cabeça, pois não conhecia aitnar com a maneira melhor de trasuzila ao portugues . Isso foi no meu tempo em quje já estava na Avne ida Chile.
Por outro lado, nunca fiquei a par do nome da editora nem dos autores das obras por mim vertidas ao português nem porque meu nome não constasse nas breve obras traduzidas. Não me lembro de quantas traduções fiz, mas foram, pelo menos. umas cinco ou seis. Dos títulos no original em inglês não me recordo mais. Da razões disso não saberei mais. Eram obras de formato pequeno e com letras impressas bem miúdas. visto que o escritor Adamor já faleceu. Meu nome não constava na traduções para o escritor e amigo Fui lhe perguntar por um expressão inglesa que me estava dando dor de cabeça, pois não não conseguia chegar ao sentido melhor para sua correspondência no português ;. esse me contato e amizade com o Vilmar começou restaurante da Faculdade de Letras no prédio foi no tempo em que se inciara o segundo ano o de Letras no antigo prédio da FNFi. na Avenida a Chilee se prolongou por mais um tempo na Avenida Chile.
Só depois Depois de algum tempo, fiquei sabendo que ele, muitíssimo modesto modesto e discreto, tanto que nunca falava de sua vida intelectual, Apenas dizia que era professor, advogado e que gostava de literatura. ade sua vida. Era muito próximo de um comum - . o escritor piauiense José Ribamar Garcia, contista, novelista/romancista,memorialista, cronista de primeira linha e membro da Academia Piauiense de Leras (APL), residente no Rio de Janeiro dese 1963 José Ribamar Garcia, autor de romance que reputo o melhor dele, que ten por título m de resto, semiologicamente muito alusivo pelo viés social-ideológico. .
Viu que era forte em inglês e me me perguntou se estava interessado em ganhar uns trocados fazendo traduções. Ele intermediava junto com o editor que publicava esses livros. O curioso era que o Adamor nunca me mostrara as edições que eu traduzira. Sei apenas que ele se incumbia de fazer as revisões das traduções por mim realizadas, mas jamais me mostrara um só publicação dessas traduções. Vilmar Admor era corretíssimo no pagamento das traduções. onde constasse o nome da editora, do autrores notar que meu nome não constava na traus para o escritor e amigo Vui lhe ergunar po um expressão inglesa que me estva dando dor de cabeça, pois não conhecia aitnar com a maneira melhor de traduzi-la ao portugues . Isso foi no meu tempo em que já estava na AvenidaChil, Centro ..
Não posso deixar, neste comentário, de assinalar a importância para mim que teve a professora Teresinha Fonseca, há longos anos residindo nos Estados Unidos. Atualmente, é professora aposentada emérita de literatura inglesa da The New York Sate University. Ela nos lecionou literatura inglesa, ou melhor dizendo, teatro shakespeariano, algo que o faria bem mais aperfeiçoadamente no exterior do que aquilo que ela, já aqui no Brasil, fazia, ensinando literatura inglesa e analisando a obra de Shakespeare através de encenações pelos próprios alunos, de peças desse genial dramaturgo de Statford-on Avon.
Finalmente, a excelente professora Teresinha Fonseca nos lecionou, durante um semestre, aulas de conversação baseadas nas leituras de um livro magnífico, uma coletânea de textos ficcionais, ensaios, e poesia, de título Brighter English ( Revised edition. London: Longmans, 1964, 243 p. ), organizada pelo gramático inglês C. E. Eckersley, M.A., em co-autoria com J. M.. Eckersley, M.A. autores da ótima gramática, A comprehensive English grammar for foreign students, adotada logo no início da minha graduação.
À professora Teresinha Fonseca faço referências elogiosas também no meu livro "Apenas memórias".((Ver SILVA FILHO, Cunha e. Apenas memórias. Rio de Janeiro: Quártica Editora, 2016, 299 p. Ver, nesta obra, p. 145 e p.193-195)
Voltando ainda a falar da professora Teresinha Fonseca, a última notícia que dela tive foi que vivia dando palestras em universidades americanas sobre teatro shakespeariano. Ela, uma vez, ao me devolver um prova de literatura inglesa acerca de uma das peças de Shakespeare,no final do papel da prova anotou o seguinte: " Francisco, despite your mistakes in grammar, it's praiseworthy the originality with which you express your ideas."("Francisco, a despeito de seus erros de gramática, digna de aplausos a originalidade com das suas ideias.")
