Cunha e Silva Filho
Talvez por ser um escritor que se divide em duas atividades, a de advogado trabalhista bem-sucedido e a de ficcionista, se explique a sua produção relativamente pequena. Do pouco que lhe sobra da intensa vida de advogado, penso que fez muito com tão pouco tempo para escrever. Contudo, Garcia é daqueles escritores que sacrificam, muitas vezes, seu lazer em proveito de intenso interesse pela sua produção literária e contínuo e criterioso aperfeiçoamento de sua técnica narrativa.
Leitor voraz de obras literárias nos vários gêneros, estudioso dos temas brasileiros, homem calejado nos vários desafios enfrentados com destemor e paciência, Garcia tem, diante de si, essa gama de vivências e de conhecimento dos homens e da sociedade nos seus mais complexos meandros, mistérios e sortilégios.
Sua literatura representa uma maneira de radiografar as ações, conflitos, alegrias, carências, ilusões e desilusões dos sentimentos do brasileiro, sobretudo das camadas menos favorecidas, traço forte de uma visão de autor que se pode encontrar em outros autores brasileiros do passado e do presente.
O ficcionista nunca perdeu o contato com a sua terra natal nem o amor entranhado pela sua gleba. Não perdia a oportunidade para, com alguma frequência, viajar a Teresina e lá passar alguns dias ocupado com a sua vida literária, sua convivência com intelectuais da terra e com a divulgação de sua obra. Ora, como resultado de suas atividades literárias, com o conceito crescente que ia se consolidando junto à comunidade literária do Piauí, foi eleito para uma cadeira da Academia Piauiense de e Letras. Hoje, sua obra se espalhou por grande parte do país.
(Republicada com ligeiras modificações)
NOTA IMPORTANTE:
Ao texto acima, escrito faz alguns anos, desejaria informar aos leitores que Jose Ribamar Garcia não mais pode ser chamado de um autor de obra pequena, pois, sempre ativo na produção literária, conseguiu mais renome e hoje conta com 13 obras ficcionais, a ultima das quais ainda será lançada brevemente que tem por título O relógio do Comandante - crônicas.( Rio de Janeiro: Litteris Editora, 2019, 127 p.).
Além dessas obras no campo ficcional, escreveu um livro de sua especialidade advocatícia: Crise da Justiça e do Direito do Trabalho – ensaios.(Rio e Janeiro: LTR, 2001).
Além dessas obras no campo ficcional, escreveu um livro de sua especialidade advocatícia: Crise da Justiça e do Direito do Trabalho – ensaios.(Rio e Janeiro: LTR, 2001).
Em 2017, organizei, com uma Introdução aos contos reunidos dando uma panorâmica das obras do autor até então publicadas, o livro Contos selecionados de José Ribamar Garcia.(Rio de Janeiro: Litteris Editora, 2017, 213 p.)
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