Last but not least,, uma grande alegria foi ter sido aluno de um dos melhores professores da universidade que tive na Faculdade de Letras ainda na mencionada Avenida Chile. Era o professor Carly Silva, um accomplished professor" tanto na área de língua inglesa quanto na de literatura inglesa. Dele falei muito no meu citado livro de memórias.(Ver SILVA FILHO, Cunha e.Op. cit. , p.217-221)
Para resumir, desejo afirmar ainda acerca da ilustre professora, acima mencionada, Teresinha Fonseca, que ela nos deu também aulas de fonética inglesa, junto com o seu coordenador, o linguista de procedência dinamarquesa, H. Hald Madsen, autor da excelente obra Teaching English in Brazil. (Rio e Janeiro: Ao livro Técnico S.A., 1964. 163 p). e de diversas outras obras didáticas, como a magnífica a Série The American Language Series (preparada pelo Instituto Brasil-Estados Unidos, assim como outra obras didáticas publicadas posteriormente acerca do ensino da língua inglesa.Foi consultor, durante algum tempo, de língua inglesa na Embaixada Americana no Rio de Janeiro.No Anexo do curso de letras da Faculdade Nacional de Filosofia, citado linhas atrás, funcionava também, no primeiro andar, a valiosa Biblioteca do curso de Letras, a qual, por algum tempo, foi dirigida pelo scholar, escritor e historiador literário austríaco, naturalizado brasileiro, Otto M\aria Carpeaux (1900-1979)) .
Com a separação dos cursos da famosa FNFi. o de Letras foi funcionar na Avenida Chile, num prédio adaptado de uma ex-Exposição Portuguesa. Quem se encarregou de conseguiu instalar o curso de Letras na Avenida Chile foi o ilustre historiador literário, ensaísta e crítico literário, professor Afrânio Coutinh()o junto com outros professores de Letras. Ele foi seu primeiro diretor naquela nova instalação da Avenida Chile
No meu livro Apenas memórias (Op. cit.), relato essa transferência e falo desse tempo da Avenida Chile, assim como da precariedade das instalações para um funcionamento melhor da Faculdade de Letras. Quer dizer, o curso de Letras ficou separado dos antigos cursos da velha Faculdade Nacional de Filosofia (FNFi,) sendo, então, denominado Faculdade de Letras da UFRJ, há tempos instalada no vasto campus da Ilha do Fundão, onde cursei as já mencionadas Pós-Graduações.
Terminei também transformando o meu comentário a um comentário seu num artigo de cunho memorialístico.
O meu breve artigo. publicado em jornal de Teresina. aos 29 anos. quando já estava no Rio de Janeiro, tornou-se, graças ao seu comentário, mais do que um mero comentário, um grande artigo de sua lavra, meu dileto amigo Dr. Benhur Cavalcanti. V. devia, há muito tempo, ser um brilhante jornalista.Já lhe disse isso. Mas, ainda é tempo.
Lembre-se do meu exemplo paradigmático: Estudei na UFRJ, área de Letras, 14 anos contando com Mestrado, Doutorado e Pós-Doutorado. O tempo do transcurso para obter os títulos de Bacharel e Licenciatura, modalidade Português-Inglês - um longo período da graduação (sete anos para concluí-la em vez de quatro ou, no máximo, cinco anos, como seria o normal, i.e., para a obtenção do diploma de Bacharel em Letras (Português-Inglês) e o de Licenciatura em Letras, ou seja, mais um ano de estudos no que se denominava Complementação Pedagógica, subdividido em aulas de didática, aulas dadas pelos professores a seus alunos e assistidas pelos licenciandos.
Podia escolher dar uma aula de português ou inglês. Optei por inglês e me saí muito bem apenas com algumas recomendações, aliás, bem pertinentes da professora regente, que era muito rigorosa e não dava mole ao licenciando, sobre algumas falhas na minha exposição em inglês de incorreções de sintaxe inglesa, assim como de elogios à minha pronúncia.
Essa segunda parte era feita no Colégio de Aplicação da UFRJ. A segunda parte funcionava na Faculdade da Educação da UFRJ. No meu tempo, ficava no bairro da Urca, com aulas de fundamentos filosóficos da educação, fundamentos sociológicos da educação e estrutura e funcionamento do ensino
Eu era um moço determinado, com o objetivo obstinado de quem visa a um sonho finalmente concretizado. Por razões de sobrevivência, que não vêm ao caso elucidar, o meu curso de graduação ficou prolongado.
A Faculdade de Letras da UFRJ pertencia aos diversos cursos superiores que constituíam a famosa Faculdade Nacional de Filosofia da Universidade do Brasil destinados a formar professores para exercício do magistério secundário, hoje ensino fundamental da sexta série e ensino médio, antigo clássico, científico e técnico.
O curso de Letras e de outras áreas funcionava no prédio onde era a ex-Embaixada italiana (Casa d'Italia), na Avenida Antônio Carlos, Centro do Rio. Quando ingressei no curso de Letras, em 1966, ele ainda funcionava lá e tinha um Anexo, bem perto, na Av. Franklin Roosevelt, um antigo prédio de um Tribunal Eleitoral que, depois, fora demolido para dar lugar ao espigão que pertence à Academia Brasileira de Letra, junto do antigo prédio chamado "Petitt Trianon" ou ainda conhecida como "Casa de Machado de Assis".
No Anexo, os nossos professores também davam aulas, dado que, no velho prédio da FNFi, não havia suficiente número de salas de aula. Inclusive eu e minha turma ali tivemos aulas de algumas disciplinas do currículo com professores famosos como Mattoso Câmara (1905-1968), o seu competente assistente, professor Carlos Eduardo Falcão Uchôa, muito didático, com aulas agradáveis e claras sobre assuntos complexos como a disciplina linguística. Hoje, está aposentado. Terminou sua bem sucedida docência do ensino superior como professor emérito de linguística da Universidade Federal Fluminense (UFF).
Outros professores, no caso, professoras, da parte de língua inglesa , foram Bernadinha Pinheiros que se tornou, mais tarde, grande e conceituada tradutora de James Joyce(), Aíla Gomes, que era a catedrática de língua e literatura inglesa. estudiosa e tradutora de Shakespeare, Klara Wirzu, segndo me informaram, já faleceu e nem sei em que dia e ano.data.. Grande conhecedora da língua de Shakespeare que lecionou para a minha turma . , uma excelente professora de língua inglesa, especialista em versão para o inglês até ao nível adiantado Que eu saiba, ela nunca publicou em livros suas excelentes Apostilas impressas pela própria Faculdade de Letras da UFRJ. Se as houvesse publicado como serviriam a tantos alunos que, como eu, sempre me considerei na, minha na intimidade de estudos e pesquisas, um self-taught learner e, na vida, um self-made man. A eminente professors Klara Wirz era descendente de suíço. Tinha um porte alto, muito clarinha e muito simpática e acessível aos alunos.Dela também falei no meu livro Apenas memórias (Op cit., p. 185) Marlene Santos dos Santos também uma especialista em Shakespeare, com Doutorado, posteriormente, cursado no exterior e, finalmente, Regina Pinto, uma provecta professora de gramática inglesa e outros professores, cujos nomes não me vêm, agora, à lembrança.Vale recordar um fato. Quando aluno dela já na Avenida Chile, fui me socorrer com essa insigne mestra, pedindo-lhe o favor de ver para mim uma melhor tradução ao vernáculo, ´porquanto dia respeito a uma expressão inglesa que me estava dando dor de cabeça, uma vez que não conseguia um bom equivalente em minha língua. Tal circunstância se deveu a ofato de que eu estava traduzindo alguns breves obras em inglês de vulgarização no campo da psicologia. Arranjara esse bico com uma pessoa que conheci no restaurante dos alunos da FNFi. Foi amizade à primeira vista. Logo se me tornara amigo - . Era o o escritor paraense Valmir Adamor Silva, residente no Rio de Janeiro. Pessoa honesta culta, solidária. Vendo que era forte em inglês, esse recém-conhecido e, logo depois, amigo. me perguntou se estava interessado em ganhar uns trocados fazendo traduções. Respondi-lhe sem titubear: "Mas claro, Vilmar, que sim. Preciso muito desse bico o mais cedo possível," concluí a conversa e me despedi dele.
O curioso foi que o Adamor nunca me mostrara as edições por mim traduzidas. Sei apenas que se incumbia de fazer as revisões e adaptações das traduções. Doutra parte, achava meio estranho que o meu nome, o nome da editora e os nomes do autores das obras. traduzidas nunca me foram mostrados. eri sido muto bom para o meu curricum vitae. Contudo - enfatizo - , jamais me mostrara uma só publicação das traduções. Quanto ao pagamento pelas traduções,Vilmar era corretíssimo, pontualíssimo nos dias combinados para o pagamento de cada livro.
Ele seria o intermediário do contrato apenas apalavrado entre mim e o editor que publicava os livros traduzidos. O curioso era que o o Valmir Adamor Silva nunca me mostrara as edições que eu traduzia. Sei apenas que se incumbia de fazer as revisões e adaptações para uma coleção de temática direcionada à área da psicologia, conforme me referi antes. Jamais vi as traduções por mim realizadas, nem tampouco me mostrara ele uma só publicação dessas traduções.
Certa vez não me encontrando por uma semana ausente da Faculdade de Letras por um motivo do qual nem me lembro mais, Vilmar conseguira com amigos meus da CESB,( sigla para a Casa do Estudante Secundário do Brasil), encontrar o meu antigo endereço em Oswaldo Cruz, subúrbio onde morei durante dois meses, logo que cheguei ao Rio de Janeiro. A pessoa que o atendeu, lhe perguntou o que ele desejava. Vilma falou o meu nome. Ela, por seu turno, lhe respondeu: "Ele não mora mais aqui não".
Aproveitando-se do ensejo, seguramente para bisbilhotar, indagou: "É alguma dívida que o sobrinho do meu marido (no caso, o meu tio Zequinha Setúbal, na casa de quem morei os mencionados dois meses. )?" ade().t em com o senhor?Vilamr, secamenate lhe raetrucou:
Era mesmo, nos bons tempos do passado, ou melhor, das fases da história brasileira do século XX, de períodos de presidentes eleitos pelo povo (Jãnio Quadros, Juscelino Kubitheck, Jango Goulart) uma "república de estudantes," na qual noventa por cento eram secundaristas, sendo que, uns dois já estavam cursando o primeiro ano de uma universidade pública e, pelo regulamento da CESB, logo deveriam deixar a augusta e querida CESB.()
A CESB era, na realidade, um ambiente sadio e acolhedor, cujo diretor, durante o meu tempo lá, era o Dirceu Regis Ribeiro, jovem vindo da Bahia que pretendia, se a memória não me falha, cursar filosofia. Tornar-se-ia logo um militante contra a ditadura civil-militar. Grande e solidário amigo era o querido Dirceu! Foi para mim esse estudante baiano muito politizado, orador eloquente, um entusiasta empedernido da poesia condoreira de Castro Alves.(1847-1871) Já no começo do regime civil-militar, Dirceu, um ano depois, escreveu um livro de título O canto do Calabouço.(), que não cheguei a ler, pois Dirceu já havia desa´parecido da minha vista, provavelmente levado pelos ideais esquerdistas de livrar o pais do arbítrio e da censura à Imprensa, logo após o AI-5. - decreto hiper-autoritário com a finalidade de endurecimento ainda maior do governo federal. pretoriamente imposto ao país pelo novo presidente, o general Costa e Silva(). .A ess atura dos acontecimentos dos "anos de chumbo", segundo me informaram, porquanto já havia eu deixado a minha saudosa CESB em razão do meu casamento precoce, . .A CESB recebi com prazer novos moradores, quer dizer, jovens esperançosos de várias partes do país decididos a conquistar - desculpe-me a metáfora-clichê -, "um lugar ao sol". Tirante o longo período da ditadura civil-militar (1964-1985), também cognominada pelos apoiadores do novo regime político-ideológico, de a "Salvadora", ELE m
Me lembro de um abraço dele caloroso e apertado que me dera ao saber que havia sido aprovado para cursar Letras, modalidade-português-inglês. Me vendo sorridente e muito feliz por ter meu nome na relação afixada na parede da sala de entrada. do prédio da Faculdade Nacional de Filosofia da Universidade do Brasil. Era o ano de 1965. Eu estava com apenas 19 anos. A princípio, fiquei apreensivo porque não vira logo o meu na lista dos aprovados. Ao meu lado estava a minha namorada, Elza, com quem, um ano depois, me casara com apenas vinte e um anos mal completados..Foi para mim esse estudante baiano muito politizado, orador eloquente .A CESB recebi com prazer os novos moradores, quer dizer, jovens esperançosos de várias partes do país decididos a conquistar - desculpe-me a metáfora-clichê -, "um lugar ao sol". Tirante o longo período da ditadura civil-militar (1964-1985), também cognominada pelos apoiadores do novo regime político-ideológico, de a "Salvadora" viu que era forte em inglês e me perguntou se estava interessado em ganhar uns trocados fazendo traduções. Ele intermediava junto com o editor que publicava esses livros.
O curioso foi que o Adamor nunca me mostrara as edições que eu traduzia. Sei apenas que ele se incumbia de fazer as revisões e adaptações das traduções. De outro lado, mas jamais me mostrara um só publicação dessas traduções. Vilmar Admor era corretíssimo no pagamento das traduções. onde cnsasse o nome da edit am do autro notar que meu nome não c stava na traus para o escritor e amigo Vui lhe ergunar po um expressão inglesa que me estva dando dor de cabeça, pois não conhecia aitnar com a maneira melhor de trasuzila ao portugues . Isso foi no meu tempo em quje já estava na Avne ida Chile.
Por outro lado, nunca fiquei a par do nome da editora nem dos autores das obras por mim vertidas ao português nem porque meu nome não constasse nas breve obras traduzidas. Não me lembro de quantas traduções fiz, mas foram, pelo menos. umas cinco ou seis. Dos títulos no original em inglês não me recordo mais. Da razões disso não saberei mais. Eram obras de formato pequeno e com letras impressas bem miúdas. visto que o escritor Adamor já faleceu. Meu nome não constava na traduções para o escritor e amigo Fui lhe perguntar por um expressão inglesa que me estava dando dor de cabeça, pois não não conseguia chegar ao sentido melhor para sua correspondência no português ;. esse me contato e amizade com o Vilmar começou restaurante da Faculdade de Letras no prédio foi no tempo em que se inciara o segundo ano o de Letras no antigo prédio da FNFi. na Avenida a Chilee se prolongou por mais um tempo na Avenida Chile.
Só depois Depois de algum tempo, fiquei sabendo que ele, muitíssimo modesto modesto e discreto, tanto que nunca falava de sua vida intelectual, Apenas dizia que era professor, advogado e que gostava de literatura. ade sua vida. Era muito próximo de um comum - . o escritor piauiense José Ribamar Garcia, contista, novelista/romancista,memorialista, cronista de primeira linha e membro da Academia Piauiense de Leras (APL), residente no Rio de Janeiro dese 1963 José Ribamar Garcia, autor de romance que reputo o melhor dele, que ten por título m de resto, semiologicamente muito alusivo pelo viés social-ideológico. .
Viu que era forte em inglês e me me perguntou se estava interessado em ganhar uns trocados fazendo traduções. Ele intermediava junto com o editor que publicava esses livros. O curioso era que o Adamor nunca me mostrara as edições que eu traduzira. Sei apenas que ele se incumbia de fazer as revisões das traduções por mim realizadas, mas jamais me mostrara um só publicação dessas traduções. Vilmar Admor era corretíssimo no pagamento das traduções. onde constasse o nome da editora, do autrores notar que meu nome não constava na traus para o escritor e amigo Vui lhe ergunar po um expressão inglesa que me estva dando dor de cabeça, pois não conhecia aitnar com a maneira melhor de traduzi-la ao portugues . Isso foi no meu tempo em que já estava na AvenidaChil, Centro ..
Não posso deixar, neste comentário, de assinalar a importância para mim que teve a professora Teresinha Fonseca, há longos anos residindo nos Estados Unidos. Atualmente, é professora aposentada emérita de literatura inglesa da The New York Sate University. Ela nos lecionou literatura inglesa, ou melhor dizendo, teatro shakespeariano, algo que o faria bem mais aperfeiçoadamente no exterior do que aquilo que ela, já aqui no Brasil, fazia, ensinando literatura inglesa e analisando a obra de Shakespeare através de encenações pelos próprios alunos, de peças desse genial dramaturgo de Statford-on Avon.
Finalmente, a excelente professora Teresinha Fonseca nos lecionou, durante um semestre, aulas de conversação baseadas nas leituras de um livro magnífico, uma coletânea de textos ficcionais, ensaios, e poesia, de título Brighter English ( Revised edition. London: Longmans, 1964, 243 p. ), organizada pelo gramático inglês C. E. Eckersley, M.A., em co-autoria com J. M.. Eckersley, M.A. autores da ótima gramática, A comprehensive English grammar for foreign students, adotada logo no início da minha graduação.
À professora Teresinha Fonseca faço referências elogiosas também no meu livro "Apenas memórias".((Ver SILVA FILHO, Cunha e. Apenas memórias. Rio de Janeiro: Quártica Editora, 2016, 299 p. Ver, nesta obra, p. 145 e p.193-195)
Voltando ainda a falar da professora Teresinha Fonseca, a última notícia que dela tive foi que vivia dando palestras em universidades americanas sobre teatro shakespeariano. Ela, uma vez, ao me devolver um prova de literatura inglesa acerca de uma das peças de Shakespeare,no final do papel da prova anotou o seguinte: " Francisco, despite your mistakes in grammar, it's praiseworthy the originality with which you express your ideas."("Francisco, a despeito de seus erros de gramática, digna de aplausos a originalidade com das suas ideias.")
Last but not least,, uma grande alegria foi ter sido aluno de um dos melhores professores da universidade que tive na Faculdade de Letras ainda na mencionada Avenida Chile. Era o professor Carly Silva, um accomplished professor" tanto na área de língua inglesa quanto na de literatura inglesa. Dele falei muito no meu citado livro de memórias.(Ver SILVA FILHO, Cunha e.Op. cit. , p.217-221)
Para resumir, desejo afirmar ainda acerca da ilustre professora, acima mencionada, Teresinha Fonseca, que ela nos deu também aulas de fonética inglesa, junto com o seu coordenador, o linguista de procedência dinamarquesa, H. Hald Madsen, autor da excelente obra Teaching English in Brazil. (Rio e Janeiro: Ao livro Técnico S.A., 1964. 163 p). e de diversas outras obras didáticas, como a magnífica a Série The American Language Series (preparada pelo Instituto Brasil-Estados Unidos, assim como outra obras didáticas publicadas posteriormente acerca do ensino da língua inglesa.Foi consultor, durante algum tempo, de língua inglesa na Embaixada Americana no Rio de Janeiro.No Anexo do curso de letras da Faculdade Nacional de Filosofia, citado linhas atrás, funcionava também, no primeiro andar, a valiosa Biblioteca do curso de Letras, a qual, por algum tempo, foi dirigida pelo scholar, escritor e historiador literário austríaco, naturalizado brasileiro, Otto M\aria Carpeaux (1900-1979)) .
Com a separação dos cursos da famosa FNFi. o de Letras foi funcionar na Avenida Chile, num prédio adaptado de uma ex-Exposição Portuguesa. Quem se encarregou de conseguiu instalar o curso de Letras na Avenida Chile foi o ilustre historiador literário, ensaísta e crítico literário, professor Afrânio Coutinh()o junto com outros professores de Letras. Ele foi seu primeiro diretor naquela nova instalação da Avenida Chile
No meu livro Apenas memórias (Op. cit.), relato essa transferência e falo desse tempo da Avenida Chile, assim como da precariedade das instalações para um funcionamento melhor da Faculdade de Letras. Quer dizer, o curso de Letras ficou separado dos antigos cursos da velha Faculdade Nacional de Filosofia (FNFi,) sendo, então, denominado Faculdade de Letras da UFRJ, há tempos instalada no vasto campus da Ilha do Fundão, onde cursei as já mencionadas Pós-Graduações.
Terminei também transformando o meu comentário a um comentário seu num artigo de cunho memorialístico.
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